Mulher de ex-premier da Malásia é denunciada por lavagem de dinheiro. Reino Unido e aliados acusam Rússia de ciberataques internacionais

Mulher de ex-premier da Malásia é denunciada por lavagem de dinheiro

AFP/Arquivos / Mohd RASFAN (Arquivo) Rosmah Mansor, mulher do ex-primeiro-ministro da Malásia, foi denunciada nesta quinta-feira por lavagem de dinheiro, com base no escândalo do desvio de milhões de dólares que contribuiu para a queda do governo de Najib Razak
Rosmah Mansor, mulher do ex-primeiro-ministro da Malásia, foi denunciada nesta quinta-feira (4) por lavagem de dinheiro, com base no escândalo do desvio de milhões de dólares que contribuiu para a queda do governo de Najib Razak.
Mansor, de 66 anos, declarou-se inocente dos 17 crimes de lavagem de dinheiro contidos na denúncia.
Muito impopular por seus gastos extravagantes, como bolsas e vestidos de luxo, Rosmah Mansor foi detida na quarta-feira por decisão da Comissão contra a Corrupção da Malásia (MACC), a qual prestou depoimento durante várias horas.
A promotoria pede o estabelecimento de uma fiança de 10 milhões de ringgit (2,4 milhões de dólares) para a libertação de Mansor e a apreensão de seu passaporte.
O ex-premier Razak responde a dezenas de acusações por corrupção e lavagem de dinheiro, no âmbito da investigação sobre o desvio de US$ 681 milhões do fundo de investimentos público 1Malaysia Development Berhad (1MDB).
Razak foi libertado sob fiança.
O escândalo 1MDB teve um papel-chave na derrota, em maio, da coalizão dirigida por Razak para a aliança reformista de Mahathir Mohamad.
Este escândalo e as suspeitas de desvio de grandes quantias deste fundo de investimentos por parte do ex-premiê e de seus aliados tiveram um papel-chave na derrota, em maio, da coalizão dirigida por ele para a aliança reformista de Mahathir Mohamad.
O atual primeiro-ministro, de 93 anos, voltou ao poder para se apresentar contra seu antigo protegido Najib Razak e lançou as investigações ligadas com o fundo 1MDB.
O novo governo anunciou que quer recuperar os recursos desviados da empresa pública 1MDB, criada inicialmente para modernizar o país.
O governo americano, que quer recuperar bens adquiridos ilegalmente, estima que 4,5 bilhões tenham sido desviados desse fundo.

