Por dentro dos negócios, 15/04
Questões estratégicas para um mundo cada vez mais rápido
Colin Raney
O ritmo da concorrência está aumentando. Grandes mudanças na cultura e na tecnologia ao longo da última década aceleraram rapidamente as mudanças no mercado. As estratégias de negócios de hoje em dia têm menos a ver com a concepção e a execução de um plano mestre brilhante, e mais com a moldagem de uma empresa que consiga se lançar rapidamente e aprender com inovações inteligentes.
Como desenvolver sua empresa e suas estratégias rapidamente para poder competir? A seguir, cinco formas de começar:
1. Conversas diretas com seus clientes. À medida que aumenta o número de canais por meio dos quais as empresas podem se conectar a seus clientes, torna-se mais difícil superar os concorrentes, tanto no mercado, quanto na propaganda. Atualmente, as marcas que ditam o ritmo são aquelas que possuem uma profunda compreensão das necessidades, desejos e motivações de seus clientes – e que conseguem ter conversas autênticas e bilaterais com eles.
2. Esteja à frente da concorrência. Hoje em dia, os consumidores são mais cativados pelas experiências criadas pelas empresas do que pelas características oferecidas por seus produtos. Com frequência, fazemos trocas entre experiências de uma mesma categoria: Podemos trocar uma noite no cinema por um filme alugado, exibido em uma TV de tela grande. À medida que os consumidores mudam suas escolhas, eles também mudam a concorrência. Entender como os consumidores poderiam trocar outras experiências por aquelas que você oferece permite que você maneje melhor a sua concorrência – e o transforma em um concorrente mais forte.
3. Pesquisas rápidas e adaptáveis. Ao longo da última década, por meio da evolução natural dos sistemas de software, passamos a ter acesso a novos níveis de dados e análises. Ferramentas que funcionam em tempo real permitem medir nosso meio ambiente e reagir a ele com rapidez, criando uma troca mais precisa de informações capazes de oferecer as evidências necessárias para fomentar uma mudança. Atualmente, as empresas mais antenadas realizam pesquisas regulares e aprendem a melhorar suas ofertas a intervalos mais curtos.
4. Redefina suas redes de parceria. Muitas empresas fornecem diferentes experiências complementares aos mesmos clientes. Essa visão esclarecida da concorrência cria novas oportunidades de parcerias. Isso pode ocorrer de maneira explícita (o Google Maps funcionando no iPhone da Apple), ou implícita (o serviço de atendimento da Amazon para grandes varejistas com lojas físicas). À medida que as empresas redefinem suas parcerias para fornecer experiências superiores, elas geram novas pressões na concorrência, o que leva o mercado a se movimentar mais rapidamente.
5. Faça uso de plataformas de software. Há dez anos, o uso de um software em sua empresa demandava grandes investimentos em tecnologia, configuração e treinamento. Atualmente, funções de software podem ser "alugadas" por meio de soluções na nuvem. Com esse modelo, as empresas crescem e aumentam sua capacidade produtiva quase imediatamente e por um valor mais baixo, gerando mais capital para outros investimentos e mais foco para as principais ofertas. Caso seus concorrentes sejam melhores que sua empresa na utilização de plataformas de software, há uma boa chance de que a operação deles seja mais enxuta, o que lhes dá mais tempo e mais dinheiro para investir em seus clientes.
(Colin Raney é diretor de design da IDEO, uma empresa global de design e inovação. Ele é um dos líderes do estúdio da IDEO em Boston, especializado em design de negócios.)
O que os empregadores esperam de quem está há muito tempo fora do mercado

Brent Rasmussen

Com frequência, ouvimos pessoas em busca de um emprego dizendo: "Se eu tenho as habilidades e as experiências necessárias, por que não tenho obtido resposta de um número maior de empregadores?". É uma pergunta justa, em especial para o grande número de pessoas desempregadas há seis meses ou mais.

