A volta do equilíbrio Gaia
Ao menos no tempo
visível dos últimos milhões de anos de nossa compreensão, a massa
biológica tem sido praticamente constante. O que tem mudado é a
transferência (ou transformação) de um tipo vivo para outro. Em outros
termos, se fosse possível, medir o peso/massa da composição viva sobre o
planeta, esta massa viva sempre teria sido a mesma. Infere-se que o
aumento quantitativo de uma espécie no consequente volume/massa destes
será a redução de outras.
Dentro deste raciocínio, fazemos referência à massa do ser humano que nos últimos trezentos anos acumulou um crescimento populacional fantástico. Por força do atual raciocínio, muitas outras espécies, se não desapareceram, ao menos reduziram seu crescimento histórico ou até mesmo reduziram seu estoque, como é o caso de muitos peixes (para exemplificação). Assim sucessivamente, sempre haverá uma acomodação das espécies, sempre que uma manifeste alterações no seu contingente, principalmente quando ocorrer alterações pronunciadas no meio ambiente (terremotos, vulcões). A paleontologia tem explicações suficientes para este entendimento.
Quando uma das espécies perde seu predador natural ou alterações favorável no seu meio ambiente levará um aumento, mas até um limite por outro fator limitador.
Está se observando que a espécie humana iniciou seu processo de freio nas taxas de crescimento, para chegar a um número limitante de seres neste planeta Gaia. Nossa intuição faz conjeturar que estamos no limiar de se estabelecer um número limite, que deverá ser via racional, ou por força de uma lógica da própria natureza na busca de seu reequilíbrio. Por exemplo, se houver um crescimento irracional da sociedade humana, haverá um desgaste tão grande de outras espécies que a espécie humana iniciará sua própria redução, pela fome, pela doença, pela guerra, pela escassez de água etc. Neste ponto Malthus tinha razão. Estamos chegando a este limite. A atual crise econômica mundial pode ser o sintoma de dor do planeta Gaia, causada pelo homem.
Segundo os demógrafos, no ano de 1700 o planeta teria, aproximadamente, 700 milhões de habitantes acumulados ao longo da era cristã, onde neste período apenas dobrou a população. Por outro ângulo, de uma população da era de Cristo (como referência) para dobrá-la foram necessários 1.700 anos. Desta data para cá houve uma explosão pelo crescimento exponencial, que se não houver um limitante natural espontâneo teremos um colapso do sistema.
O curioso de todo este crescimento é o decorrente da capacidade do ser humano em se autoconhecer e se proteger de agentes patológicos, permitindo uma redução fantástica da mortalidade ocasionada pela agressão dos agentes da natureza mais particularmente dos micro-organismos. Por efeito, um explosivo crescimento populacional ocorreu neste curto período da história (300 anos).
Aproveitando os números, se o peso/massa médio de um ser humano for de 50 quilos, de uma massa viva de 700 milhões de habitantes (1700), obteríamos 35 milhões de tonelada métricas. Para o nosso tempo de 2012, com uma população de 7 bilhões, teríamos um multiplicador de 10 vezes. Houve assim uma transferência de massa viva para trezentos e cinquenta milhões de toneladas (algumas fontes apontam para 287 milhões), que outras espécies perderam. Em termos de peso/massa, pouco significado tem pelas dimensões planetárias. O problema está na rotação das espécies vivas, para chegar a alimentar e atender diariamente as necessidades da população humana no topo dessa cadeia. A velocidade de crescimento dos microorganismos deverá ser tal que a espécie acima, dependente, seja também rápida, assim sucessivamente, até chegar às necessidades do último da cadeia: o Homem. Esta velocidade de reposição não está mais alcançando a voracidade do homem gafanhoto.
É necessário enfatizar que o desgaste não está condicionado apenas à alimentação, porque se assim fosse não necessitaríamos aqui escrever e nos preocupar. O desgaste está por conta das comodidades, das vaidades e supérfluos irracionais que o homem adotou, consumindo recursos naturais imensos. O espaço físico do planeta para sustentar a sociedade humana é mais que suficiente para o atual contingente, desde que seja reduzido o consumo daqueles supérfluos. Caso contrário, começa-se a comer o próprio estoque gerador da vida pulsante, que poderá ensejar um desequilíbrio monumental — daí à redução do contingente humano será pateticamente na marra. Gaia não perdoará.
