Brasileiro executado na Indonésia ouvia vozes e "não estava ciente" de que ia ser executado

Brasileiro executado na Indonésia ouvia vozes e "não estava ciente" de que ia ser executado

Brasileiro executado na Indonésia ouvia vozes e "não estava ciente" de que ia ser executado


De acordo com o padre que o acompanhou, o brasileiro Rodrigo Gularte sofria de esquizofrenia e não percebeu que ia ser executado.
  • Indonésia executa oito condenados, incluindo cidadão brasileiro

    Brasileiro executado na Indonésia ouvia vozes e "não estava ciente" de que ia ser executado

    por LUSA
    Brasileiro executado na Indonésia ouvia vozes e "não estava ciente" de que ia ser executado
    Fotografia © EPA/BAGUS INDAHONO
    De acordo com o padre que o acompanhou, o brasileiro Rodrigo Gularte sofria de esquizofrenia e não percebeu que ia ser executado.
    O brasileiro que foi executado na Indonésia, um homem que sofria de doenças mentais, não estava consciente do que ia acontecer no momento em que enfrentou o pelotão de fuzilamento, segundo o seu advogado e um padre.
    Condenado à morte por tráfico de droga, Rodrigo Gularte, de 42 anos, foi executado juntamente com outros seis estrangeiros na quarta-feira, apesar dos apelos da sua família, que indicou que sofria de esquizofrenia.
    "Tinha uma mente delirante", disse à AFP o seu advogado Ricky Gunawan, explicando que o brasileiro não foi capaz de compreender a realidade quando recebeu o aviso de que a sua execução seria dentro de 72 horas. "Quando lhe dissemos que a condenação à morte ia ser concretizada, ele perguntou: Que condenação à morte? Eu não fui condenado à morte'", relatou.
    "Não estou certo se ele compreendeu a 100% que seria executado", disse, acrescentando que Gularte estava irredutível na ideia de que a água na prisão estava envenenada.
    O advogado conta que quando perguntou a Gularte quais eram os seus últimos pedidos, o brasileiro respondeu com brincadeiras. "Só se ria. Perguntou-me: É como na lâmpada do Aladino, em que podemos pedir três desejos?'", declarou.
    Gularte foi detido em 2004 quando tentava entrar na Indonésia com seis quilos de cocaína.
    O padre irlandês Charlie Burrows, que acompanhou Gularte nos seus últimos dias, disse que o brasileiro estava confuso sobre o que se passava à medida que os guardas prisionais e a polícia o preparavam para a morte. O padre explicou que Gularte ouvia vozes com frequência: "Toda a gente estava há dias a ser preparada e toda a gente sabia que ia haver uma execução. Mas como ele ouvia estas vozes, calculava que as vozes lhe diziam: 'Não, tudo vai correr bem', e acreditava nas vozes mais do que em qualquer pessoa".
    A Indonésia executou por pelotão de fuzilamento oito das nove pessoas que tinham sido condenadas à morte por tráfico de droga, apesar de pressões internacionais, designadamente dos países que viram os seus cidadãos serem condenados. Foram mortos três nigerianos, dois australianos, um brasileiro, um ganês e um indonésio. A execução da nona pessoa, uma cidadã filipina, acabou por ser suspensa à última hora, alegadamente depois de ter sido detida no seu país a pessoa que a terá recrutado como correio.
    copiado  http://www.dn.pt/inicio/globo

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