Trump planeja adiar em seis meses novas tarifas sobre automóveis Produção industrial dos EUA tem queda inesperada em abril Trump busca tranquilizar agricultores atingidos pela guerra comercial com a China

Trump planeja adiar em seis meses novas tarifas sobre automóveis

GETTY IMAGES NORTH AMERICA/AFP/Arquivos / Justin SULLIVANO presidente Donald Trump ameaçou impor tarifas punitivas de 25% sobre os carros importados
O presidente americano, Donald Trump, planeja adiar as tarifas sobre carros importados, enquanto os EUA tentam alcançar acordos com parceiros comerciais cruciais - disseram fontes da AFP do setor nesta quarta-feira (15).
Trump ameaçou impor tarifas punitivas de 25% sobre os carros - uma possibilidade que preocupou a União Europeia (UE) e o Japão, em particular, bem como o México e o Canadá.
Enfrentando um prazo para anunciar uma decisão no sábado sobre a implementação das tarifas com base nas preocupações de segurança nacional, as fontes disseram que Trump iria adiar as negociações.
Novas tarifas ameaçam abalar as relações comerciais com os principais parceiros comerciais de Washington, que estão furiosos com as tarifas punitivas sobre aço e alumínio impostas no ano passado.
A CNBC e outros veículos de comunicação citaram fontes do governo nesta quarta-feira dizendo também que Trump deveria tentar negociar antes de estabelecer novas tarifas de importação.
Fabricantes alemães estão especialmente preocupados com a ameaça de Trump, mas o presidente americano e o presidente da Comissão europeia, Jean-Claude Juncker, declararam uma trégua em julho de 2018 para tentar negociar.
Em diferentes momentos, autoridades europeias disseram esperar que os EUA cumpram o acordo de adiar novas tarifas.
Pela legislação americana, Trump deve tomar uma decisão até 90 dias após receber o relatório do Departamento do Comércio sobre qualquer ameaça à segurança nacional enfrentada pelo setor automotivo, ou seja, neste sábado.

Produção industrial dos EUA tem queda inesperada em abril

AFP/Arquivos / JEFF KOWALSKYFábrica de caminhões da Ford Motor, em Dearborn, Michigan, em 27 de setembro de 2018
A produção industrial nos Estados Unidos mais uma vez mostrou sinais de fraqueza em abril, caindo 0,5% no mês, contrariando as expectativas dos analistas, segundo dados do Federal Reserve (Fed) divulgados nesta quarta-feira.
Especialistas esperavam uma alta de 0,1% na produção industrial, que, no entanto, registrou fraco desempenho pelo sexto mês consecutivo, em meio a uma série de baixo crescimento, estagnação e quedas.
Enquanto isso, o setor industrial, foco da política econômica do presidente Donald Trump, também mostrou queda de 0,5% no quarto mês do ano. Especialmente a produção de veículos e autopeças, máquinas, equipamentos elétricos e eletrodomésticos afetou o resultado.
Em relação a abril de 2018, a produção industrial foi 0,9% maior, embora as manufaturas tenham caído 0,2%.
Embora Trump diga que os dados do primeiro trimestre são responsáveis pelos bons resultados de suas políticas, que incluem suas táticas comerciais com a China, os economistas dispararam alertas sobre risco de desaceleração econômica.

Trump busca tranquilizar agricultores atingidos pela guerra comercial com a China

AFP/Arquivos / Kerem YUCELProdutor agrícola americano
Grandes exportadores de carne de porco e soja para a China, os produtores americanos estão na linha de frente na guerra comercial travada entre Washington e Pequim e, faltando 18 meses para as eleições presidenciais, Donald Trump procura tranquilizá-los.
"Nossos formidáveis agricultores patriotas estarão entre os grandes beneficiários do que acontece hoje", tuitou Trump na terça-feira (14), um dia após o anúncio da China de represálias após a adoção de tarifas mais elevadas por parte dos Estados Unidos na sexta-feira passada (10).
A agricultura americana exporta muito. E o mundo rural, considerado, em termos gerais, como favorável ao republicano Trump, tem sido desde o ano passado alvo de represálias não apenas de Pequim, mas também da União Europeia, Canadá e México.
Por enquanto, muitos produtores permanecem leais ao presidente, mas "outros não estão tão seguros disso", disse à AFP William Rodger, porta-voz da American Farm Bureau Federation, o principal sindicato do agronegócio americano.
"Não temos números concretos que nos digam exatamente quão forte é o apoio, ou a oposição, mas nosso sentimento é que a maioria dos agricultores ainda apoia o presidente, porque aderem a muitas de suas políticas", explicou.
Sid Ready, produtor do estado de Nebraska, lamenta a guerra comercial, mas a entende. "Acho que os agricultores são bastante resistentes e devemos tolerar" esta situação "que, a longo prazo, valerá a pena", opinou.
- Renda em queda -
Mas, admite Rodger, a paciência dos produtores tem limites, já que sua renda não para de cair há seis anos, devido à superprodução global.
Dados do Departamento da Agricultura indicam que as receitas passaram do recorde de 123,4 bilhões de dólares em 2013 para 92 bilhões em 2014. No ano passado, foram de apenas 63,1 bilhões de dólares.
No momento em que os agricultores do centro do país tentam superar as inundações que atingiram suas plantações, ou impediram diretamente o cultivo, as tarifas adicionais não vão beneficiá-los em nada.
A federação que reúne os produtores de soja (ASA) também apoia "em geral os objetivos da administração" Trump, mas critica seus procedimentos.
Os afiliados da entidade dizem que estão "frustrados" com a incapacidade dos negociadores americanos e chineses de chegar a compromissos e acreditam que a tarefa à frente está ameaçada.
"Os produtores de soja não têm vocação para serem vítimas colaterais de uma guerra comercial sem fim", disse o presidente da ASA, Davie Stephens, acrescentando que foram necessários mais de 40 anos para construir o mercado de soja na China.
Muitos temem que seus clientes chineses, que compravam um terço da soja americana antes do conflito, voltem-se para outros produtores, especialmente o Brasil.
Quanto mais tempo durar o conflito, "será cada vez mais difícil para mim", disse Stephens.
- "Vencemos sempre" -
"Esperamos que a China nos faça a honra de continuar comprando nossos formidáveis produtos agrícolas", disse Trump na terça-feira.
Se isso não acontecer, o governo comprará a soja não vendida à China, graças ao dinheiro gerado pelas tarifas.
Na semana passada, Trump aludiu à possibilidade de que esses produtos adquiridos fossem então distribuídos entre os países pobres, ignorando as distorções comerciais.
Washington também considera outras ajudas a seus produtores.
Já em julho do ano passado destinou 12 bilhões de dólares para compensar os prejudicados pela perda de mercados.
Através de vários programas, os agricultores americanos recebem cerca de 20 bilhões de dólares por ano em ajuda.
O lobby da indústria de carne suína (NPPC) comemorou "a proposta de ajuda do presidente Trump".
"Estamos dispostos a trabalhar com o Ministério da Agricultura para facilitar as exportações de carne suína como ajuda alimentar", disse o presidente do NPPC, David Herring.
As exportações de carne suína são atualmente 26% da produção. Um volume significativo tem a China como destino.
"Vocês querem saber uma coisa?", disse Trump a repórteres, acrescentando: "Nós sempre vencemos".



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