Brasília - O ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi (PDT), alvo de denúncias de desvios de verbas, respirou aliviado ontem após reunião de três horas com a executiva do partido, além de deputados e senadores. Lupi conquistou o apoio da maioria, que ameaça deixar o governo se o ministro cair. Mais cedo, negando as acusações, Lupi afirmou que só sairia da pasta “abatido a bala e tem que ser bala forte, porque eu sou pesadão”.
O ministro diz que tem a confiança da presidenta Dilma Rousseff, apesar das denúncias de irregularidades no uso de dinheiro público e recebimento de propina em contratos de sua pasta com ONGs — similares às registradas no ministério do Esporte que levaram à demissão do ex-ministro Orlando Silva. Lupi disse “duvidar” que Dilma peça a ele que entregue o cargo. Depois retificou a avaliação: “É pouco provável.”
A decisão do PDT dá mais fôlego à permanência de Lupi. “Com a eventual saída do ministro Lupi, sai o PDT da base aliada”, avisou o líder da bancada na Câmara, deputado Giovani Queiroz (PA). A afirmação foi reforçada pelo líder no Senado, Acir Gurgacz (RO). Para o Planalto, a união em torno de Lupi é ponto positivo para segurar o ministro.
Homenagem a ministro gera polêmica na Alerj
Apesar do apoio declarado da executiva nacional do PDT, uma homenagem ao ministro Carlos Lupi marcada para sexta-feira esquentou o clima ontem no plenário da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Ao saber da sessão, para a entrega do título de cidadão do estado, o deputado Paulo Ramos (PDT) anunciou que não iria e sugeriu que a solenidade fosse suspensa:
“Não acredito que o ministro tenha envolvimento nas falcatruas, mas os fatos têm que ser apurados. Se houver a homenagem agora, a Alerj vai se expor”.
O presidente da Alerj, Paulo Melo (PMDB) lembrou que a homenagem foi aprovada, por unanimidade em junho, e manteve a data. “Sua ausência será sentida” , respondeu.
Autor da resolução, Luiz Martins (PDT) disse que ainda não há nada que incrimine Lupi.
Luta sem trégua ao malfeito
Em meio à crise no Ministério do Trabalho, a presidenta Dilma Rousseff disse que o governo vai combater “sem tréguas desvios e malfeitos”. A afirmação foi feita durante pronunciamento exibido ontem à noite em cadeia nacional de rádio e TV, sobre ações na área de saúde.
“Vamos aperfeiçoar métodos, fiscalizar gastos, acabar com o desperdício e combater sem tréguas desvios e malfeitos”, disse Dilma.
O programa SOS Emergência prevê parcerias com hospitais privados para melhorar o atendimento de emergência da população. O Melhor em Casa visa garantir o tratamento no domicílio do paciente. Segundo Dilma, o governo economizou, de janeiro a junho, R$ 600 milhões com a compra centralizada de medicamentos, auditorias e outras medidas.
COPIADO : http://odia.ig.com.br/portal/brasil/
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