Estudo revela que alunos prestam pouca atenção às aulas


17.11.11 às 13h06

Estudo revela que alunos prestam pouca atenção às aulas

Rio - Um estudo inédito com 18 escolas públicas de Ensino Médio constatou que a audiência às aulas desta etapa é de menos da metade do tempo previsto. Entre as quatro horas previstas de aula, o grupo de alunos das escolas de alta audiência teve 2h13 de audiência. No grupo médio, o tempo cai para 1h44 minutos e no grupo com baixa audiência, 1h17 minutos. As marcas representam respectivamente 55%, 43% e 32% do total possível.
O novo conceito de audiência criado pelo Ibope – que há 40 anos mede a audiência dos canais de televisão – foi solicitado pelo Instituto Unibanco para mensurar a tão falada crise no Ensino Médio, já que apenas metade dos jovens entre 15 e 17 anos frequenta esta etapa. A medida verifica o aproveitamento do tempo de aula pelos professores e a frequência dos alunos. “A gente sempre fala deste problema e surgiu a preocupação de saber qual é a real audiência para os alunos que vão à escola”, diz Wanda Engel, superintendente executiva do Instituto.
Durante 10 meses, observadores acompanharam e anotaram a rotina de duas salas de cada uma das 18 escolas. Os pesquisadores passaram uma semana por mês, dentro de duas salas, verificando o aproveitamento das quatro horas possíveis de aulas diárias e a frequência dos estudantes.
O primeiro critério da audiência, chamado de “oportunidade de ensinar”, relaciona se havia aula e quanto tempo de aula foi dado. No grupo 1, de alta audiência, esse critério atingiu 83% das aulas – ou seja, 17% do tempo foi desperdiçado. No grupo 2, com média audiência, 71% do tempo de aula foi aproveitado, e no grupo 3 (baixa audiência), apenas pouco mais da metade das horas de aulas foram dadas 58%.
Um segundo critério, chamado de “oportunidade de aprender”, levou em conta quantos alunos estavam em sala no tempo em que houve aula. No grupo 1, 66% da oportunidade foi aproveitada, no 2, 61% e no 3, 55%.
O tempo que sobra, retirado o desperdício de “oportunidade de ensinar” e de “oportunidade de aprender”, é chamado de audiência. Os grupos de escolas atingiram 55% (grupo 1, maior audiência), 43% (grupo 2) e 32% (grupo 3).
Ana Lima, diretora executiva do Ibope, disse que foi necessário dividir as escolas em três grupos, porque a média não seria significativa. “Não adianta colocar a cabeça no forno, o pé na geladeira e dizer que a temperatura do corpo está média. Da mesma forma, não existe uma escola púbica brasileira, existem escolas e escolas.”
As 18 escolas escolhidas são públicas e participam do programa jovens do futuro, com apoio do Instituto Unibanco. Ao todo foram observadas 8.689 aulas.
Do desperdício de oportunidade de ensinar, o principal fator, são as faltas do professores. No grupo 1, professores faltaram em 5% das aulas. No grupo 2, as faltas sobem para 12% e no 3, atingem 19%.
Já a questão da oportunidade de aprender, se dá pela ausência dos alunos. No grupo 1, as turmas tinham média de 38,6 matriculados e 25,7 presentes. No 2, eram 40,5 matriculados e 24,8 presentes. E no 3, a média era de 40,9 matriculados e 22,5 presentes.
A metodologia do estudo será disponibilizada para as escolas, para que as instituições possam medir sua própria audiência.
Com informações do Ig
COPIADO : http://odia.ig.com.br/

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