Dicas de portugues. Quando usar 'há' ou 'a'? Tire dúvidas Quando escrever 'senão' OU 'se não'? Quando usar 'há' ou 'a'? Sentar-se à mesa ou sentar-se na mesa? Eu me lembro disso OU eu lembro isso?

  • Editoria de Arte/G1

    SÉRGIO NOGUEIRA

    Quando usar 'há' ou 'a'? Tire dúvidas
    Terça-feira, 19/05/2015, às 14:00, por Sérgio Nogueira

    Quando escrever 'senão' OU 'se não'?

    Vamos resolver uma dúvida que vira e mexe nos atormenta na hora de escrever. Quando devo escrever SENÃO junto e quando devo escrever SE NÃO separado?
    Por exemplo, na frase “Fale alto, SENÃO ninguém vai ouvir”, você escreveria esse SENÃO junto ou separado?
    Achou difícil? Então anote a dica. Escreva SENÃO tudo junto quando significar DO CONTRÁRIO.
    Assim, na frase “Fale alto, SENÃO ninguém vai ouvir”, devemos escrever esse SENÃO tudo junto, pois tem o sentido de “Fale alto, DO CONTRÁRIO ninguém vai ouvir”.
    Devemos escrever SE NÃO separado quando pudermos substituir por CASO NÃO. Veja a frase: “Se não chegar a tempo, perderá o trem”. Esse SE NÃO é separado porque é o mesmo que dizer: “Caso não chegue a tempo, perderá o trem”.
    Uma observação importante: no primeiro exemplo, poderíamos escrever SE NÃO (separado) se houvesse um vírgula logo a seguir.
    Na frase “Fale alto, SE NÃO, ninguém vai ouvir”, é possível interpretarmos a frase assim: “Fale alto, SE NÃO (falar alto = CASO NÃO fale alto), ninguém vai ouvir.
    Ele está entre mim e você OU entre eu e você?
    Vamos lembrar o emprego dos pronomes MIM e EU. Vejamos como usar os pronomes depois da preposição ENTRE.
    Por exemplo, você diria: “Não há problema algum entre MIM e meus alunos” OU “Não há problema algum entre EU e meus alunos”?
    Segundo a norma culta, o correto é “Não há problema algum entre MIM e meus alunos”.
    Só devemos usar o pronome EU quando ele for o sujeito da oração. Nesse caso, isso só vai acontecer quando houver um verbo no infinitivo depois do pronome.
    Veja o exemplo:
    “Não há diferença entre EU LAVAR a louça e você arrumar a casa”.
    Mas cuidado! Se não houver verbo depois do pronome, o correto é dizer entre MIM e VOCÊ ou entre MIM e ELE. E não adianta inverter, nada muda. Tanto faz dizer: “Não há problema algum entre MIM e meus alunos” como dizer “Não há problema algum entre meus alunos e MIM”.
    Cinquenta OU cincoenta?
    Você alguma vez já ficou em dúvida na hora de preencher um cheque, pois não sabia como escrever determinado número por extenso?
    Isso é muito frequente, pois como geralmente escrevemos os números com algarismos, é comum aparecer a dúvida na hora de escrever alguns números por extenso.
    Várias pessoas escrevem CINCOENTA com as letras C e O, pois acreditam que essa palavra deriva da palavra CINCO. Mas isso não é verdade.   
    A palavra CINQUENTA deve ser escrita com QU e sem trema, que foi abolido na última reforma ortográfica.
    A palavra CINCOENTA com C e O não tem registro em nossos dicionários.
    Já o numeral CATORZE aceita duas grafias e duas formas de se pronunciar: pode-se escrever com QU e aí devemos dizer QUATORZE. Ou podemos escrever com C e, nesse caso, a pronúncia é CATORZE. Você escolhe!

    Zero grau OU zero graus?
    Certamente, ninguém se confunde ao empregar a palavra grau no singular e no plural, não é mesmo? Todos dizem que em Manaus faz 30 GRAUS e que no alto da serra a temperatura pode chegar a um GRAU.
    E se o termômetro chegar a zero? Você diria que está fazendo zero grau ou que está fazendo zero graus?
    Perceba que a palavra ZERO representa um numeral sem valor absoluto, indica uma quantidade inexistente. Assim, por não haver o sentido de pluralidade de elementos, o número ZERO deve ser considerado singular.
    Diga, portanto, que o termômetro marcou ZERO GRAU, que ele chegou à ZERO HORA e que ele gastou ZERO REAL.
    E já que estamos falando da palavra ZERO, lembre-se de que você deve escrever ZERO-QUILÔMETRO com hífen e nunca no plural.
    Diga que comprou dois carros zero-quilômetro.
    • por Sérgio Nogueira

      Quando usar 'há' ou 'a'?

