Irritação com Raquel Dodge leva Bolsonaro a antecipar novo PGR e vetos
O presidente Jair Bolsonaro ficou irritadíssimo ao saber que a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, nomeou nos últimos dias seis procuradores com mandatos para cargos estratégicos no Ministério Público,
Em reação, Bolsonaro antecipou nesta manhã, ao jornal Folha de S.Paulo, que deve indicar até quinta-feira o novo chefe da PGR. Há expectativa de que pode fazê-lo até mesmo antes.
Bolsonaro teme reações negativas ao fato de não respeitar a lista tríplice do Ministério Público.
Ele disse a assessores que pode divulgar, junto com o novo PGR, os vetos à Lei do Abuso de Autoridades.
A ideia, com os vetos, é atender aos principais pedidos do ministro da Justiça, Sérgio Moro, e de entidades de policiais. Mas isso deverá desagradar ao Congresso, especialmente ao Centrão e aos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), principais defensores da aprovação da nova Lei.
O presidente acredita que, com a divulgação no mesmo dia, talvez os grupos insatisfeitos com uma notícia se sintam recompensados com a outra.
No último sábado Bolsonaro recebeu no Palácio da Alvorada o subprocurador-geral da República Augusto Aras, um dos favoritos ao posto de Raquel Dodge. É a quinta vez que os dois se encontram.
O presidente justifica sua pressa por ter sido informado de que Raquel Dodge já recebeu a maioria das listas de indicados por eleições no Ministério Público para chefiar as Procuradorias da República nos estados e no Distrito Federal.
Com base nas informações, a chefe da PGR pode nomear a qualquer momento os futuros titulares desses cargos.
Ontem o Diário Oficial publicou a portaria 773, de 28 de agosto, assinada por Raquel Dodge, com a nomeação de quatro procuradores para "exercerem a titularidade dos ofícios de atuação concentrada em polo junto à Procuradoria Regional Eleitoral no Distrito Federal".
Na semana passada, com a portaria 770, ela nomeou outros dois procuradores para os "ofícios de atuação concentrada em polo" na Procuradoria Regional Eleitoral do Paraná.
As nomeações valem a partir de 1° de outubro, quando a chefe da PGR não estará mais no cargo. Os indicados terão até dois anos de mandato, o que deixou o presidente mais irritado ainda.
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