Bope ocupará base avançada na Maré nos próximos dias O anúncio foi feito por Beltrame, em visita ao Vidigal, onde cumprimentou policiais e recebeu o agradecimento de moradores

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Bope ocupará base avançada na Maré nos próximos dias

O anúncio foi feito por Beltrame, em visita ao Vidigal, onde cumprimentou policiais e recebeu o agradecimento de moradores

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Complexo da Maré, região onde será instalada a nova sede do Bope: nos próximos dias, policiais já vão para a base avançada
Complexo da Maré, região onde será instalada a nova sede do Bope: nos próximos dias, policiais já vão para a base avançada Genilson Araújo / O Globo
RIO - Nos próximos dias, 40 homens do Batalhão de Operações Especiais (Bope) ocuparão a área onde será instalada a base avançada da unidade junto ao Complexo da Maré. Num futuro breve, todo o batalhão que abriga a tropa de elite da PM, hoje no Catete, será transferido para lá. O anúncio foi feito na terça-feira pelo secretário de Segurança José Mariano Beltrame, durante visita ao Morro do Vidigal, ocupado no último domingo. Ele foi cumprimentar os moradores e agradecer aos policiais que estão na comunidade.
— Nos próximos dias teremos uma fração do Bope, 40 homens, provisoriamente já ocupando a área onde será a sede definitiva da unidade na Maré — adiantou o secretário.
Sem divulgar qual será a próxima Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), Beltrame reafirmou o compromisso de inaugurar 40 unidades até a Copa de 2014.
Beltrame afirmou que o local da próxima UPP já está definido, mas não adiantou qualquer informação. Ele confirmou que Jacaré e Jacarezinho, na Zona Norte, e comunidades da Zona Oeste, da Baixada Fluminense e de Niterói também serão beneficiados pelo projeto:
— A gente não brinca com a esperança das pessoas. Agimos dentro daquilo que a logística nos permite fazer. O planejamento prevê isso até 2014. É uma promessa minha.
Ações sociais, o próximo passo
De acordo com o secretário, a primeira fase de ocupação da Rocinha, do Vidigal e da Chácara de Céu já foi concluída. Porém, ele não divulgou quando a atual ocupação será substituída definitivamente pela UPP.
— Agora, é consolidar isso. O trabalho que vem sendo feito pelo Bope, pelo Choque e pela Polícia Civil é que vai determinar esse tempo — afirmou.
Ele voltou a observar que o que determinará o sucesso da pacificação nas comunidades, daqui por diante, será a oferta de serviços públicos:
— Esse é o grande segredo. É aquele conceito mundial de segurança: quanto mais dignidade para a população, de menos polícia se precisa. Estado e prefeitura estão fazendo a sua parte, e é absolutamente necessário que não se perca essa oportunidade — ressaltou. — A sustentação desse projeto depende muito mais de outras iniciativas do que da polícia.
O secretário disse que a participação dos moradores das três comunidades tem sido fundamental:
— Na metade do domingo, com a presença da polícia no terreno, o número de informações já era muito grande. Isso nos leva a achar que efetivamente essas pessoas estavam de certa forma aprisionadas.
Beltrame aproveitou para mandar um recado aos moradores das três favelas:
— Conclamo todos aqui para que isso continue. Há equipes prontas no 23º BPM (Leblon) para receber todas as informações. Peço aos pais, às mães, aos chefes de família que continuem ajudando e não percam a oportunidade de iniciar um processo digno para essa população.
A recepção não podia ter sido melhor. Surpresa, uma moradora do Vidigal não se conteve e gritou ao avistar o secretário de Segurança:
— É aquele moço da televisão!
O visitante ilustre, acompanhado da chefe de Polícia Civil, Martha Rocha, e do comandante-geral da PM, coronel Erir Ribeiro Costa Filho, foi recebido com carinho pelos moradores no primeiro feriado após a ocupação. Da janela, eles saudavam e agradeciam a paz restabelecida.
— Vim caminhar, como fiz outras vezes, cumprimentar os policiais e agradecer à comunidade — disse o secretário.
Uma moradora que só conhecia Beltrame da TV não perdeu a chance de abraçá-lo. Ela vive no ponto mais alto do Vidigal, conhecido como Arvrão, antes dominado pelo tráfico. Além das praias do Leblon e de Ipanema, podem ser vistas lá de cima a entrada da favela e a Avenida Niemeyer.
A comitiva percorreu, em pouco mais de uma hora, a Estrada João Goulart, principal acesso ao Vidigal. A cada mirante, o grupo parava para admirar a paisagem:
— Esperamos que as pessoas venham aqui, assim como a gente veio. Que visitem, que incluam este lugar dentro da cidade. É até difícil entender como um lugar tão bonito, tão perto do metro quadrado mais caro do mundo, tenha ficado tanto tempo dessa forma. É difícil achar uma explicação para isso — disse o secretário, ao lado de Martha Rocha, ambos visitando o Vidigal pela primeira vez.
Durante o percurso, Beltrame parava para cumprimentar moradores em bares do morro.
— A visita foi boa, mas estamos sem televisão — lamentou uma moradora, referindo-se ao fim do "gatonet" (TV a cabo clandestina).
De uma janela, no alto do morro, um morador gritou:
— O senhor vai ser o governador do Rio.!
Beltrame sorriu, respondendo que não tinha interesse no cargo. O homem imediatamente respondeu, arrancando risos de autoridades de segurança que acompanhavam o secretário:
— Na hora H, eu sei que o senhor vai aceitar.

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