Suíça e Reino Unido assinam acordo comercial para pós-Brexit. Crescimento britânico perde fôlego antes do Brexit

Suíça e Reino Unido assinam acordo comercial para pós-Brexit

AFP / Stefan WERMUTH(A partir da esquerda) Liam Fox, Guy Parmelin e a ministra de Liechtenstein Aurelia Frick cumprimentam-se após a assinatura do acordo, em Berna
A Suíça e o Reino Unido assinaram nesta segunda-feira, em Berna, um acordo que permitirá manter as relações econômicas e comerciais entre os dois países após o Brexit.
Eles já tinham assinado, nos últimos meses, acordos sobre transporte rodoviário, transporte aéreo, seguros e livre-circulação de pessoas.
O acordo comercial, assinado nesta segunda pelo ministro de Comércio Exterior Liam Fox e o ministro suíço da Economia, Guy Parmelin, foi ampliado a Liechtenstein, devido à união aduaneira existente entre este país e a Suíça.
O pacto entrará em vigor quando os acordos Suíça-UE deixarem de ser aplicáveis às relações entre Suíça e Reino Unido, indicaram autoridades em comunicado.
"Se a fase de transição prevista entre a UE e o Reino Unido entrar em vigor em 30 de março de 2019, os acordos bilaterais Suíça-UE continuarão sendo aplicáveis entre Suíça e Reino Unido", explicou.
Neste contexto, os acordos vão servir de base para as relações econômicas e comerciais entre a Suíça e o Reino Unido após a fase de transição.
Contudo, no caso de um Brexit sem acordo em 29 de março, "o acordo será aplicado de forma provisória a partir de 30 de março de 2019".

Crescimento britânico perde fôlego antes do Brexit

Tolga Akmen/AFP/Arquivos / Tolga AkmenPorto de Ramsgate, no sudeste da Inglaterra, em 8 de janeiro de 2019
O crescimento britânico desacelerou drasticamente para 1,4% em 2018, o menor em seis anos, sofrendo com as incertezas relacionadas ao Brexit e obscurecendo as perspectivas para 2019.
Faltando menos de dois meses para a saída da União Europeia, os números do Escritório Nacional de Estatísticas publicados nesta segunda-feira caíram como ducha de água fria.
Enquanto o PIB do país cresceu 1,8% em 2017, perdeu claramente o ritmo no ano passado, especialmente no quarto trimestre, quando subiu apenas 0,2%.
A perda de fôlego foi particularmente pronunciada em dezembro e em todos os setores (construção, produção industrial e serviços).
Como resultado, o crescimento anual foi o menor desde 2012 e o país está numa situação econômica complicada diante de sua saída da UE, prevista para 29 de março.
A desaceleração da atividade econômica deve continuar pelo menos durante o inverno. Em janeiro, o acordo sobre as modalidades do Brexit concluído pela primeira-ministra britânica, Theresa May, com os líderes dos outros 27 países da UE foi esmagadoramente rejeitado pelos deputados, aumentando as dúvidas em torno do Brexit.
As discussões, desde então, estagnaram, particularmente em torno do "bacsktop" irlandês. A atmosfera é tensa no Palácio de Westminster, onde, por coincidência, obras de restauração foram realizadas neste fim de semana após a queda de uma peça de alvenaria.
"A incerteza do Brexit deve pesar ainda mais no primeiro trimestre, uma vez que há poucas chances de retomada do crescimento no início deste ano", alertou Paul Dales, analista da Capital Economics, referindo-se às perspectivas dos próximos meses.
Na quinta-feira, o Banco da Inglaterra (BoE) reduziu drasticamente sua previsão de crescimento para 2019, para 1,2%, o que seria o resultado mais fraco desde o fim da crise financeira internacional 10 anos atrás.
O diretor da instituição, Mark Carney, cujo mandato foi prorrogado até 2020 para garantir a estabilidade neste período de incerteza, apontou para o "nevoeiro do Brexit". Mas o BoE também explicou parte da desaceleração devido à conjuntura global, da China aos Estados Unidos, passando pela zona do euro.
- 'Prudência' das empresas -
A previsão de crescimento reduzido para este ano no Reino Unido pode ser ainda menor, se o país deixar a UE sem um acordo.
Na quinta-feira, Carney alertou que a economia do Reino Unido ainda não está pronta para tal cenário, o pior possível para a comunidade empresarial.
As empresas estão mantendo uma postura cautelosa em termos de investimentos (-1,4% no quarto trimestre), diante do agravamento do bloqueio político.
AFP/Arquivos / SCOTT HEPPELLFábrica da Nissan em Sunderland, em 25 de outubro de 2016
Trata-se do quarto trimestre consecutivo de queda neste indicador crucial para medir o otimismo do setor privado, o primeiro desde a crise financeira internacional.
Sinal dessa tensão, a montadora japonesa Nissan desistiu, no início de fevereiro, de montar um de seus novos modelos em sua fábrica no nordeste da Inglaterra, uma decisão que teve grande efeito no país.
Mas o consumo das famílias, que tem resistido até agora, não mostrou um maior dinamismo (apenas 0,4%), enquanto um mercado imobiliário lento também pesou na propensão a gastar.
"A atividade econômica no Reino Unido caiu claramente no final de 2018, já que as incertezas econômicas e políticas ligadas ao Brexit pressionaram as empresas a serem cautelosas. E também há sinais de que os consumidores têm esperado mais, apesar do aumento do poder de compra", explicou Howard Archer, economista do EY Item Club.

copiado https://www.afp.com/pt


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