Corrupção no Futebol Suíça acha 53 transações suspeitas ligadas às Copas de 2018 e 2022


Corrupção no Futebol

Suíça acha 53 transações suspeitas ligadas às Copas de 2018 e 2022

Informações foram obtidas, segundo a Procuradoria Geral suíça, em 104 negociações fornecidas por bancos em parceria com serviços de combate à lavagem de dinheiro
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  • Suíça identifica 53 transações suspeitas sobre Copas de 2018 e 2022

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    O Ministério Público da Suíça anunciou nesta quarta-feira (17) que identificou 53 movimentações bancárias suspeitas em relação às investigações sobre as Copas do Mundo de 2018 e 2022.
    As informações foram obtidas, segundo a procuradoria, com base em 104 transações fornecidas por bancos em parceria com serviços de combate à lavagem de dinheiro no país.
    O procurador-geral suíço, Michael Lauber, fez um pronunciamento sobre a ação criminal aberta no dia 10 de março em relação à suspeita de compra de votos no processo de escolha das candidaturas das Copas de 2018 (Rússia) e 2022 (Qatar).
    Assim como o órgão havia informado anteriormente, ele destacou que não descarta ouvir o presidente da Fifa, Joseph Blatter, assim como o secretário-geral da entidade, Jérome Valcke.
    "Haverá entrevista formal com todas as pessoas relevantes. Por definição, isso não exclui entrevistar o presidente da Fifa e [ou] seu secretário-geral", afirmou o procurador.
    No comunicado, ele evitou dar mais detalhes da investigação e ressaltou que, por enquanto, não há qualquer relação com o procedimento aberto pelas autoridades americanas e que levou à prisão de sete dirigentes da Fifa no mês passado em Zurique, entre eles o ex-presidente da CBF José Maria Marin. Lauber disse que a Suíça não compartilhará automaticamente informações com os Estados Unidos.
    A investigação, informou a procuradoria, tem sido baseada no relatório de 350 páginas do promotor americano Michael Garcia, que apurou o caso para a própria Fifa até o ano passado, além de dados fornecidos pelos serviços de inteligência financeira da Suíça.
    "Nossa investigação é de grande complexidade e muito substancial", afirmou o procurador.
    Segundo ele, as investigações envolvem nove terabytes de arquivos coletados, parte deles na própria sede da Fifa no dia 27 de maio. Lauber ressaltou a necessidade de manter em sigilo as investigações e pediu "paciência".
    O promotor Michael Garcia deixou o Comitê de Ética da entidade por discordar da postura de não tornar público o seu documento. No relatório, Garcia aponta irregularidades no processo eleitoral de escolha das sedes da Copa. Entre os investigados estão os membros do Comitê Executivo da Fifa na época da eleição, em 2010, como o ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira.
    A investigação conduzida por Garcia levantou suspeitas, por exemplo, sobre o amistoso entre Brasil e Argentina realizado em 17 de junho no Qatar e que teria servido como uma forma de repasse de US$ 2 milhões para a AFA (Associação Argentina de Futebol). A partida foi realizada duas semanas antes de o país árabe ser eleito como sede da Copa.
    Assim como Teixeira, o então presidente da AFA Julio Grondona admitiu ter votado a favor do Qatar.
    No fim de 2014, o comitê de ética da Fifa citou o amistoso num relatório sobre as denúncias de corrupção na escolha das sedes. O documento diz que a partida serviu para o repasse de dinheiro para a AFA, mas absolve a candidatura Qatar-2022 de ter usado essa transação para comprar voto.
    No dia 12 de junho, a imprensa da Suíça revelou que a procuradoria também coletou informações na empresa de marketing esportivo Kentaro, ligada à organização da partida.
    TEIXEIRA
    Segundo a revista americana World Soccer, autoridades brasileiras descobriram evidências que ligariam Ricardo Teixeira a pagamentos feitos por empresas do Qatar que se beneficiariam da escolha do país como sede da Copa. Um indiciamento contra o ex-dirigente da CBF revelou que Teixeira tinha uma conta bancária secreta em Mônaco com € 30 milhões (mais de R$ 105 milhões, no câmbio atual), diz a revista.
    Conforme revelou a Folha, um relógio de ouro foi o presente oferecido pelo então emir do Qatar Hamad bin Khalifa Al Thani a cada um dos dirigentes sul-americanos ao fecharem o apoio do continente à candidatura do país árabe para sediar a Copa de 2022. A luxuosa peça foi entregue no dia 19 de janeiro de 2010, num almoço na sede do Itanhangá Golf Club, no Rio, organizado por Ricardo Teixeira, então presidente da CBF e cabo eleitoral da candidatura qatariana.
    Os indiciados
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     copiado  http://www1.folha.uol.com.br/

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