Manifestações contra cortes na educação ocorrem em todos os estados e no DF


Reprodução/Twitter/@CPERS/SindicatoManifestações contra cortes na educação ocorrem em todos os estados e no DF


Professores, estudantes e trabalhadores da educação participam desde as primeiras horas da manhã de manifestações em defesa das universidades federais, da pesquisa científica e do investimento na educação básica. Por volta das 13h, todos os estados da federação e o Distrito Federal registraram protestos.
Os atos acontecem após o MEC (Ministério da Educação) anunciar um congelamento orçamentário que atinge recursos desde a educação infantil até a pós-graduação, com suspensão de bolsas de pesquisa oferecidas pela Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior).
Nas universidades federais, o bloqueio anunciado foi de 30% dos recursos destinados a gastos discricionários (como água, luz e serviços de manutenção).
Os maiores protestos são esperados para o período da tarde em São Paulo e no Rio.
Na capital paulista, o ato está marcado para as 14h, no Masp, na avenida Paulista. Mas alunos e docentes da USP (Universidade de São Paulo) iniciaram a manifestação por volta das 8h nos arredores da instituição, que fica na zona oeste de São Paulo, bloqueando ruas e avenidas do entorno.
No Rio, algumas pessoas já se concentram nesta manhã na Cinelândia, no centro, para as aulas públicas antecederão o ato que acontecerá à tarde. A concentração será na Candelária, palco habitual de protestos na cidade. No início da noite, será realizada uma caminhada até a Central do Brasil.
Questionado sobre os protestos, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que a maioria dos participantes dos protestos é formada por "idiotas úteis" e "imbecis" que estão sendo usados por militantes. "É natural [que haja protesto]. Mas a maioria ali é militante. Se você perguntar quanto é sete vezes oito, não sabe...São uns idiotas úteis, uns imbecis que estão sendo usadas como massa de manobra de uma minoria espertalhona que compõe o núcleo das universidades federais no Brasil", disse em Dallas, onde está para receber uma premiação.
Eduardo Matysiak/Futura Press/Estadão Conteúdo
Freis franciscanos participam de protesto em CuritibaImagem: Eduardo Matysiak/Futura Press/Estadão Conteúdo
Em Curitiba, os primeiros a chegarem no protesto contra os cortes na educação foram freis franciscanos. Eles ergueram faixas na praça Santos Andrade, no centro da capital paranaense. Os manifestantes se reuniram no prédio histórico da UFPR (Universidade Federal do Paraná) e realizaram uma caminhada, bloqueando ruas da região central. Estudantes, professores e servidores da universidade participam do protesto, além de alunos de escolas e faculdades privadas da cidade.
Na região metropolitana da capital paranaense, metalúrgicos também fizeram protestos em diversas fábricas contra os cortes. A entidade informou que 20 mil trabalhadores participaram dos atos.
Já em Porto Alegre, a Brigada Militar do Rio Grande do Sul usou granadas de gás lacrimogênio para dispersar estudantes que protestavam na região da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), em Porto Alegre. Segundo a Brigada Militar, a medida foi tomada para evitar o bloqueio do tráfego de veículos na região por volta das 12h.
"Não se pode confundir protesto com bagunça. Não se pode confundir manifestação com o bloqueio do direito de ir e vir da coletividade", afirmou Moritz, justificando a ação da brigada. "Eles estavam fazendo um protesto legal, um direito constitucional, mas fecharam as vias", disse.

Manifestações começaram cedo no Nordeste

Assim como na USP, o protesto começou cedo em Fortaleza. Entre 5h e 7h da manhã, alunos da UFC (Universidade Federal do Ceará) bloquearam a avenida 13 de Maio, no Benfica.
Em seguida, o grupo saiu em caminhada para a praça da Bandeira, no centro, e se juntaram a outros manifestantes para, por volta das 10h, seguir em direção à reitoria da UFC. No interior do Ceará, atos também foram registrados em Juazeiro do Norte, Cedro, Iguatu, Quixadá e Tauá.
Em Salvador, manifestantes se reuniram na manhã de hoje. O ato teve início na avenida Sete de Setembro, na região central, e seguiu em direção à praça Castro Alves. Com batuques dos grupos de afoxé, mais de de 25 mil pessoas participam da manifestação, segundo os organizadores. Quem está no local, no entanto, afirma que há o dobro de pessoas na manifestação.
Em Teresina, o ato começou por volta das 8h. Manifestantes bloquearam o cruzamento das ruas Areolino de Abreu e Ruy Barbosa e a saída do terminal de ônibus da praça da Bandeira. Estudantes, professores e trabalhadores da educação fizeram passeata até a prefeitura da cidade, onde pararam por 30 minutos. Depois, eles seguiram em passeata pelas ruas da cidade. A organização do ato não informou o número de participantes.
Em João Pessoa, o protesto começou em frente ao colégio Lyceu Paraibano, na região central, de onde cerca de 4.000 pessoas saíram em caminhada pelas principais ruas do centro. Por volta das 10h40, manifestantes seguiam pela avenida Getúlio Vargas e bloquearam o trânsito de veículos. Foram registradas manifestações em Campina Grande, Areia, Monteiro e Sousa.
Estudantes se concentraram na Universidade Federal de Campina Grande, no bairro de Bodocongó, no interior de Paraíba, por volta das 7h e uma hora depois seguiram em caminhada até a praça da Bandeira, no centro da cidade.
A Polícia Militar de todos os estados citados informou que não vai estimar o número de manifestantes.

