Governo italiano de Mario Monti obtém voto de confiança do Senado



Foto: AP Photo Ampliar
Premiê italiano discursa no Senado
O governo de tecnocratas do novo primeiro-ministro italiano, Mario Monti, passou nesta quinta-feira em seu primeiro teste ao vencer um voto de confiança no Senado com 281 votos a favor e 25 contra. O voto de confiança dos deputados, que lhe ofereceram uma cômoda maioria, é aguardado para sexta-feira à tarde.
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A vitória foi alcançada horas depois de Monti, 68, que também acumula a chefia do Ministério da Economia e Finanças, ter feito seu primeiro discurso oficial no qual detalhou seu programa de reformas para lidar com os problemas econômicos italianos, prometendo rigor, crescimento e equidade para tirar o país da crise.
O discurso foi feito enquanto milhares de estudantes entravam em confronto com polícia antidistúrbio durante protestos em várias cidades italianas, incluindo Roma, Milão, Palermo e Turim. Os estudantes protestaram sob o slogan: "Salve as escolas, e não os bancos."
O ex-comissário da União Europeia está sob enorme pressão para estimular o crescimento e diminuir a sua gigantesca dívida pública - de 1,9 trilhão de euros (120% do PIB) -, não apenas para evitar que o país sucumba à crise, mas para impedir uma desintegração catastrófica da zona do euro.


"A Europa vive seus dias mais difíceis desde o fim da Segunda Guerra", disse aos parlamentares. "Não nos enganemos, honrados senadores, de que o projeto europeu pode sobreviver se a unidade monetária fracassar."
O economista e professor universitário descreveu três pilares de sua estratégia: rigor orçamentário, crescimento econômico e justiça social. Monti prometeu reformar o sistema previdenciário, repor um imposto sobre a aquisição do primeiro imóvel anulado pelo governo de Silvio Berlusconi, lutar contra a evasão fiscal, cortar os custos políticos e fazer com que mais mulheres e jovens entrem na força de trabalho.
"O mercado de trabalho deve ser reformado para que seja mais equitativo. Há trabalhadores muito tutelados e outros sem nenhum amparo", disse. Tratam-se de duas reformas chaves pedidas pela União Europeia e pelos mercados.
Ele foi interrompido 17 vezes por aplausos. Mas fora, o centro histórico de Roma estava paralisado por protestos estudantis e, na capital financeira de Milão, a polícia antidistúrbio teve dificuldades em parar manifestantes que tentavam chegar à Universidade Bocconi, que é presidida por Monti, em um sinal da profunda resistência que o novo líder terá de enfrentar.
Monti formou seu gabinete, composto por líderes empresariais e outros especialistas, depois que o governo de centro-direita de Berlusconi caiu no sábado sob pressão dos mercados. A União Europeia já resgatou três países pequenos - Grécia, Irlanda e Portugal -, mas a economia da Itália, a terceira na euro zona de 17 nações, é muito grande para passar pela mesma medida.


Foto: Reuters
Policiais entram em confronto com manifestantes durante protesto em Milão, na Itália

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