GOLPISTA NO BRASIL, TEMER PEDE DIRETAS NA VENEZUELA

Fotos: Presidência / Reuters



Rejeitado por 78% dos brasileiros, que defendem sua cassação imediata, Michel Temer disse que o problema da Venezuela só será resolvido com novas eleições presidenciais; ele disse esperar que, "muito proximamente, haja uma solução pacificadora na Venezuela por meio de eleições livres e com aplicação plena dos princípios democráticos"; curiosamente, é isso o que pensam também 90% dos brasileiros, que, segundo a mesma pesquisa Vox Populi, também querem eleições diretas no Brasil; neste sábado 22, até o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO), que apoiou o golpe de 2016, defendeu eleições gerais; Temer foi citado por executivos da Odebrecht como responsável por uma propina de US$ 40 milhões para o PMDB
247 – Beneficiário do golpe articulado pelo ex-deputado Eduardo Cunha, condenado a 15 anos de prisão, e pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG), recordista em inquéritos na Lava Jato, Michel Temer defendeu neste sábado 22 eleições diretas... na Venezuela.
Em entrevista à Agência Efe, ele disse que espera por uma solução pacificadora para a crise no país e afirmou que ela só será resolvida com "eleições livres". Segundo ele, se elas não ocorrerem, o país perderá as "condições de convivência" no Mercosul.
Temer ressaltou o que definiu como "preocupação profunda" que tem em relação ao "povo venezuelano" e disse esperar que, "muito proximamente, haja uma solução pacificadora na Venezuela por meio de eleições livres e com aplicação plena dos princípios democráticos".
Curiosamente, no Brasil, onde 78% querem a cassação do mandato de Temer pelo TSE, segundo pesquisa Vox Populi, 90% dos cidadãos defendem o mesmo que Temer, mas aqui: eleições diretas para a escolha de seu substituto.
Temer chegou ao poder por meio de um golpe parlamentar que tirou uma presidente eleita, Dilma Rousseff. Segundo pesquisa CNI/Ibope divulgada no fim de março, 55% consideram a gestão Temer ruim ou péssima e 79% não confiam no peemedebista.
Na entrevista, Temer comentou ainda sobre a entrada de venezuelanos no Brasil, por meio de Roraima, diante da crise, e contou que o governo brasileiro tentou mandar ajuda humanitária ao país, com medicamentos que estariam em falta por lá, mas que a ajuda teria sido recusada.
A Venezuela convive há três semanas com protestos contra o governo de Nicolás Maduro, cuja violência já deixou 23 pessoas mortas. Os líderes da oposição exigem que o presidente convoque eleições gerais, liberte 100 ativistas e respeite a autonomia do Congresso, que é liderado pela oposição.
Leia mais sobre o tema em reportagens das agências Reuters e Sputnik:
Oito são eletrocutados em Caracas em meio a protestos da Venezuela

