Segundo o advogado de Queiroz, o procedimento hospitalar "será devidamente comprovado, posteriormente, através dos respectivos laudos médicos". Segundo o MP-RJ, a defesa prometeu apresentar os laudos médicos até o dia 28.
A Promotoria também informou que quer ouvir Flávio Bolsonaro no dia 10 de janeiro para que preste esclarecimentos acerca dos fatos. Segundo o MP-RJ, será enviado um ofício ao presidente da Alerj, André Ceciliano (PT), sugerindo o comparecimento do deputado estadual Flávio Bolsonaro --como não há uma intimação para o depoimento, o senador eleito não é obrigado a comparecer.
Por meio de nota,
Flávio afirmou hoje que "não é investigado, e não fez nada de errado". A assessoria de imprensa do parlamentar também declarou que ele "estará à disposição das autoridades competentes, por ser o principal interessado na elucidação dos fatos". Na terça-feira passada (18), quando foi diplomado senador pelo Rio, Flávio se esquivou: "Quem tem que dar explicação é o ex-assessor, não sou eu".
O MP-RJ também quer ouvir assessores da Alerj (a data ainda não foi definida) --ao menos nove funcionários e ex-funcionários do gabinete de Flávio fizeram depósitos na conta de Queiroz. A Promotoria informou ainda que parlamentares citados no relatório do Coaf procuraram a instituição para manifestar interesse em apresentar seus esclarecimentos.
O motorista de Flávio que movimentou R$ 1,2 milhão
O policial militar José Carlos de Queiroz era motorista de Flávio Bolsonaro na Alerj. O nome dele consta em relatório do Coaf que aponta movimentação atípica de R$ 1,2 milhão em uma conta no seu nome em um período de 13 meses.
O documento do Coaf, anexado à investigação da Operação Furna da Onça que levou dez deputados estaduais à prisão no Rio, revelou que a maior parte dos depósitos feitos em espécie na conta do ex-assessor coincidia com as datas de pagamento na Alerj. Nove assessores e ex-assessores do filho mais velho do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) repassaram dinheiro para o motorista.
O relatório também identificou um depósito de Queiroz no valor de R$ 24 mil na conta bancária da futura primeira-dama, Michelle Bolsonaro.
A comunicação do Coaf não significa que haja alguma irregularidade na transação, mas mostra que os valores movimentados, ou o tipo de transação envolvida, não seguiram o padrão esperado para aquele tipo de cliente.
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