"Saída do Reino Unido iria enfraquecê-lo na Europa e face aos EUA"
por Abel Coelho de Morais
Fotografia © Nuno Pinto Fernandes/Global Imagens
O
professor Heinrich August Winkler considera que algumas reivindicações
do PM britânico não são descabidas. Por outro lado, afirma que há riscos
reais, para ambos os lados, se se concretizar a saída.
Há
dois desafios que se colocam hoje à UE: a possível saída grega do euro e
a realização do referendo no Reino Unido. O que nos diz esta dupla
realidade sobre o projeto europeu e há condições para a UE ultrapassar a
situação?
A situação atual resulta do início da construção da união monetária no final dos anos 80. A posição alemã na altura era de que a união monetária e política deveria ser realizada em simultâneo. Mas sucedeu a queda do Muro de Berlim, o que veio colocar uma nova questão: a reunificação da Alemanha. Isto alterou todo o processo de construção europeia. O presidente francês François Mitterrand receava a hegemonia do marco alemão na Europa e conseguiu que o chanceler Helmut Kohl abdicasse da união monetária e política em simultâneo, avançando apenas a união monetária.
Essa é a origem da crise grega?
Não é a principal causa mas é, sem dúvida, a mais profunda. E não apenas para a Grécia mas para a crise monetária na UE. É a separação da união política da união monetária que está na origem da atual crise. Depois, com o Tratado de Maastricht foi estabelecido como seria a união monetária, mas foi deixada em aberto a questão política. Esta separação foi o preço político que Helmut Kohl teve de pagar para não haver um arrefecimento nas relações franco-alemãs. O resultado é termos apenas união monetária, sem união fiscal e política. Isto é o erro fundamental da construção da UE na atualidade.
copiado http://www.dn.pt/inicio/globo/
A situação atual resulta do início da construção da união monetária no final dos anos 80. A posição alemã na altura era de que a união monetária e política deveria ser realizada em simultâneo. Mas sucedeu a queda do Muro de Berlim, o que veio colocar uma nova questão: a reunificação da Alemanha. Isto alterou todo o processo de construção europeia. O presidente francês François Mitterrand receava a hegemonia do marco alemão na Europa e conseguiu que o chanceler Helmut Kohl abdicasse da união monetária e política em simultâneo, avançando apenas a união monetária.
Essa é a origem da crise grega?
Não é a principal causa mas é, sem dúvida, a mais profunda. E não apenas para a Grécia mas para a crise monetária na UE. É a separação da união política da união monetária que está na origem da atual crise. Depois, com o Tratado de Maastricht foi estabelecido como seria a união monetária, mas foi deixada em aberto a questão política. Esta separação foi o preço político que Helmut Kohl teve de pagar para não haver um arrefecimento nas relações franco-alemãs. O resultado é termos apenas união monetária, sem união fiscal e política. Isto é o erro fundamental da construção da UE na atualidade.
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