Correspondentes afirmam que batalha pelo controle de Aleppo se espalhou por toda a cidade
O ataque das forças do governo
sírio contra Aleppo, segunda principal cidade da Síria, marca uma nova
escalada da violência no país.
A cidade, que é a capital econômica da Síria,
foi bombardeada por caças militares nesta terça-feira, em ataques que
tinham como alvo posições rebeldes na área de Tariq al-Bab, na zona
leste.
Acredita-se que esta tenha sido a primeira vez no conflito sírio que essas aeronaves foram usadas para bombardear alvos urbanos.
No fim de semana, rebeldes que lutam contra o governo do presidente Bashar Al-Assad haviam lançado uma ofensiva contra a cidade.
O correspondente da BBC na região, Ian Pannel,
testemunhou a reação do governo, descrita por ele como um ataque
coordenado às posições rebeldes.
"Mortos, civis e combatentes feridos foram
levados a hospitais e clínicas improvisadas", diz Pannel. "O custo
humano do conflito continua a aumentar."
Segundo grupos de oposição, a violência nesta terça-feira provocou cerca de 90 mortes no país, pelo menos 20 delas em Aleppo.
Também há relatos ainda não confirmados de que
centenas de refugiados foram atingidos pela violência quando tentavam
deixar o país pela fronteira com o Iraque.
De acordo com a ONU, a deterioração da situação
na Síria levou cerca de 10 mil refugiados iraquianos a fugir do país em
menos de uma semana.
Refúgio
O avanço dos rebeldes levou a secretária de
Estado americana, Hillary Clinton, a dizer que os ganhos territoriais
poderão resultar em um refúgio seguro para a oposição dentro do país.
Em entrevista em Washington, Hillary disse que o
ritmo dos eventos está se acelerando e pediu que a oposição síria
esteja preparada para uma transição de poder.
A secretária americana disse também que ainda
não é tarde demais para que o próprio presidente Assad se prepare para
essa transição.
Segundo correspondentes, a batalha pelo controle
de Aleppo se espalhou por toda a cidade, atingindo inclusive o centro
histórico, considerado patrimônio mundial.
Na capital, Damasco, as forças do governo
retomaram o controle da maioria das áreas que haviam sido capturadas
pelos rebeldes na semana passada.
À medida que os confrontos entre forças do
governo e rebeldes pelo controle das principais cidades sírias se
espalham, cresce a preocupação internacional com relação ao arsenal de
armas químicas no país.
O governo sírio admitiu na segunda-feira, pela
primeira vez, que o país tem armas químicas e biológicas. Um porta-voz
afirmou que essas armas nunca seriam usadas internamente, mas poderiam
ser acionadas em caso de "agressão externa", o que provocou reações
internacionais.
Nesta terça-feira, a Rússia, importante aliado
da Síria, disse esperar que as autoridades sírias continuem a cumprir
suas obrigações internacionais. COPIADO : http://www.bbc.co.uk
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