Cimeira de líderes não terá "solução mágica" para a Grécia

Extrema-direita pela primeira vez num governo da Dinamarca


Partido eurocético tornou-se a segunda força política do país. Líder liberal chamado a formar o novo executivo terá de ceder a muitas das reivindicações dos populistas.



Cimeira de líderes não terá "solução mágica" para a GréciaCimeira de líderes não terá "solução mágica" para a Grécia

Cimeira de líderes não terá "solução mágica" para a Grécia

Hoje
Atenas assinou acordo de 2 mil milhões de euros com Moscovo para novo gasoduto. Bruxelas quer compromisso na zona euro
  • "Se 2ª feira não houver acordo não significará a saída do euro"


    por Ana Meireles com João Francisco Guerreiro, em Bruxelas  
    Cimeira de líderes não terá "solução mágica" para a Grécia
    Fotografia © EPA/MIKHAIL KLIMENTIEV / RIA NOVOSTI / POOL
    Atenas assinou acordo de 2 mil milhões de euros com Moscovo para novo gasoduto. Bruxelas quer compromisso na zona euro
    O presidente do Conselho Europeu quer que a cimeira extraordinária de líderes da zona euro de segunda-feira sirva para que as partes envolvidas percebam as posições umas das outras e as consequências das decisões que tomarem. Mas avisou que se deve perder "quaisquer ilusão" que deste encontro sairá uma "solução mágica" para a situação da Grécia, que está "a tornar-se crítica".
    "O chicken game precisa de acabar, bem como o jogo da culpa. Porque isto não é um jogo e não há tempo para quaisquer tipo de jogos. É a realidade com possíveis consequências reais, primeiro e acima de tudo, para o povo grego", afirmou ontem Donald Tusk.
    Tendo em mente que o programa de resgate de Atenas termina no próximo dia 30, data em tem também de pagar 1,6 mil milhões de euros ao FMI, o líder europeu sublinhou que "estamos a chegar ao ponto em que o governo grego terá de escolher entre aceitar aquilo que considero ser uma boa oferta de apoio continuado ou caminhar para o incumprimento".
    "No final do dia, esta é e só pode ser uma decisão e uma responsabilidade grega. Ainda há tempo, mas apenas alguns dias. Vamos usá-los de forma sábia", acrescentou Tusk, adiantando que discutiu ontem a situação da Grécia com o presidente do BCE, Mario Draghi, a diretora-geral do FMI, Christine Lagarde, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, e o líder do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem para "preparar a Cimeira Europeia de segunda-feira", referindo que os convidou para o referido encontro.
    Já o primeiro-ministro grego enviou ontem um recado a partir da Rússia, país que classificou de "amigo histórico": a Europa já não é o centro do mundo.
    "O mundo mudou depois da crise de 2008. Na Europa temos a ilusão de que somos o umbigo do mundo, cooperando apenas com os nossos vizinhos diretos. Mas o centro do mundo mudou de lugar, há novas forças a nível político e económico. As relações internacionais adquiriram um carácter multipolar", afirmou o primeiro-ministro numa intervenção no Fórum Económico de São Petersburgo.
    Alexis Tsipras sublinhou ainda que "a União Europeia deve regressar aos seus princípios de solidariedade e justiça social" e que a situação do seu país "não é um problema grego, mas sim europeu". E classificou a política económica de "apertar o cinto", imposta por Berlim e Bruxelas, como "um caminho que não leva a lado nenhum".
    Atenas conseguiu ontem um acordo de dois mil milhões de euros sobre a extensão do gasoduto russo na Grécia, acordo que não é bem-visto em Bruxelas. Tsipras foi recebido por Vladimir Putin durante uma hora e meia e disse esperar que este projeto, cujo financiamento será avançado por Moscovo, abra a porta a "vastas possibilidades de cooperação". "Sabemos a situação difícil em que estão e em que o vosso povo se encontra", afirmou por sua vez o chefe de Estado russo, que se congratulou com o reforço "de iniciativa grega" da cooperação entre os dois países.
    A Comissão Europeia procurou ontem esconder o incómodo com a visita de Tsipras a Moscovo, não querendo acrescentar "especulação" à possibilidade de a Rússia ajudar a Grécia financeiramente.
    "A Comissão tem apenas um objetivo, que é o que uma Grécia estável, sólida, próspera, capaz de gerar empregos e crescimento sustentável de que os cidadãos precisam. Uma Grécia que respeite os compromissos e que permaneça firmemente dentro da zona euro", disse ontem o porta-voz da Comissão, Margaritis Schinas. Este adiantou que o presidente da Comissão, Jean-Claude Juncker, está empenhado em encontrar uma solução e "estará em contacto" com Tsipras. 
    "O presidente Juncker esteve esta manhã ao telefone (...) com os líderes implicados nas negociações com a Grécia. Falou com a chanceler Merkel, com o presidente Hollande, com o primeiro-ministro da Holanda, o senhor Rutte. E estará em contacto, ao longo do dia [ou] do fim de semana, com o primeiro-ministro [grego]", adiantou o porta-voz.

     copiado   http://www.dn.pt/inicio/globo

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