Deputada cassada é acusada de tramar a morte de Maduro
Alfredo Meza
Caracas
Procuradoria venezuelana convoca María Corina Machado a comparecer
perante a Justiça. A opositora confirmou que irá depor sobre o caso, mas
classifica a acusação como “algo grosseiro”Opositora, deputada cassada é acusada de tramar a morte de Maduro
Procuradoria venezuelana convoca María Corina Machado a comparecer perante a Justiça
Alfredo Meza
Caracas
27 NOV 2014 - 10:29 BRST
A Procuradoria venezuelana lembrou nesta quinta-feira que tinha um caso pendente a resolver. Trata-se de uma suposta conspiração revelada em maio por altos funcionários do Governo
venezuelano a partir de uma série de supostas mensagens eletrônicas
interceptadas de opositores de destaque. A nova acusada é a deputada
opositora destituída e ex-pré-candidata presidencial María Corina Machado.
O Sebín, a polícia política venezuelana, notificou-a em citação entregue nesta quarta-feira à tarde em sua casa. Com a notícia, ressurgiu em sua equipe o medo de que ela tenha a mesma sorte do ex-prefeito do município de Chacao Leopoldo López, preso há nove meses por liderar um protesto que culminou com depredações e dois mortos no centro de Caracas. “Estou consciente disso”, disse Machado em breve conversa por telefone com o EL PAÍS. “Mas vou me apresentar na próxima quarta-feira, 3 de dezembro, à Procuradoria. Isso é algo grosseiro”.
A ex-parlamentar já havia comparecido como testemunha nesta mesma causa no começo de junho e tinha sido proibida de deixar o país. Ela então declarou que tinha sido interrogada por oito horas sem que lhe tivessem perguntado nada sobre o conteúdo das mensagens de correio eletrônico. “Essa é a única prova contundente que exibiram todos esses meses, mas o Google demonstrou que os textos eram falsos”, recorda agora, pouco antes de começar uma assembleia local na qual se ocupará da atividade que por estes dias terá toda sua atenção: a organização de um congresso nacional de cidadãos não identificados com os partidos políticos tradicionais na cidade de Barquisimeto, no oeste da Venezuela.
Segundo o Governo, Machado usou sua conta no Google entre março e maio, exatamente no apogeu dos protestos antichavistas, para criticar a falta de solidariedade da oposição venezuelana contrária à ideia de tomar as ruas para expulsar Maduro de imediato e dar a entender que contava com o apoio de Washington para isso. Em sua defesa ela disse que deixou de usar a conta em 2013, depois que teve fotos de sua vida privada publicadas nas redes sociais.
Muitos dos destinatários dessas supostas mensagens são alvo de ordem de prisão: o ex-parlamentar e assessor de Machado Gustavo Tarre Briceño e os ex-candidatos a presidente Diego Arria e Henrique Salas Romer. Outros acusados são o advogado Pedro Mario Burelli e os ativistas anticastristas Ricardo Koesling e Robert Alonso.
Chama a atenção de Machado que a convocação chegue justo no dia em que pediu a eleição de cidadãos independentes no processo de escolha dos quatro novos membros do Conselho Nacional Eleitoral. “Este é um regime que castiga, ataca e acusa de forma permanente. Para mim não vendem passagens nas linhas aéreas do Estado para visitar as regiões da Venezuela, a polícia política corta a energia nos meus atos públicos, censuram-me em toda a mídia. O Governo quer que claudiquemos, mas eles estão equivocados.”
A procuradora Katherine Harrington é a encarregada de levar adiante a investigação da suposta tentativa de assassinato. Na edição desta quarta-feira o jornal venezuelano El Nacional publicou denúncia do Walter Márquez, acusando Harrington de ser a figura de proa do que chamou de “repressão e terrorismo judicial para criminalizar a dissidência”.
O Sebín, a polícia política venezuelana, notificou-a em citação entregue nesta quarta-feira à tarde em sua casa. Com a notícia, ressurgiu em sua equipe o medo de que ela tenha a mesma sorte do ex-prefeito do município de Chacao Leopoldo López, preso há nove meses por liderar um protesto que culminou com depredações e dois mortos no centro de Caracas. “Estou consciente disso”, disse Machado em breve conversa por telefone com o EL PAÍS. “Mas vou me apresentar na próxima quarta-feira, 3 de dezembro, à Procuradoria. Isso é algo grosseiro”.
A ex-parlamentar já havia comparecido como testemunha nesta mesma causa no começo de junho e tinha sido proibida de deixar o país. Ela então declarou que tinha sido interrogada por oito horas sem que lhe tivessem perguntado nada sobre o conteúdo das mensagens de correio eletrônico. “Essa é a única prova contundente que exibiram todos esses meses, mas o Google demonstrou que os textos eram falsos”, recorda agora, pouco antes de começar uma assembleia local na qual se ocupará da atividade que por estes dias terá toda sua atenção: a organização de um congresso nacional de cidadãos não identificados com os partidos políticos tradicionais na cidade de Barquisimeto, no oeste da Venezuela.
Segundo o Governo, Machado usou sua conta no Google entre março e maio, exatamente no apogeu dos protestos antichavistas, para criticar a falta de solidariedade da oposição venezuelana contrária à ideia de tomar as ruas para expulsar Maduro de imediato e dar a entender que contava com o apoio de Washington para isso. Em sua defesa ela disse que deixou de usar a conta em 2013, depois que teve fotos de sua vida privada publicadas nas redes sociais.
Muitos dos destinatários dessas supostas mensagens são alvo de ordem de prisão: o ex-parlamentar e assessor de Machado Gustavo Tarre Briceño e os ex-candidatos a presidente Diego Arria e Henrique Salas Romer. Outros acusados são o advogado Pedro Mario Burelli e os ativistas anticastristas Ricardo Koesling e Robert Alonso.
Chama a atenção de Machado que a convocação chegue justo no dia em que pediu a eleição de cidadãos independentes no processo de escolha dos quatro novos membros do Conselho Nacional Eleitoral. “Este é um regime que castiga, ataca e acusa de forma permanente. Para mim não vendem passagens nas linhas aéreas do Estado para visitar as regiões da Venezuela, a polícia política corta a energia nos meus atos públicos, censuram-me em toda a mídia. O Governo quer que claudiquemos, mas eles estão equivocados.”
A procuradora Katherine Harrington é a encarregada de levar adiante a investigação da suposta tentativa de assassinato. Na edição desta quarta-feira o jornal venezuelano El Nacional publicou denúncia do Walter Márquez, acusando Harrington de ser a figura de proa do que chamou de “repressão e terrorismo judicial para criminalizar a dissidência”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário