"Conhecimento destrói mitos": os cartazes de hoje contra cortes na educação


'Conhecimento destrói mitos': veja frases usadas em cartazes em protestos "Conhecimento destrói mitos": os cartazes de hoje contra cortes na educação
Alex Tajra
Do UOL, em São Paulo
15/05/2019 17h05

Desde a manhã de hoje manifestantes dos 26 estados e do Distrito Federalprotestam contra os bloqueios de verbas para as universidades federais do país. Em São Paulo e em algumas capitais do Nordeste, os atos tiveram início entre 5h e 7h da manhã. Por volta das 13h, todas as unidades federativas registravam protestos.
Entre críticas à gestão do presidente Bolsonaro e ironias com a analogia de Weintraub entre cortes na educação e chocolatinhos, manifestantes foram criativos e ácidos na elaboração dos cartazes que ocuparam as ruas.

"Balbúrdia é fazer arminha com a mão"



Em uma das fotos que mais circulou na internet hoje, alunos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) estenderam um cartaz com referências que vão do assassinato do músico Evaldo Rosa e do catador Luciano Macedo por parte do Exército, até o emprego de milicianos no gabinete de Flávio Bolsonaro (PSL), filho mais velho do presidente.
No cartaz, os estudantes ironizaram o termo "balbúrdia", empregado pelo ministro Weintraub para se referir a atividades nas universidades federais.

"No começo de todo filme de desastre têm cientistas sendo ignorados"



A capital paraense registrou muitos cartazes carregados de metáforas. Um deles exibe a frase: "No começo de todo filme de desastre têm cientistas sendo ignoradxs", fazendo menção a um clichê cinematográfico e ao impacto do bloqueio nas pesquisas acadêmicas.

"Tira a mão do meu futuro"



Em Viçosa (MG), uma fotografia capturou uma criança com uma camiseta de protesto. Mesmo com chuva intensa, as ruas da cidade foram ocupadas por manifestantes, muitos estudantes da Universidade Federal de Viçosa (UFV).

"Conhecimento destrói mitos"



Em Araraquara, um manifestante foi sarcástico com a alcunha do presidente Bolsonaro em tempos de campanha - mito. A cidade, polo de estudantes no interior paulista, foi uma das que registrou manifestações de grande porte. O cartaz também foi visto em Fortaleza.


"Educação não é chocolatinho"



Em Belo Horizonte, uma das placas mais criativas ironizou a explicação sobre os cortes na educação que o ministro Abraham Weintraub tentou fazer na última semana. "Educação não é chocolatinho", diz o cartaz, que contém ainda algumas sátiras com nomes de bombons brasileiros, como o "Sonho de Bolsa". Segundo os organizadores, mais de 200 mil pessoas participaram dos atos na capital mineira.

"Balbúrdia é o teu governo"



"Balbúrdia é o teu governo", dizia um dos cartazes em Salvador. Segundo os organizadores, cerca de 25 mil pessoas participaram da manifestação na cidade. Os estudantes baianos foram os primeiros a protestar contra os bloqueios.

"Lute como uma cientista"




balbúrdia é dizer que mulher merece ser estuprada, que gay merece apanhar, é ser racista, balbúrdia é o estado assassinar marielle, é executar um músico com oitenta tiros, balbúrdia é o governo bolsonaro, as universidades públicas fazem CIÊNCIA

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Em Brasília, uma mulher foi fotografada com um cartaz escrito "Lute como uma cientista" em frente ao prédio do ministério da Educação. Os cortes promovidos pelo governo Bolsonaro afetam, além de serviços básicos como água e luz, os investimentos das universidades federais em pesquisa.
Na Câmara, ministro ironiza deputados e ouve gritos de "demissão"
Ana Carla Bermúdez*
Do UOL, em Brasília
15/05/2019 16h49Atualizada em 15/05/2019 17h35
O ministro da Educação, Abraham Weintraub, irritou parlamentares hoje ao dizer, ironicamente, que eles não sabiam o que é ter uma carteira de trabalho assinada. Weintraub participa nesta tarde de uma sessão no plenário da Câmara após convocação de deputados. Ele foi chamado pelos parlamentares para apresentar explicações sobre o congelamento de verbas na área da educação.
"Eu gostaria também de falar que eu fui bancário, carteira assinada, azulzinha, não sei se vocês conhecem", disse o ministro, ouvindo em seguida gritos de protesto dos deputados. "Trabalhei muito, pagava imposto sindical para valer. Trabalhei muito, recebi o ticketzinho", continuou, gesticulando para imitar o formato de um cartão com as mãos.
Deputados de oposição passaram então a gritar, pedindo a demissão do ministro. Eles também levantaram cartazes com dizeres contra os cortes na educação. O presidente da mesa, o deputado Marcos Pereira (PRB-SP), também demonstrou incômodo com a fala do ministro. Pereira disse que já teve a carteira assinada e se sentiu ofendido com a fala do ministro.
"Eu, como presidente da mesa, me senti ofendido", afirmou Pereira, que pediu então para que o ministro se ativesse aos temas levados a ele pelos deputados. No plenário, parlamentares endossaram a atitude de Pereira. "Boa, presidente!", gritou um deles.
Em sua fala, o ministro também acusou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de ligar ao dono do banco Santander para "pedir a cabeça" de uma colega sua.
"O amigo do banqueiro, que tem o telefone do dono mundial do Santander, é o Lula", disse. "Hoje, ele está na cadeia". Deputados de oposição vaiaram a fala.
A convocação para dar explicações a deputados ocorre no mesmo dia em que uma série de manifestações acontecem em todo o país. Professores, estudantes e trabalhadores da educação participaram de protestos em defesa das universidades federais, da pesquisa científica e do investimento na educação básica.
Os maiores protestos começaram à tarde em São Paulo, em Curitiba e no Rio. Os atos reuniram pessoas de idades diversas, com crianças, jovens e idosos contra os cortes na educação. É o primeiro protesto nacional do governo Bolsonaro. (*Colaborou Marcela Leite) copiado https://educacao.uol.com.br

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