Partidos gregos apoiam condições da negociação do resgate

Partidos gregos apoiam condições da negociação do resgate

Os três partidos políticos da base de Governo grego deram respaldo condicionado neste domingo para que o primeiro-ministro, Lucas Papademos, siga negociando com a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional (FMI) os cortes e as reformas exigidas em troca de mais ajuda financeira.

"Os líderes políticos e eu coincidimos plenamente sobre a continuação das negociações e as posturas que defendemos", anunciou Papademos após uma reunião com Giorgos Papandreou, do social-democrata Pasok; Antonis Samarás, do conservador Nova Democracia; e Giorgos Karatzaferis, do ultranacionalista LAOS.

O encontro pretendia esclarecer o grau de apoio com que conta o Governo em seus contatos com a UE e o FMI, que tinha sido questionado pela recusa dos partidos de várias das exigências colocadas a partir de Bruxelas.

"A unidade das forças políticas e seu compromisso em apoiar as mudanças necessárias é um fator de confiança essencial, que aumenta a eficiência da política econômica e permite negociar em melhores condições", indicou o primeiro-ministro em comunicado.

A mensagem de coesão foi em breve ressaltada pelos partidos da complicada coalizão que em novembro respaldou a posse como primeiro-ministro deste banqueiro sem afiliação política.

Fontes do Pasok declararam à agência "AMNA" que seu líder e ex-primeiro-ministro, Giorgos Papandreou, segue rejeitando a redução do salário-mínimo, mas apoiará o Governo para que as negociações caminhem da melhor forma possível.

Ainda mais cético, o LAOS propôs examinar se as exigências da UE estão de acordo com o Tratado de Lisboa.

Por sua vez, fontes da Nova Democracia garantiram à imprensa grega que seu líder considera inaceitável a eliminação dos pagamentos extras e da previdência. Com tudo, Samarás propôs autorizar o primeiro-ministro a seguir negociando, mas consultando a cada passo os partidos.

Papademos reúne-se nesta segunda-feira em Bruxelas com os sócios europeus na cúpula de chefes de Estado e do Governo dos 27.

As críticas às exigências da UE e do FMI despertaram o temor que se dificultem os contatos com as instituições das quais depende que a Grécia receba empréstimo de 130 bilhões de euros, pactuado em outubro para evitar a quebra do Estado.

As brechas desse apoio se manifestaram esta mesma, quando o Parlamento rejeitou aprovar uma dessas medidas, a liberalização do setor das farmácias. As divergências entre o Governo e os partidos coincidem com o mal-estar em Bruxelas.

Nesse ambiente de exigências à Grécia, o jornal "Financial Times" publicou na sexta-feira que a Alemanha propôs em um documento que a Grécia ceda o controle sobre seu orçamento a um comissário do Eurogrupo.

O ministro das Finanças, Evangelos Venizelos, advertiu neste domingo que "quem põem um povo diante do dilema de optar entre a ajuda econômica e sua dignidade nacional despreza as lições básicas da história".
Copiado : http://www.clicabrasilia.com.br/

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