Negociações comerciais EUA-China não chegam a acordo, mas vão continuar
AFP / SAUL LOEBO vice-primeiro-ministro chinês Liu He (E) cumprimenta o representante de Comércio dos EUA, Robert Lighthizer (D), ao lado do secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin (C), após duas horas de negociações
Os EUA e a China concluíram uma rodada de negociações "construtiva" nesta sexta-feira (10), sem acordo, mas também sem interromper os diálogos, gerando expectativas de Washington e Pequim consigam evitar abalar a economia mundial.
A situação ainda é tensa, já que os EUA não desistiram de aumentar as tarifas sobre produtos chineses - algo que Pequim prometeu retaliar -, irritando empresários e agricultores americanos que são afetados pela guerra comercial.
O presidente dos EUA Donald Trump afirmou nesta sexta-feira que as discussões vão continuar e que a decisão de remover ou não as tarifas impostas sobre produtos chineses depende do desenrolar das negociações.
"Ao longo dos últimos dois dias, os Estados Unidos a China tiveram diálogos sinceros e construtivos sobre o status da relação comercial entre os dois países", tuitou Trump.
As tarifas a produtos chineses "podem, ou não, ser removidas, dependendo do que acontecer nas negociações futuras".
Pouco antes, o vice-primeiro-ministro chinês, Liu He, disse à imprensa que as negociações transcorreram "muito bem", segundo a agência de notícias Bloomberg.
Desde a meia-noite, Washington ampliou as tarifas sobre US$ 200 bilhões em importações da China de 10% para 25%. Pequim respondeu prometendo tomar as "contra-medidas necessárias".
O secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, e o representante comercial americano (USTR), Robert Lighthizer, se reuniram com Liu por duas horas nesta sexta, e então foram à Casa Branca informar Trump. O presidente americano tinha dito que não estava com pressa de fechar um acordo, porque, segundo ele, os EUA estão em posição de vantagem.
- Da raiva à esperança -
Trump iniciou a disputa por causa de reclamações sobre práticas comerciais chinesas injustas. Os Estados Unidos estão pressionando a China para mudar suas políticas de proteção à propriedade intelectual, bem como subsídios para as empresas estatais e para reduzir o déficit comercial.
Depois de semanas de crescente otimismo sobre as chances de um acordo, o tom da Casa Branca mudou da raiva para indiferença.
Em 5 de maio, Trump irrompeu no Twitter, dizendo que as negociações estavam progredindo "muito devagar", acusando os chineses de recuar dos compromissos e anunciar o aumento das tarifas.
Mas em uma série de tuítes nesta sexta-feira, ele disse que "não há necessidade de pressa".
A Bloomberg citou duas fontes dizendo que Washington deu a Pequim de três a quatro semanas a mais para chegar a um acordo antes que o governo Trump avance para ameaçar impor tarifas a todas as importações chinesas.
O presidente dos EUA continua a argumentar que as tarifas poderiam, de certa forma, ser preferíveis a um acordo comercial. "As tarifas trarão muito mais riqueza para o nosso país do que até mesmo um acordo fenomenal do tipo tradicional", escreveu Trump.
Economistas enfatizam que as tarifas são pagas pelas empresas e consumidores norte-americanos e resultam em preços mais altos, enquanto agricultores e fabricantes
reclamam da perda de mercados para suas exportações devido à retaliação da China.
EUA e China tiveram dia de negociações 'construtivas', diz secretário do Tesouro
AFP / SAUL LOEBO vice-primeiro-ministro chinês Liu He (E) cumprimenta o representante de Comércio dos EUA, Robert Lighthizer (D), ao lado do secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin (C), após duas horas de negociações
Os EUA e a China concluíram uma sessão de negociação "construtiva" nesta sexta-feira (10), com os dois lados trabalhando para superar as diferenças em meio a uma escalada na guerra comercial - afirmou o secretário do Tesouro americano, Steven Mnuchin.
"Foram discussões construtivas entre as duas partes. Isso é tudo que vamos dizer", afirmou Mnuchin à CNBC, quando ele e o representante comercial americano (USTR), Robert Lighthizer, iam à Casa Branca.
copiado https://www.afp.com/pt
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