Por Eyanir Chinea e Efrain Otero
CARACAS (Reuters) - Oito pessoas foram eletrocutadas durante um incidente de saques em Caracas, disse um bombeiro nesta sexta-feira, em meio a violentos protestos contra o presidente venezuelano, Nicolas Maduro, com opositores acusando-o de tentar criar uma ditadura.
O acidente ocorreu quando um grupo de saqueadores invadiu uma padaria no bairro de El Valle, de acordo com o bombeiro, que pediu anonimato. Não foi possível confirmar imediatamente os detalhes do incidente com o hospital ou outros funcionários.
O Ministério Público disse na sexta-feira que está investigando 11 mortes em El Valle, acrescentando que "algumas" vítimas morreram ao serem eletrocutadas.
Nove pessoas foram mortas na violência associada a uma onda de manifestações anti-governo nas últimas três semanas em que manifestantes entraram em confronto com as forças de segurança.
Dezenas de empresas na área de El Valle mostraram sinais de saque, que vão desde prateleiras vazias até janelas quebradas e portões de entrada de metal torcido.
O Ministério da Informação não respondeu imediatamente a um pedido de detalhes.
As forças de segurança patrulharam grande parte de Caracas na sexta-feira, incluindo El Valle.
O governo de Maduro está resistindo até agora à pressão dos protestos mais sérios em três anos, com líderes da oposição fazendo uma série de demandas políticas, atraindo o apoio de um público irritado com a economia do país em colapso.
Os dirigentes do partido socialista descrevem os manifestantes como bandidos que estão prejudicando a propriedade pública e perturbando a ordem pública para derrubar o governo com o apoio de adversários ideológicos em Washington.
Os líderes da oposição prometeram manter seus protestos, exigindo que o governo de Maduro convoque eleições gerais, liberte quase 100 ativistas da oposição e respeitem a autonomia do Congresso liderado pela oposição.
A economia venezuelana está em queda livre desde o colapso dos preços do petróleo em 2014. O generoso programa de bem-estar financiado pelo petróleo criado pelo líder socialista Hugo Chávez, antecessor de Maduro, deu lugar a uma economia marcada pela escassez de produtos e inflação de três dígitos.
A raiva pública com a situação cresceu no mês passado quando a Suprema Corte, tida como próxima do governo, assumiu poderes do Congresso. Os protestos foram cresceram quando o governo impediu que o líder da oposição, o candidato presidencial duas vezes Henrique Capriles, de ocupar cargo público.
Crise da Venezuela cruza a fronteira e invade o Brasil
A chegada cada vez em maior número de venezuelanos a Roraima, Estado que faz fronteira com a Venezuela, está criando sérias dificuldades para as autoridades locais.
Saúde e educação, de acordo com a secretária extraordinária de Relações Internacionais do Governo de Roraima, Veronica Caro, são os setores que mais preocupam, já naturalmente sobrecarregados com a população local.
Diante do cada vez maior número de venezuelanos em Roraima, a ONG Human Rights Watch (HRW) divulgou um relatório em que pede às autoridades federais para conceder recursos adicionais ao Estado, de modo a fazer face ao atendimento tanto aos roraimenses quanto aos venezuelanos que não param de cruzar a fronteira.
A Human Rights Watch estima que, desde 2014, 12 mil venezuelanos entraram em Roraima, porém Veronica Caro diz que não é possível citar um número exato. Nesta quarta-feira, 19, a secretária de Relações Internacionais participou de uma reunião com a Polícia Federal e perguntou se a instituição dispunha de números. A resposta que recebeu foi de que não é possível estabelecer uma cifra exata, já que entre os migrantes da Venezuela há indígenas (que não passam por controle de fronteira), transitórios – os que vão para Roraima (e, em especial, à cidade fronteiriça de Pacaraima) apenas para comprar os gêneros básicos que não encontram mais na Venezuela – e os que chegam com a intenção de ficar. Veronica Caro acrescentou que, caso haja uma insistência por números, deve-se calcular algo entre 7 mil e 10 mil venezuelanos em Roraima.
Em entrevista exclusiva à Sputnik Brasil, Veronica Caro diz ainda que "a Venezuela está vivendo uma situação muito delicada", o que explica os deslocamentos de venezuelanos para Roraima, mas a secretária destaca que, mesmo com toda esta massa de migrantes, jamais ouviu qualquer cogitação de que o Brasil poderia fechar a fronteira com a Venezuela.
Na segunda-feira, 17, a Governadora Suely Campos (PP) afastou-se do comando do Executivo de Roraima. Seu cargo está sendo exercido pelo vice-governador Paulo César Quartiero (DEM). Informações divulgadas pela mídia, no início desta semana, dão conta de que Quartiero pediu à Polícia Militar que reforce a segurança na fronteira a fim de evitar que mais venezuelanos entrem em Roraima através do município de Pacaraima. Quartiero teria dito, ainda segundo a mídia, que "a nossa prioridade é Roraima, o habitante de Roraima. Este que paga nosso salário. Nós temos que atender ele. A questão humanitária tem a ONU, tem nações ricas que podem ajudar. Nós estamos no limite."
copiado http://www.brasil247.com/pt/247/poder/

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