O que uma pessoa que está desempregada há muito tempo precisa fazer para se destacar? Os empregadores irão ignorar esse período de desemprego? Uma nova pesquisa feita pela CareerBuilder descobriu que, atualmente, 85 por cento dos gestores de contratação são mais compreensivos com esses períodos de desemprego do que eram antes da recessão. Mas há uma ressalva importante: esse grupo precisa dar um passo além, para assegurar que seus currículos se destaquem.

Portanto, o que os gerentes de contratação recomendam? Continue ativo.

– Na mesma pesquisa feita pela CareerBuilder, 61 por cento dos entrevistados afirmaram que fazer um curso ou voltar a estudar é um bom começo. Se o tema do curso aumenta suas qualificações, essas experiências educacionais devem aparecer com destaque em seu currículo ou em sua carta de apresentação.

– Sessenta por cento dos gerentes de contratação afirmaram que trabalhos voluntários também aumentam as chances do candidato. Pessoas que procuram um emprego devem buscar um trabalho voluntário que esteja de acordo com sua trajetória profissional – e devem estar prontas para falar dele com a mesma ênfase dedicada ao resto de seu histórico.

– Setenta e nove por cento dos participantes da pesquisa afirmaram que é aconselhável aceitar trabalhos temporários ou contratos de prestação de serviço. Trabalhos temporários não existem apenas para trabalhadores em início de carreira ou para profissionais jovens. Existem oportunidades para diferentes tipos de serviços, níveis de experiência e faixas salariais.

E se uma pessoa que procura um emprego fez todas essas coisas, mas ainda assim não conseguiu uma colocação? Ainda existem duas outras estratégias que têm sido muito pouco utilizadas, de acordo com nossa pesquisa e com o relato de empregadores: o acompanhamento e a apresentação de ideias personalizadas para seu potencial empregador.

Dois terços dos trabalhadores não voltam a contatar os empregadores depois de enviar seu currículo para análise. Caso o gerente de contratação forneça dados para o contato, enviar um e-mail após uma ou duas semanas pode fazer com que ele observe seu currículo com mais atenção. Lembre-se também que os empregadores estão à procura de candidatos que fizeram uma pesquisa rigorosa acerca de sua empresa. Caso você tenha a oportunidade de ser entrevistado, prepare algumas ideias concretas a respeito dos fatores que podem garantir a sua vaga.

Um mercado de trabalho competitivo exige uma procura de trabalho dinâmica. Isso significa continuar com seu desenvolvimento profissional – não importa o que aconteça.

(Brent Rasmussen coordena o dia-a-dia da divisão norte-americana da CareerBuilder, líder global em soluções de capital humano.)
Avaliando a renda em sua estratégia de carreira

Bill Barnett

O objetivo da estratégia de carreira é gerar uma renda cada vez maior. Será? Ainda que o trabalho seja uma necessidade financeira para a maior parte das pessoas, o papel do dinheiro nas decisões de carreira é bastante complicado.

Psicólogos e economistas pesquisaram como o dinheiro afeta a felicidade e a satisfação pessoal. A maior parte deles concluiu que a renda contribui de maneira significativa para a felicidade à medida que as pessoas deixam a pobreza; que ela contribui de forma mais modesta para o bem-estar emocional à medida que a renda alcança a média da comunidade; e a felicidade deixa de aumentar depois que a renda atinge determinado ponto – cerca de 75.000 dólares por ano nos Estados Unidos, de acordo com os dados de 2008-09.

Quando estiver pensando sobre remuneração, é importante manter estes três princípios em mente:

1. Baseie sua carreira em mais do que dinheiro. Em apenas algumas ocasiões o dinheiro deve ser um fator determinante para sua carreira, e ele jamais deve ser o único fator. Se você está cogitando uma carreira que não seja empolgante, ainda que ela ofereça um salário mais alto, reflita sobre como esse emprego pode afetar suas perspectivas, sua motivação, e até mesmo o seu desempenho. O dinheiro é uma forma de mensurar o sucesso, mas certamente não é a melhor.