No Norte, ao menos 4 capitais registram atos

No Pará, as aulas nas universidades públicas e IFPA (Instituto Federal do Pará) foram suspensas por conta dos atos públicos. Em Belém, Marabá e Santarém os protestos começaram às 8h.
Cerca de 10 mil pessoas se reúnem na praça da República, na capital paraense, segundo o Sindtifes (Sindicato dos Trabalhadores das Instituições Federais do Ensino Superior do Estado do Pará).
No Acre, manifestantes iniciaram às 7h um ato intitulado de "Ocupa Ufac", em Rio Branco. O grupo serviu um café da manhã na entrada da Universidade Federal do Acre e bloquearam a entrada da instituição. As aulas foram suspensas, mas a reitoria informou que as atividades administrativas funcionam normalmente. Cerca de 600 pessoas participaram da mobilização, segundo organizadores.
Em Rondônia, foram registradas ao menos duas manifestações. Em Porto Velho, manifestantes se concentraram na sede do Sintero (Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Rondônia) e seguiram em caminhada até a praça das Três Caixas d'Água. Na fronteira com a Bolívia, estudantes fecharam o Instituto Federal de Rondônia, que fica em Guadajá-Mirim.
No Tocantins, estudantes fecharam as entradas de duas universidades públicas, em Palmas. Outro grupo se reúne desde as 9h na frente da Câmara Legislativa.
Segundo a Seduc (Secretaria de Estado da Educação), 15 escolas públicas em Palmas suspenderam as aulas por conta dos protestos. Há registros de paralisação em escolas da rede estadual de ensino nos municípios de Araguaína, Araguatins e Gurupi, entretanto, o número não foi divulgado
As Polícias Militares dos estados citados informaram que não terão estimativas de público dos atos.

Manifestantes irão à Câmara, onde ministro falará

Em Brasília, o ato em favor da Educação reúne multidão em caminhada pela Esplanada dos Ministérios e se dirigiu ao gramado central próximo à Câmara dos Deputados. Por volta das 13h30, os manifestantes deixaram o local e voltaram à Esplanada. Jovens com máscaras e panos sobre o rosto fizeram um cordão atrás do ato para impedir que o trânsito fosse liberado.
Durante a caminhada pela Esplanada, alguns manifestantes tentaram criar barricadas com cones de trânsito e estruturas de bloqueio de tráfego da PM. Ao passar em frente ao Ministério da Educação, professores e estudantes promoveram um ato simbólico levantando livros e os apontando em direção à sede do MEC. Há também mensagens contrárias à reforma da Previdência e em apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso em Curitiba.
Os protestos ocorrem no mesmo dia em que o ministro da Educação, Abraham Weintraub, prestará esclarecimentos no plenário da Câmara. Ele será ouvido pelos parlamentares a partir das 15h.

Escolas também paralisaram

Reprodução/Twitter/@CPERS/Sindicato
Alunos, professores e funcionários da escola estadual Padre Efrem, em Vacaria, no Rio Grande do Sul, dão 














abraço coletivo em volta da unidade de ensino
Imagem: Reprodução/Twitter/@CPERS/Sindicato
copiado 

Escolas da rede pública e privada também aderiram às mobilizações e não estão abriram as portas
No Rio Grande do Sul, alunos de professores e funcionários da escola estadual Padre Efrem, em Vacaria, no Rio Grande do Sul, deram abraço coletivo em volta da unidade de ensino durante greve nacional em favor da educação.
Escolas da zona norte de São Paulo também amanheceram com as portas fechadas.

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