02/04/2012 14h00 - Atualizado em 02/04/2012 14h00
Flores pintadas pelo holandês têm uma composição diferente da normal.
Pesquisa descobriu o gene responsável pela anomalia.
'Girassóis', quadro do holandês Vincent van Gogh
(Foto: Steve Dorrington/Creative Commons)
Para os apreciadores da arte, a série de quadros de girassóis do pintor holandês Vincent van Gogh se destaca pelo contraste entre os tons vibrantes de amarelo e os tons áridos de marrom. Para os botânicos, o que chama a atenção é outro aspecto: as flores retratadas têm traços bem diferentes dos girassóis mais comuns.(Foto: Steve Dorrington/Creative Commons)
John Burke, professor da Universidade da Geórgia, nos Estados Unidos, ficou tão intrigado que conduziu um estudo sobre o assunto, e descobriu a anomalia genética que fez dos girassóis de Van Gogh mutantes.
A pesquisa foi publicada pela revista científica “PLoS Genetics”.
O tipo mais comum de girassol contém uma espiral de ramos amarelos, grandes e achatados, com mais centenas de pequenos ramos no perímetro externo, que produzem sementes. Nos que Van Gogh pintou na década de 1880, os girassóis têm múltiplos ramos amarelos e menos ramos menores.
Tipo mais comum de girassol
(Foto: John Burke, UGA)
A equipe de Burke cruzou diferentes tipos de girassóis em busca de um gene recessivo que provocasse a diferença. Como base de comparação, nos humanos, genes recessivos fazem que uma pessoa tenha olhos claros ou sangue tipo O, por exemplo. Ou seja, é relativamente comum.(Foto: John Burke, UGA)
Por fim, os pesquisadores descobriram que a anomalia não é causada por um gene recessivo, mas sim por uma mutação genética. Um gene específico, chamado HaCYC2c, apresenta uma configuração diferente somente nas flores do tipo que Van Gogh desenhou.
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