China subirá tarifas sobre 60 bilhões de dólares de produtos dos EUA. Monsanto provavelmente espionou personalidades de outros países além da França

China subirá tarifas sobre 60 bilhões de dólares de produtos dos EUA

AFP/Arquivos / Jim WATSONO principal representante chinês para o Comércio nas negociações com os EUA, Liu He, observa o presidente Donald Trump
A China anunciou nesta segunda-feira que aumentará suas tarifas alfandegárias a partir de 1º de junho sobre produtos americanos, com um total de 60 bilhões de dólares em importações anuais, em retaliação às medidas tomadas pela administração Trump.
As tarifas alfandegárias aumentarão em um conjunto de produtos dos EUA já tributados, a uma taxa máxima de 25%, anunciou o Escritório da Comissão de Tarifas do governo chinês em seu site.
O presidente dos Estados Unidos aprovou na sexta-feira aumentar, como medida punitiva, de 10% a 25% as tarifas sobre produtos chineses, que representam um total de 200 bilhões de dólares.
Mais cedo, Donald Trump aconselhou à China que não faça retaliações às as tarifas impostas pelos Estados Unidos, considerando que uma escalada desta guerra comercial entre Pequim e Washington "só piorará as coisas".
"A China se aproveitou dos Estados Unidos por tantos anos que está muito à frente (nossos presidentes não fizeram o trabalho.) Portanto, a China não deve retaliar, isso só vai piorar as coisas!", tuitou o presidente.

Monsanto provavelmente espionou personalidades de outros países além da França

AFP/Arquivos / Philippe LOPEZ(ARQUIVO) Foto de 14 de março de 2019, com ativistas protestando em escritórios da Bayer em La Defense, arredores de Paris
Os dossiês sobre jornalistas, políticos e cientistas que a Monsanto encomendou na França "muito provavelmente" existem em outros países, admitiu a empresa alemã Bayer, proprietária da sociedade biotecnológica americana, descrevendo essa prática como "inapropriada".
"Parto claramente do princípio de que há outros países europeus afetados" e que "é muito provável que essas listas existam", disse Matthias Berninger, diretor de relações públicas da Bayer em uma teleconferência.
"Não disponho de informações concretas", mas o contrato entre a Monsanto e a agência de comunicação Fleishman Hillard, que estabeleceu essas listas com a posição das pessoas afetadas sobre questões como organismos geneticamente modificados, "se estendeu a toda a Europa", disse ele.
A justiça francesa abriu uma investigação após a denúncia apresentada pelo jornal francês Le Monde e um de seus jornalistas, que apareceu em um dos dossiês.
A denúncia é dirigida à pessoa responsável pela "recolha de dados pessoais através de meios fraudulentos, desleais e ilícitos".
A Bayer se desculpou no domingo, mas disse que não via elementos que apontassem que as listas da Monsanto violavam a lei.
A companhia também disse que vai cooperar com as autoridades judiciais francesas, que abriram uma investigação sobre as suspeitas de investigações ilegais por parte da gigante americana Monsanto.
A Monsanto teria encomendando este material à agência de comunicação Fleishman Hillard, que compilou informações de centenas de políticos, cientistas e jornalistas, entre eles quatro da AFP.
Uma tabela destaca 74 "alvos prioritários" divididos em quatro grupos: os "aliados", os "aliados potenciais para recrutar", as personalidades "para educar" e aqueles "para observar".

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