Suprema Corte dos EUA autoriza processos contra a Apple por aplicativos. Indústria de metais iraniana resiste às novas sanções dos EUA


Suprema Corte dos EUA autoriza processos contra a Apple por aplicativos

GETTY IMAGES NORTH AMERICA/AFP/Arquivos / KEVORK DJANSEZIANSuprema Corte dos Estados Unidos autoriza processos contra a Apple
O Supremo Tribunal dos Estados Unidos deu nesta segunda-feira um duro golpe na gigante tecnológica Apple ao permitir que os consumidores processem o grupo por sua plataforma de download de aplicativos App Store.
A decisão da mais alta corte dos Estados Unidos, que provavelmente envolverá consequências econômicas importantes para todos os gigantes das novas tecnologias, foi aprovada por uma maioria estreita (cinco juízes de um total de nove).
Os proprietários do popular iPhone apresentaram uma ação judicial em 2011 contra a marca da maçã, a quem acusam de aproveitar sua posição dominante na venda de aplicativos, disponíveis apenas na App Store.
A Apple cobra uma comissão de 30% pela compra de aplicativos criados por desenvolvedores independentes, o que acaba aumentando seu preço de venda e penaliza os consumidores, alegam os autores das ações.
A empresa americana respondeu que não estava autorizada a agir, pois nesse caso não são seus "clientes diretos".
O grupo, apoiado por outros gigantes da internet da Califórnia, como Amazon, Facebook e Google, afirmou ser apenas um intermediário, mas a Suprema Corte rejeitou esse argumento.

Indústria de metais iraniana resiste às novas sanções dos EUA

AFP/Arquivos / Atta KenareUm funcionário de uma usina siderúrgica em Yazd, no centro do Irã, trabalhando em 6 de abril de 2015
Os Estados Unidos mantêm sua política de "pressão máxima" contra o Irã, agora com novas sanções sobre os metais, embora autoridades locais apostem que esta indústria está menos exposta que a do petróleo.
As novas medidas foram anunciadas no âmbito da escalada de tensão entre Teerã e Washington, no primeiro aniversário da retirada unilateral dos Estados Unidos do acordo nuclear iraniano em 2015.
O governo de Donald Trump restabeleceu as sanções econômicas contra o Irã, primeiro em agosto, depois, em novembro, e recentemente em abril, quando deu fim às exceções que ainda permitiam que oito países comprassem petróleo iraniano sem se expor a sanções.
Em 8 de maio, o Irã anunciou que deixaria de respeitar "alguns de seus compromissos" do acordo sobre seu programa nuclear, especialmente os que afetam a limitação de suas reservas de água pesada e de urânio enriquecido.
A Casa Branca respondeu com novas sanções contra "os setores iranianos do ferro, do aço, do alumínio e do cobre", afirmando que eles representam 10% das receitas em divisas estrangeiras e o mesmo percentual de suas exportações.
"Nada novo" para o setor minerador, garante contudo Mojtaba Fereyduni, analista especialista. "Sempre estivemos sob sanções, às vezes menos, às vezes mais", explicou à AFP.
"Em agosto, as importações de matérias-primas e seus intercâmbios de produtos siderúrgicos ficaram bloqueados (...) e, apesar de tudo, as exportações [anuais] aumentaram", afirma o analista.
Dados oficiais apontem que, durante o período de março de 2018 a março de 2019, as exportações do setor de mineração aumentaram mais de 20% em relação aos 12 meses anteriores, chegando a 6,2 bilhões de dólares.
O aço representa 67% das exportações, o cobre, 15%, e o alumínio, 3%.
Em comparação, as exportações de petróleo iraniano representaram 30 bilhões de dólares no mesmo período, segundo a lei orçamentária elaborada pelo Parlamento.
- Situação 'administrável' -
Ao contrário do petróleo, o comércio iraniano de metais é relativamente descentralizado e depende principalmente de contratos com pequenas e médias empresas estrangeiras (PMEs), o que limita sua exposição a sanções.
"Os Estados Unidos não podem parar completamente nossas exportações, e vários países, incluindo aqueles que não têm relações particulares com os americanos, concordam em colaborar", diz Fereyduni.
"Nossos principais parceiros de exportação são nossos vizinhos, Iraque, Afeganistão e, mais recentemente, Síria e Omã", acrescenta.
"As principais consequências das sanções poderiam ser o aumento dos custos de transporte marítimo, a queda no poder de barganha dos exportadores e um aumento na demanda por descontos nas compras de aço e cobre", escreveu Amir Sabbagh, gerente da Imidro, empresa estatal, em seu canal no Telegram.
O aumento dos custos seria "administrável" para os exportadores porque suas margens aumentaram no ano passado graças à desvalorização do rial iraniano, que perdeu mais de 57% de seu valor em relação ao dólar no mercado no mesmo período, o que torna as exportações muito lucrativas.
Segundo o economista Ehsan Soltani, de Teerã, as exportações de metais são menos sensíveis às sanções, porque as receitas em moeda estrangeira que elas geram raramente retornam ao Irã.
"Os fabricantes de aço alegam que essa receita é armazenada no exterior para permitir a importação de matérias-primas e não pode ser repatriada de qualquer maneira por causa das sanções dos EUA no sistema bancário do país", afirmou Soltani à AFP.
Apenas um terço dos 40 milhões de dólares gerados pelas exportações de produtos não petrolíferos retornaram ao sistema econômico iraniano no ano passado, segundo um assessor econômico, citado pela agência semi-oficial Isna.
O setor de mineração iraniano também cria milhares de empregos, que poderiam ser ameaçados por sanções. Segundo Soltani, a indústria de mineração emprega diretamente 200 mil pessoas e milhares de outras em setores de derivados.

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