CRISE SEM FIM
PUBLICADO EM 03/08/17 - 03h00
Brasília. Antes mesmo de iniciar a votação da denúncia contra Michel Temer na Câmara, deputados da oposição admitiam que o cenário era amplamente favorável ao presidente. A primeira derrota dos oposicionistas foi não conseguir impedir o governo de alcançar o quórum de 342 deputados para dar início à votação, o que aconteceu por volta das 12h30. “Perdemos”, afirmou o deputado Sílvio Costa (PTdoB-PE). Segundo ele, a oposição errou ao se inscrever para fazer discursos e, assim, contribuir com o quórum. Ele também afirmou que o governo foi bem-sucedido em convencer deputados dissidentes da base, como do PSDB, a marcar presença, mesmo que votassem contra Temer.
Costa chamou a oposição de “burra”. Segundo o vice-líder, o acordo era para que somente o líder do PT, Carlos Zarattini (SP), discursasse. “Eles vão conseguir os votos mais rápido do que eu imaginava. Foi um erro terrível da oposição. O burro é capaz de atrapalhar sua vida achando que pode ajudar”, disse Costa no Salão Verde da Câmara.
Segundo o petebista, ao optarem por discursar, os deputados da oposição fizeram “o jogo” de Temer, uma vez que asseguraram mais presenças em plenário. “O combinado era não dar quórum e manter o silêncio. Eles vão lá, falam e fazem o jogo do presidente”, criticou o vice-líder da oposição.
Costa acusou os ministros de Temer que são deputados e estavam em plenário – dez foram exonerados para votar a favor do presidente – de negociarem cargos e emendas, ali mesmo, com parlamentares ainda indecisos sobre registrar ou não a presença: “Eu vi deputados falando aos ministros: ‘Vi o ‘Diário Oficial’ e ainda vi meu cargo’. E os ministros respondendo: ‘Registre presença que os cargos vão sair’. Isto aqui virou um mercado persa”, afirmou.
Não foi necessária, contudo, acusação da oposição para que a liberação de emendas viesse a público. O peemedebista Lúcio Vieira Lima (BA) usou as redes sociais para comemorar a liberação de R$ 328 mil para obras de drenagem um município no interior da Bahia. O deputado postou no Instagram uma foto ao lado do ministro Helder Barbalho (Integração Nacional), que também estava na Câmara para acompanhar a votação. “O recurso estará na conta da prefeitura em dez dias, garantiu o ministro”, escreveu. Helder Barbalho curtiu a postagem.
Já o ministro Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo) negou que tenha sido usada a liberação de emendas parlamentares para garantir apoios a Temer. Segundo ele, o pagamento das passou a ser impositivo por mudança feita na Constituição nos últimos anos.
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