2. Conheça seus objetivos financeiros. Quando o assunto é salário, diferentes pessoas têm diferentes exigências. Pense no dinheiro como uma forma de suprir três tipos de necessidades: permitir que você tenha o padrão de vida que deseja; ajudá-lo a ter liberdade para fazer o que quiser; e permitir que você apoie uma causa na qual acredita. Isso fará com que você pense sobre como o dinheiro pode ajudá-lo a atingir objetivos que vão além das obrigações financeiras.

3. Faça uma reserva de capital. Talvez você tenha perdido o emprego, seu filho tenha acabado de nascer ou precise cuidar de um parente idoso. Caso você esteja em uma dessas situações, talvez sinta que precisa agarrar a primeira oportunidade que surgir, mesmo que ela não esteja diretamente ligada a sua carreira. Você se sentirá menos pressionado a fazer isso se tiver uma reserva de capital. Faça essa reserva e ganhe flexibilidade em sua carreira, sempre gastando menos do que ganha.

Não importa o que você faça, o importante é cuidar de seu estilo de vida e de sua autoestima, de forma que o dinheiro seja visto como um entre muitos fatores – e não o mais importante – na hora de determinar suas decisões de carreira.

(Bill Barnett foi o chefe de Práticas Estratégicas na McKinsey & Co. e deu aulas de estratégia de carreira para estudantes de graduação nas Universidades de Yale e Rice. Ele trabalha atualmente com a aplicação de estratégias de negócio para carreiras.)
Gestão de confrontos em equipes multiculturais

Erin Meyer

De vez em quando, um pouco de confronto é algo construtivo, não é verdade? Mas e se você vier de uma cultura na qual o confronto é considerado algo extremamente rude? Ou se você tiver pessoas com esse tipo de cultura em sua equipe? O fato é que as equipes monoculturais estão se transformando em algo do passado. Em uma recente pesquisa, 63 por cento dos entrevistados escolhidos de forma aleatória em empresas multinacionais indicaram que quase metade de suas equipes era composta por pessoas de outros países.

Como funcionam essas equipes multiculturais? Os gestores ainda podem aproveitar os benefícios da discordância em equipes com membros de diferentes nacionalidades, ainda que muitos deles possam ter atitudes diferentes em face dos confrontos? Sim, mas eles precisam ser tratados com cuidado. A seguir, algumas táticas que devem ser levadas em consideração.

1. Faça a lição de casa. Em diversas culturas asiáticas, o principal objetivo de uma reunião é chancelar formalmente uma decisão que já foi tomada ao longo de diversas pré-reuniões informais. No Japão, essa prática faz parte de um processo de aprovação mais extenso chamado "nemawashi". O mesmo tipo de cultura existe em diferentes graus na China, na Malásia, na Coreia e na Tailândia. Se você lidera uma equipe com membros de algum desses países, pense em ligar para eles antes da reunião formal para escutar sua verdadeira opinião.

2. Despersonalize o confronto. Ao invés de pedir para que as pessoas expressem suas opiniões ou de questionar suas ideias durante as reuniões, peça para que os membros de sua equipe enviem suas ideias para uma pessoa determinada, antes da reunião. Peça para que essa pessoa crie uma lista com as sugestões, sem dizer quem as enviou. Dessa forma, os participantes podem confrontar cada uma das ideias durante a reunião – sem confrontar as pessoas associadas a ela.

3. Escolha bem a sua linguagem. Tente seguir o conselho de Sean Gilbride, um americano que vive e faz a gestão de equipes no México: "Eu logo aprendi que, se quisesse encorajar o debate entre os membros da equipe, era importante usar frases como 'eu não entendi exatamente o que você quis dizer', e 'por favor, explique melhor o que você quer dizer com isso', evitando dizer 'eu discordo', o que geralmente acaba com a conversa".

(Erin Meyer é professora adjunta de comportamento organizacional especializada em gestão transcultural na INSEAD em Fontainebleau, na França. Ela também é diretora de dois cursos para executivos da INSEAD: Gerenciando Equipes Virtuais Globais e Habilidades de Gestão para Negócios Internacionais.)

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COPIADO : http://nytsyn.br.msn.com/negocios/por-dentro-dos-neg%c3%b3cios-15-04?page=4