Nova resolução da ONU pede fim de violência na Síria
Atualizado em 18 de novembro, 2011 - 00:09 (Brasília) 02:09 GMT
Alemanha, França e Grã-Bretanha estão tentando aprovar uma resolução da ONU pedindo um fim às violações de direitos humanos na Síria.
A resolução, que também pede a implementação de um plano da Liga Árabe para pôr fim à violência, foi apoiada por Arábia Saudita, Catar, Jordânia e Marrocos.Horas antes, o Ministro das Relações Exteriores russo Sergei Lavrov disse que a violência na Síria está se tornando "similar a uma guerra civil".
Sua declaração aconteceu um dia depois que soldados desertores teriam atacado uma importante base militar do governo nos arredores de Damasco.
A correspondente da BBC na sede da ONU em Nova York, Barbara Plett, diz que as nações europeias estão buscando uma nova maneira de condenar o governo sírio depois que a Rússia e a China vetara uma resolução que condenava o governo de Bashar al-Assad.
Por isso, os representantes europeus foram buscar um comitê da Assembleia Geral, onde não há poder de veto.
De acordo com Plett, o fato de a resolução ter sido apoiada por quatro países árabes é significativo.
Diplomatas ocidentais esperam que uma maior atuação dos países árabes ajude a vencer a oposição do Conselho de Segurança, porque pedidos da região onde o conflito está acontecendo influenciam fortemente a posição dos membros.
A Alemanha, a França e a Grã-Bretanha fizeram circular um rascunho da resolução no comitê de direitos humanos da Assembléia Geral e diplomatas esperam que ela seja votada na próxima terça-feira.
Se aprovada, ela provavelmente será adotada pelos 193 membros da Assembléia Geral das Nações Unidas.
Na última quarta-feira, a Liga Árabe - que suspendeu a Síria do grupo - deu a Damasco três dias para pôr fim à "repressão sangrenta" e permitir a entrada de observadores internacionais no país.
Os países ameaçaram a Síria com sanções caso o governo se recuse a cooperar.
Ataque rebelde
O ministro russo Sergie Lavrov disse que armas estavam sendo contrabandeadas para a síria para serem usadas pela oposição e que é "necessário parar a violência não importa de onde ela venha", ressaltando que as forças da oposição também devem ser responsabilizadas.
A China afirmou nesta quinta-feira que está "extremamente preocupada" com a escalada de violência no país.
O plano da Liga Árabe, proposto no início de novembro, pede que a Síria retire os tanques das cidades onde acontecem os tumultos, pare com os ataques aos manifestantes e dê início a um diálogo com a oposição dentro de duas semanas.
O presidente Bashar al-Assad concordou com o plano, mas não o cumpriu.
Desde então, segundo grupos de direitos humanos, mais de 370 pessoas foram mortas, no que parece ser o mês mais violento desde o início dos protestos, há oito meses.
A ONU diz que mais de 3.500 pessoas foram mortas desde o início dos protestos em março. As autoridades sírias culpam gangues armadas e militantes pela violência.
COPIADO : http://www.bbc.co.uk/portuguese/
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