Se vencer na Câmara, Temer governará com PSDB fragilizado e sob cobiça do centrão


Se vencer na Câmara, Temer governará com PSDB fragilizado e sob cobiça do centrão

POR PAINEL
Nada ficou no lugar A perspectiva de que o presidente conseguirá se livrar da denúncia de Rodrigo Janot, nesta quarta (2), não muda o fato de que o estrago causado pela crise política o obrigará a governar sobre novas bases. O PSDB, fiador da ascensão de Michel Temer, chegará ao fim do processo em frangalhos, profundamente dividido e com os cargos cobiçados pelo centrão. Este grupo, por sua vez, deixou claro ao Planalto que espera reconhecimento proporcional à fidelidade que apresentará no plenário.
Movediço A constatação de que o enfraquecimento do PSDB amplia a dependência do governo do centrão é apontada como principal fator de instabilidade de uma “nova era” com Temer.
Fome de quê? O grupo é conhecido pelo apetite por cargos. Integrantes de siglas como o PP, PR, PTB e PSD, por exemplo, já dizem contar com uma reacomodação de cargos na Esplanada após a votação da denúncia.
Entra e sai O Planalto e seus aliados no Congresso passaram toda a tarde desta terça-feira (1º), véspera da votação da denúncia, definindo quais ministros seriam exonerados para retomar o mandato na Câmara e fazer declaração pró-Temer no plenário.
Guerra santa Para mostrar que há ala numerosa do tucanato ao lado do presidente, o governo chegou a desistir de exonerar o ministro Ricardo Barros (Saúde), filiado ao PP. Seu suplente, tucano, daria voto favorável ao peemedebista, ampliando o placar pró-governo dentro da sigla.
Dia D A bancada do PSDB na Câmara se reúne às 9h desta quarta-feira (2) para decidir como encaminhar o voto do partido no plenário. O encontro funcionará como um espelho do comportamento da bancada tucana na sessão.
Efeito colateral O impasse sobre o apoio ao governo Temer pode não deixar apenas sequelas políticas no tucanato. A amizade de Tasso Jereissati, presidente interino da legenda, e Aécio Neves, que se afastou do comando do partido após o escândalo da JBS, está na berlinda.
Íntimo A animosidade entre os dois tucanos migrou do campo político para o pessoal.
Força do exemplo O PP quer exibir o maior índice de fidelidade a Michel Temer. Espera entregar ao governo cerca de 40 dos 47 votos.
Para todos Auxiliares do presidente o incentivam a convocar, na quinta-feira (3), rede nacional de rádio e TV para um pronunciamento sobre a votação na Câmara. Com a perspectiva de que Michel Temer saia vitorioso, ao menos uma fala para a internet já está sendo preparada.
Pagará a prazo O deputado Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG) — autor do voto contrário à denúncia aprovado pela CCJ — fez alterações em seu relatório. Ele dirá que é “muito simplista” a tese de que não autorizar, neste momento, o processamento da ação seria sinônimo de impunidade a Temer.
Até que se prove… Abi-Ackel repetirá o discurso da defesa do presidente de que a denúncia de Rodrigo Janot é uma peça de ficção e que nem mesmo “o mais modesto dos indivíduos” pode ser levado “à barra dos tribunais” sem que sua participação e responsabilidade em um crime tenha “clara evidência”.
Bom filho Aliados de Temer reconheceram que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), tem atuado para conquistar votos a favor do peemedebista.
Efeito manada Pessoas próximas dizem que, quando consultado por indecisos, Maia repete o discurso de que, seu partido, o DEM, votará majoritariamente a favor do presidente.
Quem dá mais Nas contas da tropa de choque de Temer, Maia teria conseguido virar de dois a três votos por dia desde a semana passada.
Longa madrugada A noite que antecedeu o início da sessão desta quarta (2) foi movimentada em Brasília. Aliados de Temer fizeram jantares nas casas de Danilo Forte (PSB-PE) e Fábio Ramalho (PMDB-MG). Houve ainda uma reunião do DEM na casa de Efraim Filho (DEM-PB) e reuniões da oposição.

TIROTEIO
A eleição da Constituinte foi uma farsa. É um mecanismo para Maduro se perpetuar no poder às custas dos direitos dos venezuelanos.
DE MARIA LAURA CANINEU, diretora da ONG Human Rights Watch no Brasil, que diz que a América Latina não deve aceitar uma ditadura na Venezuela.

CONTRAPONTO
Perícia corporal
Na volta do recesso parlamentar, nesta terça (1º), a tatuagem que o deputado Wladimir Costa (SD-PA) fez em homenagem ao presidente Michel Temer dominou rodinhas de conversas no plenário da Câmara.
Numa delas, o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e Heráclito Fortes (PSB-PI) debatiam, aos risos, se o desenho era “agulha na pele” ou henna. O deputado Esperidião Amin (PP-SC) entrou na brincadeira, dizendo já ter escolhido sua tatoo:
— A minha vai ser “teimei”!
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