BC reduz a previsão de crescimento do PIB a 2,5% em 2013 - Mantega: OGX foi problema à imagem do país

BC reduz previsão de crescimento do PIB de 2013 para 2,5%

Expectativa anterior da autoridade monetária era de uma expansão de 2,7%.
Nova previsão do BC está em linha com mercado financeiro e Fazenda.

Alexandro Martello Do G1, em Brasília
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O Banco Central reduziu nesta segunda-feira (30), por meio do relatório de inflação do terceiro trimestre deste ano, sua previsão para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano de 2,7% para 2,5%. Em 2012, a expansão do PIB foi de 0,9% e, no ano anterior, de 2,7%.
Segundo o BC, a produção agropecuária deverá crescer 10,5% neste ano, contra a expectativa anterior do BC de uma alta de 8,4% em 2013
A previsão do BC para a expansão do PIB de 2013 está um pouco acima do que estima o mercado financeiro, cuja expectativa de alta, feita na semana retrasada, é de 2,4% para este ano. A estimativa oficial de crescimento do PIB do governo federal, que consta no orçamento deste ano, por sua vez, também está em 2,5%.
Resultado do PIB de abril a junho
O BC lembrou que o PIB brasileiro registrou expansão de 1,5% no segundo trimestre deste ano, valor que ficou acima das expectativas dos economistas - com destaque para a alta dos investimentos no período.
"Esse resultado apoia a visão de que estaria em curso mudança
na composição da demanda agregada. Nesse sentido, o consumo continuará em crescimento, porém, em ritmo mais moderado; e, em contrapartida, os investimentos e as exportações líquidas ganhariam impulso", avaliou o BC.
Desaceleração no terceiro trimestre
Apesar da forte expansão de 1,5% do PIB de abril a junho deste ano, contra os três meses anteriores, a autoridade monetária informou que "indicadores antecedentes" apontam para desaceleração da economia no terceiro trimestre deste ano.
"Nesse sentido, por exemplo, aponta a retração na produção industrial em julho. Citem-se, ainda, os níveis relativamente baixos da confiança de empresários e famílias e a instabilidade dos mercados financeiros. Por outro lado, a atividade doméstica tende a ganhar tração no último trimestre deste ano", acrescentou o BC.
Medidas de estímulo
No decorrer do ano passado, o governo anunciou uma série de medidas para estimular a economia, como a redução do IPI para linha branca e automóveis, além do corte dos juros básicos da economia, do aumento do dólar e da redução em mais de R$ 100 bilhões dos chamados depósitos compulsórios.
O governo também reduziu, no ano passado, o IOF para empréstimos tomados pelas pessoas físicas, deu prosseguimento à desoneração da folha de pagamentos, que já conta com mais de 40 setores beneficiados, liberou mais crédito para os estados, anunciou um programa de compras governamentais de R$ 8,4 bilhões, e também tomou medidas de defesa da concorrência.
As medidas de estímulo tiveram por objetivo combater os efeitos da crise financeira internacional na economia brasileira. A crise, atualmente, ainda tem mostrado efeitos na Europa, ao mesmo tempo em que a China tem registrado expansão inferior aos últimos anos. Nos Estados Unidos, há sinais de uma pequena aceleração da economia.
Com o aumento da inflação neste ano, o governo já começou a reverter algumas das medidas de estímulo adotadas – como a queda de juros que prevaleceu em 2012. Neste ano, os juros já subiram em quatro oportunidades, para 9% ao ano. Além disso, o governo também começou a recompor o IPI da linha branca.
Componentes do PIB
Segundo o BC, a produção agropecuária deverá crescer 10,5% neste ano, contra a expectativa anterior do BC de uma alta de 8,4% em 2013.
"O aumento anual da produção da indústria está estimado em 1,1% (1,2% no último relatório), resultado de variações respectivas de -2,8%, 1,5% e 1,9% nas indústrias extrativa, de transformação e da construção civil (-3,1%, 2,3% e 1,1% na estimativa anterior)", acrescentou o BC.
Já o crescimento do setor de serviços em 2013 está projetado em 2,3%, contra 2,6% de expansão no relatório anterior, feito em junho deste ano.
"No âmbito da demanda agregada, ressalte-se a redução, de 2,6% para 1,9%, na projeção para o consumo das famílias, compatível com a moderação do mercado de trabalho. A projeção para o consumo do governo passou de 2,4% para 1,8% e a relativa à formação Bruta de Capital Fixo (investimentos), de 6,1% para 6,5%", avaliou a autoridade monetária.
A contribuição da demanda interna para a expansão do PIB em 2013 é estimada em 3,5 pontos percentuais e a do setor externo, em -1 ponto percentual.

30/09/2013 11h02 - Atualizado em 30/09/2013 12h24

Situação da OGX já causou problema à imagem do país, diz Mantega

'Espero que eles consigam se ajeitar o mais rápido possível', afirmou.
Para ministro, grupo EBX, de Eike Batista, precisa 'estancar sangria'.

Gabriela Gasparin Do G1, em São Paulo
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Ministro da Fazenda, Guido Mantega, em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (30) (Foto: Gabriela Gasparin/G1)Ministro da Fazenda, Guido Mantega, em coletiva
de imprensa nesta segunda-feira (30)
(Foto: Gabriela Gasparin/G1)
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta segunda-feira (30) que a situação da petroleira OGX, do empresário brasileiro Eike Batista, já causou problema para a imagem do país e para o mercado. Mantega disse esperar que as empresas do Grupo EBX se reequilibrem o mais rápido possível.
“Eu acho que a situação da OGX já causou um problema para a imagem do país e para a bolsa de valores [Bovespa], que teve uma deterioração. Não agora, porque ela está subindo, mas [a bolsa] teve uns 10% de queda por causa dessas empresas [do Grupo EBX].”
Mantega afirmou esperar que “essas empresas do grupo EBX se reequilibrem “o mais rapidamente possível”.
“Espero que eles consigam se ajeitar o mais rápido possível, estancar essa sangria, que isso continua atrapalhando o desempenho da economia brasileira e arranha nossa reputação na bolsa de valores, que é muito boa", afirmou.
O ministro disse que a bolsa de mercadorias e futuros brasileira é uma das melhores do mundo, uma das mais líquidas e das mais seguras do mundo. "Claro que você pode ter uma empresa que não tenha um desempenho suficiente, que deixa a desejar, e nos atrapalha.”
O ministro voltou a afirmar que não cabe ao governo atuar para tentar estancar o sentimento negativo em relação ao Brasil causado pela OGX. "Eu não sei bem qual é a solução que está sendo buscada. É uma solução de mercado, não é o governo que deve fazer alguma coisa."
Ele tinha declarado opinião semelhante na semana passada, em Nova York.
Bovespa
Há um mês, o presidente da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), Edemir Pinto, negou que o desempenho negativo das "empresas X", do empresário Eike Batista, teria “manchado” a imagem da instituição no exterior, mas admitiu ter ficado frustrado com os resultados.
COPIADO  http://g1.globo.com/economia

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