Casa Branca diz que nova data para visita de Dilma será marcada


Segundo comunicado oficial, Dilma e Obama concordaram que a visita de Estado não poderia ser ofuscada por uma única questão: a espionagem

REDAÇÃO ÉPOCA, COM AGÊNCIA EFE
17/09/2013 16h37 - Atualizado em 18/09/2013 16h14
O porta-voz da presidência dos EUA, Jay Carney, fala sobre a decisão de Dilma Rousseff de cancelar sua visita de Estado ao país devido às denúncias recentes de espionagem (Foto: AP Photo/ Evan Vucci)
A Casa Branca confirmou na tarde desta terça-feira (17) o cancelamento da visita da presidente Dilma Rousseff aos Estados Unidos, marcada para o dia 23 de outubro, em decorrência das denúncias de espionagem norte-americana ao governo brasileiro. Segundo o porta-voz da presidência, Jay Carney, a decisão de adiar a viagem a Washington foi tomada em comum acordo e uma nova data para a visita será marcada em breve pelos dois países.
>> Dilma cancela viagem aos EUA por caso de espionagem 
"O presidente Barack Obama disse que entende e lamenta as preocupações que 'supostas' atividades de inteligência dos EUA geraram no Brasil e deixou claro que está empenhado em trabalhar em conjunto com a presidente e seu governo nos canais diplomáticos para superar a questão", afirmou Carney.
De acordo com o porta-voz da presiência, ambos os líderes concordam que a visita de Estado não pode ser ofuscada por uma única questão, no caso, a espionagem americana sobre o Brasil. A Casa Branca reiterou que o convite do presidente Obama à Dilma seria a primeira visita de Estado programada para seu segundo mandato, o que reflete "a importância que ele dá à crescente aliança global" entre os dois países.
>> Após espionagem, Obama conversa com Dilma sobre viagem aos EUA  
Durante o anúncio, a Casa Branca ressaltou que, diante das recentes denúncias de espionagem, o governo americano está revisando suas tarefas de inteligência, mas que o processo deve levar meses para ser concluído.
A espionagem americana
Nos últimos meses, o ex-técnico americano Edward Snowden, que trabalhou para a Agência Nacional de Segurança (NSA, na sigla em inglês), tornou público que o governo americano havia desenvolvido o maior programa de monitoramento em massa de comunicações de que se tem conhecimento no mundo. Com a colaboração do jornalista americano Glenn Greenwald, a quem Snowden repassou os documentos sigilosos, no final de julho, ÉPOCA revelou com exclusividade arquivos que mostram que a NSA espionou oito membros do Conselho de Segurança da ONU, no caso das sanções contra o Irã, em 2010.
Em seguida, ÉPOCA teve acesso a uma carta ultrassecreta em que o embaixador americano no Brasil, Thomas Shannon Jr., agradece o diretor da NSA, general Keith Alexander, pelas “excepcionais” informações obtidas numa ação de vigilância de outros países do continente, antes e depois da 5ª Cúpula das Américas, em Trinidad e Tobago, em abril de 2009. Shannon celebra, no documento, como o trabalho da NSA permitiu que os EUA tivessem conhecimento do que fariam na reunião os representantes de outros países.
Em entrevista a ÉPOCA, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, disse que manter dados em segredo faz parte do jogo diplomático, mas que a espionagem em negociações pode configurar uma forma de fraudá-las. "Estamos diante de um escândalo de proporções globais."
No início de setembro, novas denúncias sobre espionagem do governo dos EUA vieram à tona. Desta vez, documentos secretos da NSA, aos quais o Fantástico teve acesso com exclusividade, apontam que a presidente Dilma Rousseff e seus principais assessores também foram alvo de espionagem.   
copiado http://epoca.globo.com

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