      Existem algumas palavras da nossa língua que só dão problema na hora de escrever. Isso acontece muito com as palavras têm o mesmo som, mas grafia e significado diferentes.
      Os exemplos de casos em que isso acontece são muitos, mas hoje vamos nos concentrar numa duplinha que nos atormenta: a diferença entre HÁ com agá e A sem agá.
      A dica mais importante para entender a diferença entre eles é lembrar que HÁ com agá é verbo (forma do verbo HAVER) e por isso pode ser substituído por outro verbo.
      Assim, devemos escrever com agá:
      “Há dúvidas na prova”.
      Nesse caso, podemos substituir o HÁ pelo verbo existir: “Existem dúvidas na prova”.
      Na frase “Há muito tempo não o vejo”, também é com agá, pois podemos dizer: “Faz tempo que não o vejo”.
      Já na frase “Estamos a dois minutos de casa”, o A deve ser escrito sem agá, pois não pode ser substituído por um verbo. Não tem sentido dizer: "Estamos faz dois minutos de casa" ou "Estamos existem dois minutos de casa".
      Trata-se da preposição “A”. Podemos usar quando nos referimos à distância ou a tempo futuro: “Estamos a vinte quilômetros do aeroporto”, “Ele chegará ao trabalho daqui a dez minutos”.

      Goteira no teto!

      Falar a nossa língua materna, geralmente, não exige muito esforço. Agora, falar BEM a nossa língua exige alguns cuidados. O problema é que para falar BEM devemos estar sempre muito atentos. E essa atenção não se limita apenas a estrutura da língua. Devemos também estar atentos para não sermos redundantes. Ou seja, para não ficarmos repetindo desnecessariamente as ideias, o que é muito comum numa fala mais descontraída.
      Onde está o problema da frase:
      Havia goteiras no teto do quarto?
      Além do pinga-pinga que acaba com a paciência de qualquer pessoa, o problema dessa frase está no fato de que só existe goteira no teto.
      Não existem goteiras nas paredes e muito menos no chão, ou você consegue imaginar água pingando de baixo para cima?
      Assim, bastaria dizer apenas que “Havia goteiras no quarto”.

      Ciúme OU ciúmes?
      Com frequência me perguntam se a palavra ciúme pode ser usada no plural: CIÚMES.
      Será que existem dois ciúmes? Estranho, não é mesmo?
      O caso é que a palavra CIÚMES existe sim. Você pode sentir ciúme ou ciúmes de alguém.
      O que você não pode é misturar o singular com o plural e dizer que sente MUITO CIÚMES. Isso seria a mesma coisa que dizer que sente MUITO MEDOS!
      Assim, se você optar por empregar a palavra no plural: CIÚMES, não se esqueça de também colocar no plural o verbo, o adjetivo, o artigo...
      Diga:
      Ele tem UNS ciúmes do carro! OU Ele tem UM ciúme do carro!
      Os ciúmes do meu filho são exagerados OU O ciúme do meu filho é exagerado.
      O mesmo acontece com a palavra SAUDADE. Podemos escolher empregá-la no singular ou no plural: SAUDADE ou SAUDADES. Só não pode deixar de fazer a concordância correta com o verbo, o adjetivo e o artigo.
      Senti MUITA saudade OU MUITAS saudades de você.
      AS saudades me deixam triste...
      Aceito OU aceitado?
      Qual é a forma do particípio que devemos usar quando o verbo apresenta duas opções?
      Vamos pegar como exemplo o verbo ACEITAR que tem duas formas corretas para o particípio: ACEITO e ACEITADO.
      O problema é saber em que situações devemos empregar a forma irregular ACEITO e em que situações a forma regular ACEITADO.
      Você, por exemplo, diria:
      “Ele tinha aceitado a recompensa” OU “Ele tinha aceito a recompensa”?
      O correto, nesse caso, é “Ele tinha ACEITADO a recompensa”.
      A regra é simples.
      Quando o verbo tem dois particípios, como o verbo ACEITAR, devemos usar a forma regular (aquela terminada em -ado ou -ido) com os auxiliares TER e HAVER. Por isso, o correto é: Ele tinha aceitado a recompensa.
      Com os verbos auxiliares SER e ESTAR, devemos usar a forma irregular ACEITO, como nas frases:
      O seu pedido está aceito.
      Ele foi aceito pelo grupo.
      • Sentar-se à mesa ou sentar-se na mesa?

