‘Greta Garbo’ e o cardiopata delator De dinheiro na calcinha ao resgate de um policial, algumas das histórias dos doleiros presos na Lava Jato

 

‘Greta Garbo’ e o cardiopata

A. Benites São Paulo
De dinheiro na calcinha ao resgate de um policial, algumas das histórias dos doleiros presos na operação Lava Jato

‘Greta Garbo’ e o cardiopata delator

De dinheiro na calcinha ao resgate de um policial, algumas das histórias dos doleiros presos na Lava Jato


A doleira Nelma Kodama, apelidada de Greta Garbo. / Reprodução/ Youtube

Dois dos quatro doleiros presos na operação Lava Jato já foram julgados antes mesmo do fim das investigações. Algumas de suas histórias:

Greta Garbo

Para tentar dificultar a investigação da polícia, os doleiros detidos na operação Lava Jato usavam nomes falsos na internet e apelidos para falar uns dos outros. Dos quatro presos, a que teve mais nomes “falsos” citados foi Nelma Mitsue Penasso Kodama.
Em um de seus perfis no Skype, a rede usada para se comunicar via videoconferências, ela era chamada de Greta Garbo. O apelido, ela admitiu em depoimento à Justiça, também foi usado no Facebook por um tempo. Antes desse codinome, ela usava o nome de outra diva sueca, Anita Ekberg. A troca aconteceu porque ela suspeitou que estava sendo investigada. A glamourização de Kodama ficou clara não só pelas suas escolhas de apelidos, mas também pela maneira em que era tratada entre os doleiros. Ela gostava de ser chamada de “A Dama do Mercado”.
Kodama foi prea no aeroporto de Guarulhos (SP) na véspera da operação Lava Jato estourar em março. Ela estava embarcando para a Itália quando foi flagrada com 200 mil euros escondidos na calcinha. Na ocasião ela alegou que o dinheiro seria usado para comprar móveis.
Outro fato curioso envolvendo Kodama foi o de ter salvo a vida de um carcereiro da Polícia Federal enquanto estava presa. Ela viu o policial desmaiar na frente de sua cela e o reanimou com massagens cardíacas e respiração boca a boca.
Já no âmbito dessa operação, Kodama foi condenada a 18 anos de prisão em regime fechado por ter cometido 91 crimes de evasão de divisas. O advogado dela, Marden Esper Maués, disse que irá recorrer da decisão e reclamou da Justiça por ter sido tão rígida na punição dos doleiros que não assinaram a delação premiada, que foi o caso dela. “Os réus que não participaram da delação premiada que, no meu entendimento é extorsão premiada, tiveram penas extremamente elevadas”, afirmou ao site de notícias G1.

O herdeiro

Filho de um doleiro envolvido com o desvio de verbas federais e que suspeito de participar de esquema de contrabando de pedras preciosas, Carlos Habib Chater foi pela primeira vez implicado em um grande esquema de corrupção. Ele foi condenado no mês passado por lavagem de dinheiro. Sua pena foi de cinco anos e meio de prisão mais o pagamento de uma multa de 67.800 reais. Segundo a polícia, ele era um dos membros do grupo de Alberto Yousseff.

O cardiopata

Desde que foi preso em março, Alberto Yousseff já teve quatro síncopes que o levaram ao hospital. A mais recente foi neste sábado, quando desmaiou. Considerado um dos chefes do esquema e o elo entre os empreiteiros, os doleiros e os políticos, Yousseff passou mal também na véspera do segundo turno das eleições deste ano. Na ocasião, espalhou-se um boato de que ele teria sido envenenado para não prejudicar ainda mais a campanha de Dilma Rousseff (PT). Yousseff assinou um acordo de delação premiada com a Justiça e, muito por conta de suas declarações, a polícia realizou a sétima fase da operação e prendeu quase 30 executivos de empreiteiras. O doleiro ainda não foi julgado.

O reincidente

O empresário Raul Henrique Srour já foi preso e condenado pelo crime de evasão de divisas. Ele era um dos doleiros flagrados na Operação Lava Jato em 2004. Durante esse processo, ele assinou um acordo de delação premiada e teve sua pena convertida em prestação de serviços comunitários e doação de cestas básicas. Srour ainda não foi julgado pela Lava Jato.
 copiado http://brasil.elpais.com/brasil/

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