Há 60 dias comprei modem da OI, paguei, mas não recebi

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Há 60 dias comprei modem da OI, paguei, mas não recebi

Jornal do BrasilHumberto Viana Guimarães*
Como resultado de uma promoção  da operadora OI para os clientes do plano OI Conta Total, no final de junho do ano em curso, resolvi aderir ao plano OI Velox 3G 2G (móvel). O contrato de adesão, datado de 26/06, cuja cópia tenho em mãos, foi postado (junto com o chip) no dia 03/07 e entregue em Salvador no dia 06/07. A etiqueta no envelope (que tenho arquivado) não deixa dúvidas quanto ao remetente: OI, Av. Coronel Phidias Távora, Pavuna, CEP 21535-510, Rio de Janeiro.
Quando da adesão ao plano, me foi dito pela OI que, após o recebimento do contrato e do chip, eu me dirigisse a qualquer loja da operadora para comprar o modem (conexão USB), e que o seu custo seria entre R$ 50,00 e R$ 70,00.Como estava viajando quando o envelope chegou, no dia 28/07, de posse do contrato e do chip me dirigi a uma loja da OI do Shopping Iguatemi, onde fui bem atendido e ao mesmo tempo informado de que o preço do modem era R$ 299 — um absurdo! Voltei para casa e telefonei para a OI para relatar o fato. Depois de esperar 40 minutos para ser atendido, a funcionária orientou-me: que procurasse outra loja da OI em outro shopping, pois, segundo ela, “as lojas da OI eram obrigadas a vender o modem com o preço máximo de R$ 70 para os clientes do citado plano”.
Fui a duas lojas da OI no Shopping Salvador, e a cantilena foi a mesma, ou seja, o preço do modem era R$ 299. Faço constar que, ao contrário da loja do shopping Iguatemi onde fui bem atendido, o pessoal das lojas do shopping Salvador primaram pela má vontade e descaso. De volta à minha casa, chamei novamente a OI e fui orientado a comprar o modem pelo site oficial da operadora, utilizando para tal parte dos meus pontos de créditos e mais um pagamento adicional de R$ 50,91. Assim procedi, sendo que o valor foi debitado no meu cartão de crédito no dia 30/07.
No dia 02/08, telefonei para a OI para saber quando o modem seria entregue, visto que não conseguia rastrear o mesmo via internet, pois o sistema não aceitava o número da encomenda gerado pelo site da OI. Fui informado de que a encomenda seria entregue até o dia 08/08. Como até a data prometida não recebi o modem, voltei a telefonar para a OI e ninguém sabia informar absolutamente nada, e foi um verdadeiro jogo de empurra-empurra através de vários telefones (tenho todos os números discados e os respectivos números de protocolo).
Diante do descaso da OI, em 09/08, registrei uma reclamação formal na Anatel (Protocolo nº: 141.33.43.2012). No dia 13/08, às 20h21, uma funcionária da OI telefonou para saber se eu já havia recebido o modem; respondi que não e ela voltou a ligar no dia 16/08, às 12h36, informando-me que o modem ainda não havia sido entregue devido a “problemas no faturamento sistêmico (sic!) e que eu estaria recebendo (sic!) o modem até 10 (dez) dias uteis”, ou seja, 30/08.
O tempo passou, não recebi o modem, e tampouco a OI deu qualquer satisfação. Assim, no dia 31/08, fiz uma segunda reclamação na Anatel (Protocolo nº: 159.33.53.2012) e fui informado de que a OI teria que dar uma solução em até cinco dias uteis. No dia 07/09, no feriado do dia da Independência, às 9h24, uma funcionária da OI chamou para saber se eu já havia recebido o modem. Informei que não, e ela disse que iria ver com a área técnica o que havia ocorrido e que voltaria a chamar no dia seguinte, sábado.
Como suspeitava, em função dos antecedentes, a OI não fez nenhum contato e no dia 11/09, fiz uma terceira reclamação na Anatel (Protocolo nº: 159.33.53.2012). Para minha surpresa, 13 minutos após a reclamação, recebi uma ligação de uma funcionária da empresa Superfones, terceirizada da OI. Primeiro informou que o modem não havia sido entregue por “problemas de logística, já que a sede da empresa é em São Paulo, que é muito distante de Salvador (sic!)”, para em seguida propor o estorno do valor pago e dos pontos ou então “eu teria que esperar mais 30 (trinta) dias uteis para receber o modem”; resolvi esperar para ver até onde vai essa falta de respeito com o consumidor.
No dia seguinte, 12/09, fiz a quarta reclamação junto à Anatel (o número de protocolo continuou sendo o anterior) a respeito do ocorrido e fui informado de que a Agência não trata de assuntos de terceirizados de operadoras. Em 13/09, a mesma funcionária da Superfones telefonou com outra proposta: ela trocaria a marca do modem e eu receberia o mesmo em até oito dias uteis.
Visto que a OI não dava nenhuma informação, em 14/09 fiz a quinta reclamação junto à Anatel e fui informado de que já havia esgotado o prazo para a OI resolver o assunto e que “eu deveria telefonar diariamente para a Agência até que a OI entregasse o modem, pois o processo continuava em aberto”. No dia 17/09, fiz a sexta reclamação na Anatel, e a resposta foi a mesma, ou seja, esperar a boa vontade da OI. Depois de 40 dias reclamando junto à Anatel dei-me conta de que, não obstante o excelente atendimento e a boa vontade dos diversos funcionários, a agência reguladora nada mais é do que recebedora de reclamações dos usuários, sem ter poder para resolvê-las.
As operadoras telefônicas continuam fazendo o que bem entendem, pois sabem que têm o apoio e a conivência do Ministério das Comunicações, chefiado pelo petista Paulo Bernardo. E a presidente Dilma ainda promete a universalização da banda larga e 4G! Enquanto isso, já paguei as duas contas (09/08 e 09/09) do plano OI Velox 3G 2G, sem contudo, ter a prestação do serviço; e a próxima conta já está a caminho (09/10).
Visto que até a data que escrevo estas linhas (24/09) não recebi o modem pelo qual paguei há quase 60 dias, e a OI insiste em não dar nenhuma satisfação, recorro ao discurso do mais respeitado jurista e o maior de todos os oradores romanos, Marcus Tullius Cicero (105 a.C. – 43 a.C.) para perguntar (Catilinária I, 1; 08/11/63 a.C.): “Quousque tandem, Catilina, abutere patientia nostra? Quam diu etiam furor iste tuus nos eludet? Quem ad finem sese effrenata iactabit audacia?” Traduzindo para o português e parodiando Cícero: “Até quando, OI e Ministério das Comunicações, abusarão da nossa paciência? Por quanto tempo ainda esse teu rancor nos enganará? Até que ponto a tua audácia desenfreada se gabará de nós?”

*Humberto  Viana Guimarães, engenheiro civil e consultor, é formado pela Fundação Mineira de Educação e Cultura, com especialização em materiais explosivos, estruturas de concreto, geração de energia e saneamento
Tags: aberta, coluna, humberto, Sociedade, viana  COPIADO www.jb.com.br

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