Líder do Eurogrupo coloca limite à Grécia: "Temos que encontrar uma solução amanhã" Tsipras recusa "ultimatos e chantagem" dos parceiros europeus

Líder do Eurogrupo coloca limite à Grécia: "Temos que encontrar uma solução amanhã"

Líder do Eurogrupo coloca limite à Grécia: "Temos que encontrar uma solução amanhã"


A data limite justifica-se porque as medidas ainda têm que ser aprovadas pelos parlamentos nacionais antes do fim do resgate atual, na terça-feira.
  • Tsipras recusa "ultimatos e chantagem" dos parceiros europeus
  • Com acordo no sábado, Atenas receberá financiamento do BCE a tempo de pagar ao FMI
  • Grécia: Merkel avisou que tem que haver acordo até segunda-feira


    por Lusa  
    Líder do Eurogrupo coloca limite à Grécia: "Temos que encontrar uma solução amanhã"
    Fotografia © EPA/JULIEN WARNAND
    A data limite justifica-se porque as medidas ainda têm que ser aprovadas pelos parlamentos nacionais antes do fim do resgate atual, na terça-feira.
    Um acordo entre a Grécia e os seus credores, que poderá evitar o incumprimento financeiro, deverá ser encontrado no sábado para de seguida poder ser aprovado pelos parlamentos nacionais, disse hoje o líder do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem.
    "Temos de encontrar uma solução amanhã [sábado] pela simples razão de que precisa ser aprovado pelos parlamentos: primeiro o Parlamento grego e, em seguida, pelos parlamentos dos vários Estados-membros", defendeu aos Dijsselbloem, em declarações aos jornalistas em Haia.
    O Eurogrupo volta a reunir-se, em Bruxelas, no sábado às 17.00 (16.00 em Lisboa) para uma nova ronda de negociações sobre a questão da Grécia, noticiou hoje a AFP, citando fonte comunitária.
    Esta reunião - a quarta na mesma semana e quinta em dez dias - tem lugar a três dias do final do prazo para o pais receber ajuda financeira e pagar ao Fundo Monetário Internacional (FMI).
    "Basicamente, a única coisa de que precisamos é de um acordo que permita à Grécia a recuperação, e isso exige que sejam feitas várias ações, mais do lado das reformas do que dos cortes no orçamento", acrescentou Jeroen Dijsselbloem.
    Se houver entendimento na reunião de sábado dos ministros das Finanças da zona euro, as medidas acordadas entre Atenas e os credores devem ir ao Parlamento grego na segunda-feira, a tempo de estarem aprovadas até terça-feira, data em que termina a extensão do atual programa de resgate e é libertada uma verba de 7,2 mil milhões de euros e quando a Grécia tem de pagar 1,6 mil milhões de euros ao FMI.
    As fontes do Governo grego afirmaram estar convencidas de que o Parlamento aprovará o plano com o apoio dos deputados dos dois partidos que suportam a coligação governamental: o Syriza e os Gregos Independentes.
    Caso não haja acordo no Eurogrupo deste sábado, deverá haver uma cimeira de emergência sobre a Grécia no domingo.
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Tsipras recusa "ultimatos e chantagem" dos parceiros europeus

Tsipras recusa "ultimatos e chantagem" dos parceiros europeus


"Especialmente nestas horas cruciais", disse o primeiro-ministro grego, não se devem pôr em risco os princípios da União Europeia.
  • Líder do Eurogrupo coloca limite à Grécia: "Temos que encontrar uma solução amanhã"


    por LUSA  
    Tsipras recusa "ultimatos e chantagem" dos parceiros europeus
    Fotografia © REUTERS/Philippe Wojazer
    "Especialmente nestas horas cruciais", disse o primeiro-ministro grego, não se devem pôr em risco os princípios da União Europeia.
    O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, recusou hoje "os ultimatos e a chantagem" a que considera estar a ser sujeito pelos seus parceiros europeus, denunciando a pressão a que se sente submetido para aceitar um acordo.
    A Europa, salientou, "não foi fundada sob chantagem e ultimatos. Especialmente nestas horas cruciais, ninguém tem o direito de colocar em perigo estes princípios".
    Tsipras falava em conferência de imprensa no final do Conselho Europeu, dominado pelo problema financeiro da Grécia, apesar de este não estar na agenda oficial.
    O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, também em conferência de imprensa, negou que tenha sido feito qualquer ultimato à Grécia.
    Na reunião de sábado [do Eurogrupo] iremos tentar aproximar posições, o que não vai ser fácil. Quem está a fazer chantagem com quem?", questionou.
    "É antieuropeu dar ao povo grego a impressão de que houve um ultimato e é antieuropeu não dar ouvidos aos outros", considerou ainda Juncker, sublinhando que o que está em causa é o povo grego e não o seu Governo.
    Por seu lado, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, reconheceu haver pressão sobre o primeiro-ministro grego, mas que esta se deve ao "esgotar do tempo".
    "Estamos a três dias do fim do jogo, não é chantagem política, é um facto, terça-feira é um dia crítico para a Grécia se não houver um acordo com os credores", acrescentou Tusk.
    A próxima reunião do Eurogrupo foi antecipada para as 14.00 (13.00 de Lisboa) de sábado, segundo fonte oficial.
    Este novo encontro dos ministros das Finanças da zona euro - o quarto na mesma semana e o quinto em dez dias - tem como objetivo chegar a um acordo com a Grécia quanto às medidas a adotar pelo país e acontece a três dias do final do prazo para Atenas pagar cerca de 1,6 mil milhões de euros ao Fundo Monetário Internacional (FMI).
    Segundo fontes diplomáticas, se houver acordo e se o parlamento grego passar as medidas domingo ou segunda-feira, serão desbloqueados imediatamente para a Grécia 1.800 milhões de euros de lucros que o Banco Central Europeu (BCE) fez com a dívida pública helénica, a tempo de Atenas pagar o dinheiro devido ao FMI, cujo prazo termina a 30 de junho, na terça-feira.
    A proposta dos credores passa ainda por mais financiamento até novembro, mês até ao qual deverá ser estendido o atual programa de resgate.
    No total, poderão ir para os cofres helénicos 15,5 mil milhões de euros nos próximos cinco meses, para fazer face às obrigações financeiras para com o FMI e o BCE, mas sendo a libertação desse dinheiro - que irá ser feita por tranches - sempre condicionada à execução das medidas eventualmente acordadas.


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