* Sergio Sebold, professor, é economista.
Dentro deste raciocínio, fazemos referência à massa do ser humano que nos últimos trezentos anos acumulou um crescimento populacional fantástico. Por força do atual raciocínio, muitas outras espécies, se não desapareceram, ao menos reduziram seu crescimento histórico ou até mesmo reduziram seu estoque, como é o caso de muitos peixes (para exemplificação). Assim sucessivamente, sempre haverá uma acomodação das espécies, sempre que uma manifeste alterações no seu contingente, principalmente quando ocorrer alterações pronunciadas no meio ambiente (terremotos, vulcões). A paleontologia tem explicações suficientes para este entendimento.
Quando uma das espécies perde seu predador natural ou alterações favorável no seu meio ambiente levará um aumento, mas até um limite por outro fator limitador.
Está se observando que a espécie humana iniciou seu processo de freio nas taxas de crescimento, para chegar a um número limitante de seres neste planeta Gaia. Nossa intuição faz conjeturar que estamos no limiar de se estabelecer um número limite, que deverá ser via racional, ou por força de uma lógica da própria natureza na busca de seu reequilíbrio. Por exemplo, se houver um crescimento irracional da sociedade humana, haverá um desgaste tão grande de outras espécies que a espécie humana iniciará sua própria redução, pela fome, pela doença, pela guerra, pela escassez de água etc. Neste ponto Malthus tinha razão. Estamos chegando a este limite. A atual crise econômica mundial pode ser o sintoma de dor do planeta Gaia, causada pelo homem.
Segundo os demógrafos, no ano de 1700 o planeta teria, aproximadamente, 700 milhões de habitantes acumulados ao longo da era cristã, onde neste período apenas dobrou a população. Por outro ângulo, de uma população da era de Cristo (como referência) para dobrá-la foram necessários 1.700 anos. Desta data para cá houve uma explosão pelo crescimento exponencial, que se não houver um limitante natural espontâneo teremos um colapso do sistema.
O curioso de todo este crescimento é o decorrente da capacidade do ser humano em se autoconhecer e se proteger de agentes patológicos, permitindo uma redução fantástica da mortalidade ocasionada pela agressão dos agentes da natureza mais particularmente dos micro-organismos. Por efeito, um explosivo crescimento populacional ocorreu neste curto período da história (300 anos).
Aproveitando os números, se o peso/massa médio de um ser humano for de 50 quilos, de uma massa viva de 700 milhões de habitantes (1700), obteríamos 35 milhões de tonelada métricas. Para o nosso tempo de 2012, com uma população de 7 bilhões, teríamos um multiplicador de 10 vezes. Houve assim uma transferência de massa viva para trezentos e cinquenta milhões de toneladas (algumas fontes apontam para 287 milhões), que outras espécies perderam. Em termos de peso/massa, pouco significado tem pelas dimensões planetárias. O problema está na rotação das espécies vivas, para chegar a alimentar e atender diariamente as necessidades da população humana no topo dessa cadeia. A velocidade de crescimento dos microorganismos deverá ser tal que a espécie acima, dependente, seja também rápida, assim sucessivamente, até chegar às necessidades do último da cadeia: o Homem. Esta velocidade de reposição não está mais alcançando a voracidade do homem gafanhoto.
É necessário enfatizar que o desgaste não está condicionado apenas à alimentação, porque se assim fosse não necessitaríamos aqui escrever e nos preocupar. O desgaste está por conta das comodidades, das vaidades e supérfluos irracionais que o homem adotou, consumindo recursos naturais imensos. O espaço físico do planeta para sustentar a sociedade humana é mais que suficiente para o atual contingente, desde que seja reduzido o consumo daqueles supérfluos. Caso contrário, começa-se a comer o próprio estoque gerador da vida pulsante, que poderá ensejar um desequilíbrio monumental — daí à redução do contingente humano será pateticamente na marra. Gaia não perdoará.
* Sergio Sebold, professor, é economista.
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