Democratas acusam Trump de afundar EUA 'no caos'. Secretário do Tesouro americano terá conferência com os principais reguladores do mercado.

Democratas acusam Trump de afundar EUA 'no caos'

AFP / Eric BARADATLixo se acumula na explanada dos monumentos, em Washington, 24 de dezembro de 2018
Os democratas acusaram nesta segunda-feira (24) o presidente americano, Donald Trump, de afundar o país "no caos", em meio à paralisação do governo por uma disputa orçamentária motivada pela construção de um muro na fronteira com o México, a saída do secretário da Defesa e uma forte queda na bolsa.
Desde a meia-noite de sexta-feira, o governo americano está em paralisação parcial orçamentária, devido à falta de um acordo entre o Congresso e a Casa Branca, o que afeta centenas de milhares de funcionários e mantém fechados alguns serviços federais.
O eixo desta disputa é a exigência de Trump de financiar a construção de um muro na fronteira dos Estados Unidos com o México, que tem um custo de 5 bilhões de dólares.
"É véspera de Natal e o presidente está afundando o país no caos", lamentaram, em um comunicado, a líder dos democratas na Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, e o líder da bancada no Senado, Chuck Schumer.
Os democratas se negam a votar o projeto e propõem destinar 1,3 bilhão de dólares para melhorar o sistema de vigilância fronteiriça.
"O mercado bursátil está desabando e o presidente está embarcado em uma guerra pessoal contra o Federal Reserve, logo depois de ter demitido o secretário da Defesa", lamentaram em um comunicado os principais líderes democratas do Congresso em alusão ao fechamento em Wall Street, que terminou com perdas de 2,91% no Dow Jones e de 2,21% no Nasdaq.
Trump, que adiou suas férias na Flórida devido às negociações, defendeu sua estratégia no Twitter.
"Estou sozinho (pobre de mim) na Casa Branca, esperando que os democratas voltem e consigam um acordo imperativamente necessário para a segurança fronteiriça", postou, ironicamente, em alusão aos artigos da imprensa que mencionaram as dificuldades de seu governo após uma série de deserções, entre elas a do secretário da Defesa.
Jim Mattis anunciou na semana passada sua renúncia como titular do Departamento de Defesa, alegando divergências com Trump.
A princípio, Mattis tinha deixado uma margem de dois meses para sua saída, mas os detalhes de sua carta de renúncia levaram Trump a acelerar a substituição, anunciando que a partir de 1º de janeiro, ele será substituído por seu adjunto, Patrick Shanahan.
As negociações sobre o orçamento federal, suspensas no sábado, devem ser retomadas em 27 de dezembro, já que os legisladores estão de volta a seus distritos por causa do Natal.
No entanto, é muito provável que a paralisação dure mais tempo e que o problema passe para o novo Congresso, que assumirá em 3 de janeiro, quando os democratas vão recuperar o controle da Câmara de Representantes, após sua vitória eleitoral em novembro. Os republicanos, enquanto isso, vão manter a maioria no Senado, o que antecipa negociações difíceis.
- "Esperamos que isto termine logo" -
A paralisação afeta importantes serviços, como a Polícia Federal (FBI), os departamentos de Segurança Interior - que gerencia a segurança fronteiriça -, de Transportes e do Tesouro. Também são afetados os parques nacionais, muito visitados nas férias, como o Grand Canyon.
A paralisia também afetou o Mall, a imensa explanada verde no coração de Washington, onde fica a Árvore Nacional de Natal, ladeada por outros 50 pinheiros que representam os estados do país.
A árvore esteve apagada por três dias, mas na véspera do Natal, uma organização beneficente permitiu que as luzes pudessem brilhar no Natal.
A paralisação surpreendeu muitos turistas.
Andrea Leoncini e sua esposa, Roberta, viajaram de Roma aos Estados Unidos para passar a lua de mel, que ficou prejudicada devido ao shutdown.
Eles não conseguiram visitar o edifício onde foi assinada a Declaração de Independência e a Constituição na Filadélfia.
A estátua da Liberdade permanecia aberta ao público graças ao financiamento de suas operações pelo estado de Nova York.
Este é o terceiro 'shutdown' orçamentário do ano, depois dos ocorridos em janeiro (durante três dias) e fevereiro (poucas horas), também devido a uma disputa pelo tema migratório. A paralisação anterior, em outubro de 2013, durou 16 dias, longe do recorde de 21 dias de 1995-96.
No entanto, com relação a paralisações anteriores, a urgência é menos palpável, pois neste casp só afeta 25% da administração, com 75% do orçamento já aprovado.

Secretário do Tesouro americano terá conferência com os principais reguladores do mercado

AFP/Arquivos / Mandel NganO secretário do Tesouro americano, Steve Mnuchin
O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steven Mnuchin, participará nesta segunda-feira em uma conferência telefônica com os principais reguladores do mercado, depois que a Bolsa de Nova York registrou a pior semana desde 2008.
A conferência com o Grupo de Trabalho do Presidente para Mercados Financeiros, anunciada em um comunicado do Departamento do Tesouro, acontecerá depois que Mnuchin telefonou no domingo aos principais executivos dos seis maiores bancos do país.
"Os CEOs confirmaram que têm liquidez disponível suficiente para conceder empréstimos a consumidores, negócios e toda as demais operações do mercado", afirmou o Tesouro em uma incomum declaração publicada na conta do Twitter de Mnuchin.
Não é comum que um secretário do Tesouro divulgue suas conversas com os principais executivos dos bancos.
"Os bancos não registraram problemas de compensação ou margem e os mercados continuam funcionando corretamente", afirma o comunicado.
As preocupações dos investidores dispararam na semana passada, após uma série de notícias que incluíram a paralisação parcial do governo em Washington, o mais recente aumento das taxas de juros pelo Fed, a surpreendente renúncia do secretário de Defesa Jim Mattis por divergências políticas com Trump e o retorno às manchetes da guerra comercial entre Estados Unidos e China.
copiado https://www.afp.com/pt/noticia

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