Falta de dinheiro deve afetar operações da PF, diz ministro
Operações mais importantes serão selecionadas, segundo Torquato
Ueslei Marcelino - 31.mai.2017/Reuters | ||
Ministro da Justiça, Torquato Jardim, participa de cerimônia no Palácio do Planalto |
O Ministro da Justiça, Torquato Jardim, afirmou que a Polícia Federal não terá dinheiro suficiente neste ano para realizar todas as operações e precisará selecionar as mais importantes.
A PF já informou ao governo federal que, após cortes e contingenciamentos, não terá recursos para terminar todo este segundo semestre, o que pode afetar o número de ações, inclusive a Lava Jato.
"Tenho que ser honesto, sincero e transparente. Poderá implicar em processos seletivos de ações, não realizar todas as operações ou não realizar em suas extensões totais, mas apenas parcialmente", afirmou o Torquato.
Em entrevista, o ministro disse que há uma previsão para descontingenciamento que deve render à polícia R$ 70 milhões por mês até o final do ano. Segundo Torquato, o contingenciamento foi de R$ 400 milhões.
No mês passado, a emissão de passaportes foi paralisada pela PF por falta de orçamento.
O problema foi resolvido apenas três semanas depois, quando o Congresso aprovou a liberação de cerca de R$ 102 milhões para a área.
Torquato respondeu a críticas feitas pelo Ministério Público do Paraná por falta de apoio à Lava Jato. Ele disse que as reclamações são infundadas e que apoia a operação.
O ministro foi mais uma vez perguntado sobre o futuro do diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello, e repetiu que não há previsão de mudança, mas não garantiu a permanência.
"Estamos trabalhando para uma nova Polícia Federal, novo sistema, o engajamento institucional, irrelevante quem vai continuar, se é ele lá e eu aqui", finalizou.
LAVA JATO
Há cerca de duas semanas, a PF decidiu acabar com a força-tarefa da Lava Jato no Paraná. De acordo com a versão da polícia, a decisão foi da própria sede estadual, por motivos de organização interna.
Curitiba concentra boa parte das investigações da operação, já que a coordenação da primeira instância está sob os cuidados do juiz Sergio Moro, da 13a Vara da Justiça Federal do Paraná.
Desde a delação da Odebrecht, e depois da JBS, porém, Brasília virou polo importante das apurações, pelo grande número de inquéritos abertos no STF (Supremo Tribunal Federal).
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