Dilma chega a Cuba para falar de economia e direitos humanos

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Dilma chega a Cuba para falar de economia e direitos humanos

Havana, 29 jan (EFE).- A presidente do Brasil, Dilma Rousseff, chegará esta segunda-feira a Cuba em sua primeira visita oficial à ilha para repassar a relação bilateral, principalmente a econômica e comercial, e com os direitos humanos como cenário de fundo.
Após aterrissar nesta segunda-feira em Havana, a agenda oficial de Dilma começará na terça-feira com a habitual homenagem ao herói nacional José Martí antes de se reunir com o presidente cubano, Raúl Castro, no Palácio da Revolução, segundo o programa divulgado na ilha.
Sobre a visita de Dilma, o chanceler brasileiro, Antonio Patriota, declarou que 'com Cuba há uma relação próxima no plano político, e no plano econômico cada vez mais', segundo disse em entrevista publicada este domingo no jornal chileno 'El Mercurio'.
A propósito dos questionamentos sobre a situação dos direitos humanos em Cuba, Patriota considera que todos os países têm desafios em matéria de direitos humanos e de democracia e acredita que o importante é que na região latino-americana 'haja um reconhecimento da especificidade cubana'.
A governante brasileira visita a ilha poucos dias após ter concedido um visto de turista à blogueira crítica Yoani Sánchez para viajar ao país sul-americano.
Sánchez enviou a Dilma uma carta na qual lhe pediu que intercedesse por ela perante o Governo cubano para conseguir a permissão de saída da ilha para comparecer à estreia do documentário intitulado 'Conexão Cuba-Honduras', que trata sobre a repressão da liberdade de expressão na ilha caribenha.
O momento da visita também foi marcada pelas críticas que nos últimos dias recebeu Cuba, principalmente de Espanha e Estados Unidos, pela morte do preso Wilman Villar, membro da ilegal União Patriótica de Cuba, em uma greve de fome, segundo a dissidência interna.
Mas, segundo funcionários do Governo brasileiro, a agenda de Dilma em Cuba será marcada por questões de cooperação econômica, em infraestruturas e nas áreas de educação e saúde.
Também a presidente está interessada em conhecer de perto a política de atualização do modelo econômico socialista da ilha.
Justamente a visita do governante brasileira à ilha acontecerá após a primeira Conferência do governante Partido Comunista de Cuba que este fim de semana se dedicou a revisar os métodos de trabalho e política de quadros da organização perante o processo de reformas econômicas aberto no país.
Dilma também tratará com as máximas autoridades cubanas sobre o andamento das obras de ampliação do porto de Mariel (oeste de Havana), consideradas as mais importantes quais se executam atualmente em Cuba com financiamento do colosso sul-americano.
Nesse projeto estão associadas empresas brasileiras e cubanas com um investimento total que rondará os US$ 800 milhões, e de acordo com o cronograma de sua entrega está prevista para o ano de 2013.
As relações econômicas com o Brasil se intensificaram nos últimos anos, para se transformar em um dos principais parceiros no terreno do comércio e do investimento, de acordo com fontes oficiais.
No quinquênio 2006-2010, a troca comercial entre Brasília e Havana registrou um crescimento de 30%, ao passar de US$ 376 milhões a US$ 488 milhões, segundo dados oficiais.
Entre janeiro e novembro de 2011 o fluxo comercial bilateral seguiu com um ritmo ascendente e chegou a US$ 570 milhões. EFE

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