Ensaiando uma aproximação com o agronegócio brasileiro, o premiê de Israel, Binyamin Netanyahu, convidou o presidente da CNA, principal entidade do setor, para uma reunião no Rio. João Martins da Silva Junior, porém, recusou.
A assessoria da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) confirmou o convite, mas alegou que Martins já tinha uma viagem programada com antecedência na data, dia 31 de dezembro. A entidade não informou se mandará outro representante. A Folha não conseguiu contato com a Embaixada de Israel no Brasil.
O gesto de Netanyahu é feito em meio à preocupação do agronegócio com a intenção manifestada pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro, de transferir a embaixada brasileira de Tel Aviv para Jerusalém.
Os ruralistas temem que a mudança, se concretizada, gere represálias comerciais de países árabes, que, juntos, representam o segundo maior comprador de proteína animal brasileira. Em 2017, as exportações somaram US$ 13,5 bilhões e o superavit para o Brasil foi de US$ 7,17 bilhões.
Os ruralistas temem que a mudança, se concretizada, gere represálias comerciais de países árabes, que, juntos, representam o segundo maior comprador de proteína animal brasileira. Em 2017, as exportações somaram US$ 13,5 bilhões e o superavit para o Brasil foi de US$ 7,17 bilhões.
O Brasil é um dos maiores exportadores de carne halal (produzida e certificada segundo preceitos muçulmanos), comércio que poderá enfrentar adversidades a depender das mudanças diplomáticas adotadas pelo país.
Na primeira visita de um premiê israelense ao país, Netanyahu vem ao Brasil para a posse de Bolsonaro. O primeiro-ministro chegará na próxima sexta (28) e ficará cinco dias no país. No Rio, se encontrará com o presidente eleito.
Além da possível transferência da embaixada, Bolsonaro sinaliza que dará uma guinada na política externa do Brasil, que, historicamente, defende uma neutralidade nos conflitos do Oriente Médio, interpretada não raro como inclinação em favor dos países árabes.
Promove, assim, um realinhamento internacional, aproximando-se dos Estados Unidos de Donald Trump, que já transferiu a embaixada americana para Jerusalém.
Bolsonaro, com isso, reitera a sua proximidade com os evangélicos brasileiros, defensores do Estado judeu, considerado por eles uma "verdade bíblica".
Mas, depois da apreensão causada ao setor ruralista, outro dos pilares de sustentação de seu governo, Bolsonaro deixou no ar se efetivará a mudança da embaixada.
Há cerca de dez dias, a Organização para a Cooperação Islâmica pediu que Bolsonaro tenha "máxima consideração" com as nações muçulmanas, em memorando assinado pelos embaixadores dos 57 países que integram o grupo.
Seu filho Eduardo Bolsonaro, contudo, disse durante uma recente visita a Washington que a mudança da embaixada "não é uma questão de se, mas de quando".
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