Reino Unido e aliados acusam Rússia de ciberataques internacionais

AFP / Oli SCARFF O ministro britânico das Relações Exteriores, Jeremy Hunt, em 3 de outubro de 2018 em Birmingham
O Reino Unido acusou a Inteligência militar russa de estar por trás de alguns dos principais ciberataques realizados no mundo nos últimos anos, enquanto a Holanda revelou outra tentativa de ataque de informática russo contra uma organização internacional, um comportamento que a Otan chamou de "temerário".
As autoridades holandesas anunciaram que seu serviço de Inteligência frustrou um ciberataque russo contra a Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPAQ), que tem sede em Haia, e que expulsou quatro agentes russos.
Mais tarde, foi a vez de a Justiça americana anunciar o indiciamento de sete agentes do serviço de Inteligência militar russo por uma campanha de ciberataques contra instâncias esportivas, uma agência internacional e uma empresa americana especializada em energia nuclear.
Os indiciamentos estão ligados à expulsão pela Holanda de quatro agentes russos, segundo informou uma autoridade da secretaria de Justiça.
A Rússia ironizou a "mania de perseguição" que teria tomado conta dos Ocidentais.
"A mania de perseguição dos Ocidentais está ganhando força", declarou o Ministério das Relações Exteriores da Rússia em um comunicado, dizendo que um "comentário oficial" de Moscou sobre esses casos será divulgado em breve.
De acordo com as autoridades holandesas, agentes russos pararam um veículo repleto de equipamentos eletrônicos no estacionamento de um hotel próximo à sede da OPAQ, com o objetivo de atacar o sistema de informática.
A Holanda identificou os supostos agentes russos e afirmou que a operação era coordenada pelo Serviços de Inteligência Militar (GRU) da Rússia.
Os holandeses receberam ajuda do Reino Unido na investigação.
"Com a operação exposta hoje, lançamos nova luz sobre as inaceitáveis atividades cibernéticas do serviço de Inteligência militar russo", afirmaram em um comunicado conjunto a primeira-ministra britânica, Theresa May, e seu colega holandês, Mark Rutte.
"Esta tentativa de acessar o sistema de uma organização internacional que trabalha para livrar o mundo das armas químicas mostra o desprezo do GRU pelos valores globais", acrescentaram.
Neste contexto, a União Europeia condenou a "agressiva" campanha de ciberespionagem russa e denunciou uma "tentativa da Rússia de prejudicar a integridade da OPAQ", em um comunicado comum do presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, do presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, e da chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini.
O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, advertiu a Rússia para que interrompa sua conduta "temerária, incluindo o uso da força contra seus vizinhos, a tentativa de interferência em processos eleitorais e as campanhas de desinformação generalizadas".
Pouco depois, os Estados Unidos anunciaram que colocariam seus meios de ciberdefesa à disposição da Otan.
O secretário americano da Defesa, James Mattis, explicou à imprensa que Washington seguia, assim, os passos de outros Estados-membros que já se comprometeram a fornecer "recursos cibernéticos" para a Aliança Atlântica. Ele citou Reino Unido, Dinamarca, Holanda e Estônia.
- "Estado pária" -
Apesar de vários ataques informáticos terem sido atribuídos à Rússia no passado, esta é a primeira vez que o governo britânico aponta diretamente a Inteligência russa e, consequentemente, o Kremlin.
"Estas não são ações de uma grande potência, são ações de um Estado pária", disse o ministro britânico da Defesa, Gavin Williamson.
AFP/Arquivos / Natalia KOLESNIKOVA Sede do serviço russo de Inteligência militar (GRU), em Moscou
"Continuaremos trabalhando com nossos aliados para isolá-los, fazê-los entender que não podem continuar se comportando dessa maneira", acrescentou.
O governo britânico já havia atribuído em setembro a dois agentes do GRU, identificados como Alexander Petrov e Ruslan Boshirov, o envenenamento do ex-espião russo Serguei Skripal e sua filha Yulia com Novichok, uma arma química proibida, na cidade inglesa de Salisbury, em 4 de março.
Londres disse acreditar que o ataque foi aprovado pelo Kremlin, uma acusação que foi fortemente negada pelas autoridades da Rússia.
Agora, o governo britânico afirma que seu Centro Nacional de Cibersegurança (NCSC, na sigla em inglês) determinou que várias pessoas conhecidas por terem realizado ciberataques no mundo todo são membros do GRU.
Entre os ataques identificados pelo NCSC, está o do Partido Democrata americano, prelúdio do escândalo da ingerência russa na eleição presidencial americana de 2016, motivo pelo qual o GRU foi acusado por Washington.
Além disso, o NCSC afirma a alta probabilidade de o GRU ter sido o responsável pelo vírus BadRabbit que em outubro de 2017 encriptou vários discos duros, tornando inoperantes os sistemas de telecomunicações e provocando transtornos, entre outros, no aeroporto de Odesa, o Banco Central da Rússia e vários meios de comunicação russos.
O governo britânico também citou os vazamentos de documentos confidenciais após o ataque hacker à base de dados da Agência Mundial Antidoping (AMA), em 2017, e ataques ao sistema de transportes na Ucrânia.
Também nesta quinta-feira, a Justiça da Noruega estendeu em duas semanas a detenção provisória de um russo preso em 21 de setembro no aeroporto de Oslo e suspeito de ter roubado informações da rede informática do Parlamento norueguês.
Já o Canadá garantiu que "estima, com alto nível de segurança", que os ataques à AMA e ao centro canadense de ética esportiva foram realizados pelo GRU.
A Rússia não é o único país a ser acusado de operações cibernéticas internacionais agressivas nos últimos anos. Os Estados Unidos atribuíram à Coreia do Norte o ataque hacker aos estúdios cinematográficos da Sony em 2014 e o vírus WannaCry, o qual, no ano passado, bloqueou os computadores de centenas de milhares de pessoas em 150 países.
Investigadores americanos também disseram na quarta-feira que um grupo de elite de hackers norte-coreanos estava por trás dos ataques a bancos em todo mundo. Neles, teriam conseguido "centenas de milhões" de dólares em operações complexas.

 copiado  https://www.afp.com/pt

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