Síria mantém repressão ao aceitar, com condições, missão observadora

18.11.11 às 20h34

Síria mantém repressão ao aceitar, com condições, missão observadora

Damasco (Síria) - A Síria aceitou com condições nesta sexta-feira a entrada de observadores da Liga Árabe para fiscalizar a implementação de um plano de paz e verificar se o regime protege os civis, em uma aparente concessão significativa de um regime linha dura que repudia qualquer tipo de interferência externa. De acordo com um diplomata árabe, a Síria pediu emendas ao protocolo antes de assiná-lo.
A missão observadora da Liga Árabe tem o objetivo de impedir a violência e monitorar um cessar-fogo que Damasco aceitou, mas não tem implementado. O anúncio de Damasco foi feito um dia depois de a Liga Árabe, que suspendeu a Síria da organização de 22 membros, ter imposto ao país um prazo até sábado para cumprir o plano de paz se quisesse evitar sanções econômicas.
Mas críticos do regime descreveram o anúncio como uma tática de Damasco para tentar diminuir a pressão internacional enquanto mantém a repressão contra o levante. Segundo a ONU, a tentativa de conter a revolta de oito meses deixou mais de 3,5 mil mortos no país.
Em Washington, o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Mark Toner, disse que os EUA não veem sinais de que o governo sírio honrará a proposta da Liga. "Eles perderam toda a credibilidade, e esse é o motivo pelo qual acreditamos que Assad precisa renunciar e permitir que uma transição democrática ocorra."
Várias questões continuam sobre com Damasco efetivamente permitirá a missão. Uma graduada autoridade síria disse que o governo aceitou a missão "em princípio", mas "ainda estudava os detalhes". Nabil el-Araby, secretário-geral da Liga Árabe, disse que a organização estuda uma carta do ministro de Relações Exteriores sírio, Walid al-Moallem, que inclui emendas ao documento e tarefas para os observadores. Ele, porém, não deu detalhes sobre quais mudanças a Síria busca.
Em sua proposta original, a Liga pediu a entrada de uma missão com 500 membros, mas o número caiu para 40, disse Ibrahim el-Zaafarani, um membro egípcio do Sindicato Médico Árabe, que espera fazer parte do grupo que irá ao país. Ele disse não estar claro por que o número foi reduzido ou a pedido de quem.
A oposição síria indicou estar cética quanto à aparente concessão do regime. "Alertamos no passado, e voltamos a fazê-lo agora, que esses são métodos so regime para ganhar tempo", disse Omar Idilbi, um membro do Conselho Nacional Sírio, um grupo de opositores do presidente Bashar al-Assad.
Escalada da violência
A missão observadora da Liga Árabe é o mais recente esforço para resolver a crise no país. A pressão internacional vem aumentando sobre Assad por causa da repressão aos manifestantes pró-democracia e por preocupações de que a violência no país possa escalar para uma guerra civil.
Na última semana, dissidentes do Exército revidaram contra as forças do regime e até mesmo atacaram bases militares. De acordo com ativistas, as forças de segurança deixaram ao menos 16 mortos nesta sexta-feira, dia da semana que se tornou o principal para os manifestantes, que saem às ruas depois das preces nas mesquitas.
Em meio ao aumento de pressão externa contra Bashar, o Reino Unido nomeou um diplomata graduado para ser seu interlocutor na crise e o chanceler francês, Alain Juppé, pediu que o Conselho de Segurança da ONU aumente as sanções contra o regime. A Rússia, porém, que tem poder de veto no conselho, repudia a medida.
Juppé, falando ao lado do chanceler turco, Ahmed Davutoglu, disse que a França estava pronta para trabalhar com a oposição síria. Ele também disse ser contra qualquer intervenção unilateral na Síria, mas deixou a porta aberta para uma ação mais ampla, afirmando que qualquer movimento nesse sentido deve ter mandato da ONU.
Davutoglu, por sua vez, alertou sobre o perigo de uma guerra civil na Síria. "Os desertores do Exército sírio estão se mobilizando e, portanto, há um risco de evolução para uma guerra civil", disse o representante turco. "No momento é difícil falar de guerra civil, porque em uma guerra civil combatem duas partes. Nesse caso, são quase sempre civis que são atacados pelas forças de segurança. Mas existe o perigo de que isso se transforme em guerra civil", disse.
A mesma advertência foi feita mais tarde pela secretária de Estado americana, Hillary Clinton. "Acho que poderia haver uma guerra civil com uma oposição muito centrada, bem armada e que, com o tempo, estará bem financiada e, se não dirigida, certamente influenciada por desertores do Exército", disse em entrevista à rede NBC em Bali, Indonésia.
As informações são do IG COPIADO : http://odia.ig.com.br/portal/mundo

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