        Vamos observar um vício de linguagem tão comum no nosso dia a dia que muitos já nem percebem a inadequação. Você, por exemplo, sabe onde está o problema na frase: Ele sentou na mesa para almoçar?
        Descobriu? Rigorosamente são dois problemas.
        O primeiro é o verbo SENTAR que, no sentido de apoiar as próprias nádegas no assento, é pronominal, ou seja, deve ser conjugado com os pronomes ME, TE, SE, NOS E VOS.
        Devemos dizer:
        Eu ME sento; tu TE sentas, ele SE senta, nós NOS sentamos, eles SE sentam.
        O verbo SENTAR não é pronominal quando tem o sentido de “colocar”, como na frase: Ele sentou pedras e tijolos na beira do rio.
        Vamos, agora, ao outro problema da frase. Se você pretende comer, é melhor sentar-se À mesa. Seria muito deselegante você sentar-se na mesa, ocupando o lugar dos pratos e talheres.
        “Sentar-se NA mesa é SOBRE a mesa”. Para comer, é recomendável que “nos sentemos À mesa”.
        É o mesmo caso de “Sentar-se NO piano”. Só se for sobre o piano. Para tocar, devemos dizer que “Ele se sentou ao piano”.
        Todos nós podemos nos sentar NO sofá, NA cadeira, NO chão...
        Perda OU perca?
        É uma confusão muito comum que as pessoas fazem com as palavras PERDA e PERCA.
        Você sabe a diferença entre as duas?
        Você diria que seu carro teve perda total ou perca total?
        O correto é dizer que seu carro teve perda total. E você sabe por quê? Observe a diferença entre essas duas palavras, para nunca mais errar na hora de empregá-las.
        PERDA é um substantivo e tem o sentido de DEIXAR DE TER ALGO, DEIXAR DE CONVIVER COM ALGUÉM ou ainda de PREJUÍZO, DE DESTRUIÇÃO.
        A frase “Sentiu muito a perda da casa e dos amigos” quer dizer que ele deixou de ter a casa e deixou de conviver com os amigos.
        A palavra PERCA é uma forma do presente do subjuntivo do verbo PERDER:
        “Talvez eu perca o começo do filme.”
        “Você quer que seu time PERCA o campeonato?”
        “Nunca perca seu bom humor!”
        Este OU esse?
        Agora a dúvida é o uso dos pronomes ESTE e ESSE.
        Qual frase você considera correta:
        “Alguém leu ESTE relatório que está na minha mão?” ou “ESSE relatório que está na minha mão?”
        O correto, segundo nossa tradição gramatical, é ESTE relatório que está na minha mão. O pronome ESTE deve ser usado para indicar algo que está próximo da pessoa que fala.
        Se o relatório estivesse perto da pessoa que ouve a frase, deveríamos dizer: ESSE relatório que está na sua mão.
        O pronome AQUELE indica algo que está distante de quem fala e de quem ouve. Como na frase:
        Você leu AQUELE relatório que está na mesa do chefe?
        Assim, guarde a regrinha:
        Os pronomes ESTE, ESTA e ISTO indicam o que está próximo da pessoa que fala.
        Os pronomes ESSE, ESSA e ISSO indicam o que está próximo da pessoa que ouve.
        E os pronomes AQUELE, AQUELA e AQUILO indicam o que está longe dos dois.
        Se eu mantesse OU se eu mantivesse?
        Vejamos uma dúvida clássica: a conjugação verbal.
        Já perdi a conta de quantas vezes alunos, amigos e leitores me perguntaram como se faz a conjugação do verbo MANTER. A forma que mais atormenta nossos amigos é a do imperfeito do subjuntivo.
        Qual a forma correta entre:
        Se ele mantesse a calma, tudo se esclareceria OU Se ele mantivesse a calma, tudo se esclareceria?
        A resposta para essa dúvida é muito simples. Basta lembrarmos que o verbo MANTER é derivado do verbo TER. E, por isso, deve seguir o mesmo modelo de conjugação.
        Assim, se dizemos “Se ele TIVESSE calma”, devemos dizer “Se ele MANTIVESSE a calma”.
        O mesmo esquema vale para outros verbos derivados do verbo TER, como: RETER, CONTER, DETER, ENTRETER...
        Devemos, portanto, dizer: se ele retivesse, detivesse, contivesse, entretivesse, obtivesse... por Sérgio Nogueira
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    • Eu me lembro disso OU eu lembro isso?

