A chacrete, os canarinhos e os soldadinhos
Nestes dias, graças à chacrete, os canarinhos e os soldadinhos se criou uma nova realidade no país. Daqui para frente tudo será diferente. Nunca se viu civis enxovalhando com tal liberdade os milicos. Muitos menos eles partirem para o bate-boca desarmados justamente quando o presidente em exercício quer distribuir armas para todo lado.
Acho que pela primeira vez, vimos um milico esperto declarar que não se pode substituir uma ideologia por outra ideologia. Como se os quartéis não fossem partidários de uma delas. Na verdade, o que lhes incomoda é a defesa atabalhoado daquela ideologia que eles defendem.
Na década de 60, aqueles que dizem hoje não ter ideologia, depois de tomar o poder de civis desarmados, tiraram o mandato de um deputado. O que disse ele? Afirmou, em discurso no Congresso, que a presença de jovens no desfile de sete de setembro era apoiar os carrascos que espancam e metralham nas ruas. E aconselhar as moças que não dançassem nem namorassem com jovens soldadinhos.
Hoje se diz, tranquilamente, que um general “não presta” ou que estaria “levando cusparadas na porta do Clube Militar e baixando a cabeça, como tantos de seus colegas de farda”. Este mesmo general também foi definido como “um monstro de auto adoração e empáfia”. Chega-se até a crueldade de abordar o estado de saúde de um deles.

Tudo isso incentivados pelos canarinhos da ave de rapina. Este episódio nos traz um ensinamento. Acabou! A refrega serviu para dessacralizar as Forças Armadas. Se, usando a nomenclatura do general Villas Bôas, o representante de “uma ideologia” pode abertamente esculhambar os milicos, nada impedirá que os representantes de outra ideologia façam o mesmo. Não há mais divindades no solo pátrio. Assim, como a direita, a esquerda também está liberada para jogar barro na farda.
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