Conflito na fronteira entre Brasil e Venezuela deixa dois mortos e quinze feridos
Governador de Roraima teme blecaute por conta da crise na Venezuela
Eventual conflito levaria assimetrias de forças militares para campo de batalha
Em entrevista coletiva à imprensa no início da noite de hoje, o porta-voz da Presidência da República, Otávio Rêgo Barros, disse que a entrega de alimentos e medicamentos à Venezuela está mantida para amanhã e "tem caráter apenas de ajuda humanitária".
Governador de Roraima teme blecaute por conta da crise na Venezuela
Eventual conflito levaria assimetrias de forças militares para campo de batalha
RESUMO DA NOTÍCIA
- Ajuda humanitária do Brasil à Venezuela está mantida, apesar do fechamento da fronteira
- Porta-voz brasileiro diz que a única preocupação do Brasil é humanitária
- Brasil enviará mais de 200 toneladas de alimentos e kits médicos
- Governo Bolsonaro criou grupo envolvendo 13 ministérios para tratar da crise
- Por enquanto, um ataque militar do Brasil à Venezuela está descartado
Em entrevista coletiva à imprensa no início da noite de hoje, o porta-voz da Presidência da República, Otávio Rêgo Barros, disse que a entrega de alimentos e medicamentos à Venezuela está mantida para amanhã e "tem caráter apenas de ajuda humanitária".
Segundo o porta-voz, o Brasil, neste momento, não vai se envolver com a política do país vizinho.
Rêgo Barros informou que "a operação [para envio de alimentos e remédios] se estenderá por mais alguns dias, sem previsão de término".
Queremos reforçar que a operação brasileira tem caráter exclusivamente de ajuda humanitária, não havendo qualquer interesse do nosso país no emprego de quaisquer outras frentes neste momento
Otávio Rêgo Barros, porta-voz da Presidência
Otávio Rêgo Barros, porta-voz da Presidência
Um caminhão venezuelano carregado de mantimentos já está em Boa Vista, a 180 km de Paracaima, e outros quatro veículos estão a caminho. A intenção é que amanhã eles sigam rumo a Pacaraima e, daí, para o país vizinho. Ao todo, 200 toneladas de alimentos básicos, como açúcar, sal, café, arroz e feijão, além de kits de primeiros-socorros aguardam o transporte.
O plano do governo brasileiro prevê que caminhões e motoristas venezuelanos venham até o lado brasileiro para buscar as doações, e nenhum brasileiro integrante da missão entrará em território venezuelano.
A fronteira terrestre entre Brasil e Venezuela está fechada, no entanto, desde ontem à noite por ordem do ditador Nicolás Maduro e teve o efetivo militar reforçado nos últimos dias. O objetivo do ditador é evitar a entrada da ajuda humanitária, alegando que os Estados Unidos e os países aliados querem dar um golpe e tirá-lo do poder.
A decisão sobre qual o momento ideal para os deslocamentos será feita de maneira compartilhada entre os militares brasileiros e os venezuelanos envolvidos na missão de ajuda. Caso os caminhões sejam impedidos de entrar na Venezuela por ordens do ditador Maduro, as tentativas serão retomadas diariamente. Não há prazo para término da operação.
GRUPO INTERMINISTERIAL
Mais cedo, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) convocou reunião de emergência no Palácio do Planalto para discutir a crise venezuelana. Foi criado um grupo interministerial, composto por 13 pastas, para tratar do tema: Casa Civil, Defesa, Agricultura, Justiça, Saúde, Desenvolvimento Regional, Cidadania, Secretaria-Geral da Presidência, Gabinete de Segurança Institucional, Educação, Economia e Tecnologia. A ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Receita Federal e Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) também dão apoio às atividades.
À reunião de hoje, estiveram presentes os ministros Onyx Lorenzoni (Casa Civil), Fernando Azevedo e Silva (Defesa), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Bento Albuquerque (Minas e Energia), Gustavo Canuto (Desenvolvimento Regional), Floriano Peixoto (Secretaria-Geral da Presidência), Santos Cruz (Secretaria de Governo), entre representantes de outras pastas, das Forças Armadas e de Roraima.
Na reunião, o presidente delineou as estratégias usadas pelas equipes que estão em Paracaima e que levarão 200 toneladas de alimentos básicos, além de kits de primeiros socorros, segundo o porta-voz.
ATAQUE É DESCARTADO NO MOMENTO
O porta-voz brasileiro afirmou que o país não teve qualquer relação com as mortes de hoje na fronteira. Segundo ele, os tiros partiram de soldados venezuelanos, em direção a manifestantes do país vizinho que exigiam a abertura da fronteira para a passagem de alimentos e remédios. O conflito, disse Rêgo Barros, aconteceu em uma região afastada a 46 km da faixa de fronteira.
Questionado sobre a possibilidade de haver ameaça de guerra e possíveis combates, Rêgo Barros negou haver essa perspectiva. "Não estamos trabalhando com qualquer possibilidade de ataque neste momento."
Indagado se há mísseis de defesa aérea venezuelanos posicionados na fronteira e voltados ao Brasil, o porta-voz limitou-se a dizer que o governo federal não confirma a informação.
Ao ser questionado sobre a capacidade brasileira de revidar possíveis ataques, ele disse não conjecturar poder de combate e não comentar sobre inteligência.
Não conjecturamos poder de combate. [...] Nosso país possui planejamentos e estes planejamentos estão atualizados. Sobre inteligência, não comentamos
Otávio Rêgo Barros
Otávio Rêgo Barros
Sobre especulações sobre o fechamento do espaço aéreo venezuelano, Rêgo Barros afirmou que a informação repassada é que voos comerciais estão liberados, mas aviões militares não podem sobrevoar o país.
O porta-voz ainda minimizou a possibilidade de um desabastecimento de energia em Roraima - a energia elétrica do estado vem principalmente da Venezuela. Ele disse que as usinas termelétricas locais são capazes de abastecer a população. "A previsão é de complementar por meio de comboios para fazer a entrega de óleo diesel."
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