      Todos conhecem os verbos LEMBRAR e ESQUECER. Mas, talvez, o que muitos não saibam é que devemos tomar cuidado na hora de empregar esses verbos.
      É preciso ficar atento, principalmente, para ver se eles devem vir ou não acompanhados da preposição DE.
      Por exemplo, você diria: Eu nunca esqueço DO aniversário dos meus amigos OU Eu nunca esqueço O aniversário dos meus amigos?
      Aqui, o correto é: Eu nunca esqueço O aniversário dos meus amigos.
      Isso acontece, porque os verbos LEMBRAR e ESQUECER só devem vir acompanhados da preposição DE quando forem empregados na sua forma pronominal, ou seja, quando usarmos as formas: eu ME lembro DE, ele SE esquece DE, nós NOS lembramos DE, eles SE esquecem DE.
      Se usarmos esses verbos desacompanhados dos pronomes ME, SE e NOS, não usamos a preposição DE. Assim, está igualmente correto dizer:
      “Eu sempre lembro o aniversário dos meus amigos” e “Eu sempre ME lembro DO aniversário dos meus amigos”.
      Ano-novo OU ano novo?
      É muito comum, em dezembro, desejarmos e ouvirmos os votos de feliz Natal e próspero ano-novo. O problema é quando vamos escrever esses votos. O primeiro problema que surge é com a palavra Natal que deve ser escrita com N maiúsculo, pois se trata do nome da festa em que se comemora o nascimento de Jesus.
      O outro problema é decidir se devemos escrever ano-novo com hífen ou sem hífen. As duas formas existem, mas querem dizer coisas diferentes. Ano novo sem hífen significa um novo ano. Você pode escrever:
      Espero que neste ano novo (sem hífen) eu consiga arrumar um emprego. O presidente prometeu para o ano novo mais investimentos na saúde.
      Note que, nesses casos, não se trata da festa de réveillon, mas sim do novo ano que está começando. Quando a intenção for referir-se à celebração da passagem de ano, à festa de réveillon, devemos escrever "ano-novo" com hífen.
      Os dois João OU os dois Joões?
      Você alguma vez já esteve naquela situação embaraçosa de não saber se deve colocar um nome próprio no plural ou deixá-lo no singular?
      Por exemplo, como você diria:
      Hoje é aniversário dos dois Joões OU Hoje é aniversário dos dois João?
      Para você não passar mais por essa situação desconfortável de não saber como falar, lembre-se de que os nomes próprios estão sujeitos às mesmas regras de formação de plural que as outras palavras da nossa língua.
      Assim, se dizemos: um cartão/dois cartões e um feijão/dois feijões, devemos dizer: um João/dois Joões; uma Maria/três Marias; um Cléber/vários Cléberes; uma Cláudia/duas Cláudias...
      Agora, cuidado (com exceção do plural de Luís que é Luíses) os nomes que terminam com S ou Z não variam sua forma no plural. Diga: os dois Rodrigues, dois Carlos, os Muniz, os Lopes...
      Viagem OU viajem?
      A palavra VIAGEM se escreve com G ou com J? As duas formas existem, mas é preciso tomar cuidado, pois VIAGEM com G é uma coisa e VIAJEM com J é outra.
      Devemos escrever VIAGEM com G quando se tratar do substantivo, ou seja, quando antes da palavra VIAGEM tiver:
      a) um artigo:
      Essa foi A viagem dos meus sonhos.
      b) um numeral:
      Fiz DUAS viagens a Manaus.
      c) um pronome:
      MINHA viagem foi inesquecível.
      Mas devemos escrever VIAJEM com J quando se tratar do verbo VIAJAR na terceira pessoa do plural do presente do subjuntivo. Nesse caso, geralmente, a palavra VIAJEM vem precedida das palavras QUE ou TALVEZ.
      Assim, nas frases:  “Espero que vocês viajem em paz” e “Talvez as crianças viajem nas férias”.
      Então não esqueça: VIAGEM com G é substantivo: A viagem foi ótima; e VIAJEM com J é verbo: Quero que vocês viajem bem cedinho.

    copiado  http://g1.globo.com/educacao/blog/dicas-de-portugues

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