Leopoldo López: rebelião militar é parte de um proceso para quebrar "ditadura" venezuelana
AFP / Juan BARRETOO político venezuelano Leopoldo López fala fora da embaixada espanhola em Caracas, em 2 de maio de 2019
O opositor venezuelano Leopoldo López assegurou nesta quinta-feira que o fracassado motim militar da última terça-feira é parte de um processo para pôr fim ao governo do presidente Nicolás Maduro, que chamou de "ditadura".
"É parte de um processo, é uma fissura que se tornará uma fissura maior (...) que vai acabar rompendo a barragem", disse López na residência do embaixador da Espanha, onde se refugiou na terça-feira após ser libertado de sua prisão domiciliar pelos rebelados.
Lopez negou que o motim que liderou junto com o opositor Juan Guaidó, reconhecido como presidente interino tenha fracassado. "A ruptura começou", disse, ressaltando que o que começou na terça-feira "é um processo irreversível", porque os militares "perceberam que não estão sozinhos".
Guaidó convocou as Forças Armadas a ser juntar ao levante. Os rebeldes buscaram asilo na embaixada brasileira e López se refugiou na residência do embaixador espanhol em Caracas.
"Nós nos preparamos para isso, isso não é improvisado", disse López, anunciando que "mais movimentos virão no setor militar".
Mais cedo, um tribunal venezuelano ordenou a nova prisão de López por violar "flagrantemente" a prisão domiciliar que lhe foi imposta em agosto de 2017. O governo espanhol, contudo, garantiu que não o entregará às autoridades.
O governo da Espanha "em nenhum caso contempla a entrega de Leopoldo López às autoridades venezuelanas nem sua saída da Residência do Embaixador", afirmou o Executivo em comunicado, desejando também "encontrar uma solução o mais rápido possível".
No texto, o executivo do socialista Pedro Sánchez, que no início de fevereiro reconheceu Guaidó como presidente interino, também lembra "a imunidade e a inviolabilidade" desfrutada tanto pela embaixada como pela residência oficial do embaixador.
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