Defesa de Demóstenes deve pedir anulação de escutas após o feriado

03/04/2012 18h52 - Atualizado em 03/04/2012 18h57

 

Advogado disse que desligamento do DEM não interfere na defesa.
Ministro autorizou inquérito com quebra de sigilo bancário do senador.

Do G1, em Brasília
O advogado de Demóstenes Torres (ex-DEM-GO), Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, afirmou nesta terça-feira (3) que deverá preparar até na próxima segunda-feira (9) um pedido no Supremo Tribunal Federal para anular a validade de gravações de diálogos entre o senador e o empresário Carlinhos Cachoeira que poderiam ser usadas como provas contra o parlamentar.

O ministro do STF, Ricardo Lewandowski, autorizou a abertura de inquérito para investigar suposto envolvimento do senador com Cachoeira, preso em fevereiro por suspeita de chefiar esquema de jogo ilegal em Goiás. Foi determinada a quebra do sigilo bancário de Demóstenes pelo período de dois anos.

Interceptações telefônicas da PF mostram que Demóstenes tentou ajudar o empresário no Congresso e junto ao governo. O advogado argumenta, no entanto, que as escutas deveriam ter sido autorizadas previamente pelo STF, já que o senador possui o chamado foro privilegiado.



"Os juízes de Goiás sabiam deliberadamente que as ligações estavam sendo gravadas sem autorização do STF. A competência do STF foi usurpada", disse Kakay ao chegar ao apartamento de Demóstenes. Ele disse que passará o fim de semana analisando o inquérito da PF que contém as gravações.

Nesta terça, o senador pediu o desligamento do partido após a abertura de processo disciplinar da legenda. Kakay disse que saída foi positiva. "Para nós, a saída do Demóstenes do DEM foi positiva, porque já havia pressão por parte do partido", disse o advogado.

Ele afirmou que a saída do DEM não interfere na defesa junto ao STF. "Juridicamente, a saída do DEM não interfere em nada e o processo de defesa continua o mesmo".

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