EUA adota sanções contra outras empresas chinesas de tecnologia. Países do Sudeste Asiático avançam para um tratado de livre comércio

EUA adota sanções contra outras empresas chinesas de tecnologia

AFP / HECTOR RETAMALPúblico testa notebooks da Huawei no Consumer Electronics Show, Ces Asia 2019, em Xangai, em 11 de junho de 2019
Os Estados Unidos sancionaram cinco outras empresas chinesas de tecnologia, em uma medida que provavelmente aumentará as tensões entre as duas potências antes do encontro entre os presidentes Donald Trump e Xi Jinping na próxima semana.
As empresas afetadas são a Sugon, três de suas subsidiárias que fabricam chips e o instituto de computação pertencente ao exército chinês.
O departamento de Comércio as proibiu de obter tecnologia americana depois de determinar que "atuam contra os interesses da segurança nacional e da política externa dos Estados Unidos".
No contexto das tensões comerciais entre a China e os Estados Unidos, Washington atacou a gigante das telecomunicações chinesa Huawei, fechando seu acesso ao mercado americano, citando preocupações de segurança.
Em maio, incluiu a Huawei em sua lista de entidades que estão proibidas de receber componentes de fabricação americana sem a permissão de Washington, embora tenha concedido um prazo de 90 dias para a sua aplicação.
Desde então, Facebook e Google anunciaram que romperiam suas relações com a Huawei, isolando ainda mais a empresa chinesa.
Pequim respondeu com a ameaça de lançar sua própria lista negra de empresas e indivíduos estrangeiros "não confiáveis" na esperança de pressionar as companhias estrangeiras a manter relações comerciais com a Huawei.
No início de junho, Pequim convocou, entre outros, os executivos das empresas americanas Dell e Microsoft, bem como da sul-coreana Samsung, para avisar que qualquer iniciativa de cortar seus negócios na China poderia levar a medidas defensivas, segundo o New York Times.
Trump e Xi devem se reunir na próxima semana, à margem da cúpula do G20 no Japão.

Países do Sudeste Asiático avançam para um tratado de livre comércio

AFP / TANG CHHIN SothyLíderes da Asean reunidos em Bangcoc
Os líderes da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean), reunidos neste final de semana em uma cúpula em Bangcoc, avançaram na direção de um acordo de livre comércio promovido pela China e que visa reunir 16 Estados da região da Ásia-Pacífico.
"A Asean tem que trabalhar de mãos dadas para as negociações do RCEP (sigla em inglês do Tratado de Associação Econômica Integral Regional) para que eles possam terminar este ano", disse o primeiro-ministro tailandês Prayut Chan-O-Cha na coletiva de imprensa ao final da reunião.
O RCEP foi colocado em andamento em 2012 e, se aprovado, reforçará a influência da China na Ásia.
"Os ventos do protecionismo colocam nosso sistema comercial baseado no multilateralismo em dificuldade", acrescentou Chan-O-Cha, referindo-se à guerra comercial entre os Estados Unidos e a China.
A declaração final da cúpula também expressa preocupação com "protecionismo e a hostilidade antiglobalização".
A Asean - composta pela Indonésia, Malásia, Filipinas, Singapura, Tailândia, Brunei, Vietnã, Laos, Mianmar e Camboja - é o quinto bloco econômico do mundo, atrás da União Europeia, dos Estados Unidos, da China e do Japão.
No total, representa 9% da população mundial, ou seja, 650 milhões de habitantes.
O tratado de RCEP incluiria, além dos países da Asean e a China, Índia, Japão, Coreia do Sul, Austrália e Nova Zelândia, isto é, metade da população do planeta, o que o tornaria o acordo comercial mais importante do mundo.
O presidente chinês, Xi Jinping, participará da próxima cúpula da Asean, marcada para novembro na Tailândia, tendo o RCEP como a principal questão de negociação.
A decisão de Donald Trump, em janeiro de 2017, de retirar os Estados Unidos do projeto de tratado conhecido como Acordo de Cooperação Econômica Transpacífico (TPP) favoreceu o RCEP.
A China aproveitou para promover seu tratado alternativo, que visa a reduzir suas barreiras alfandegárias na região e facilitar investimentos nos países menos desenvolvidos do bloco.
Mas ainda há pontos de discordância.
A Austrália e a Nova Zelândia querem que o acordo inclua o fortalecimento da legislação trabalhista, a proteção do meio ambiente e a defesa da propriedade intelectual, questões que pouco interessam a vários países da área.
A Índia teme, por sua vez, que o RCEP se traduza na chegada em massa de mercadorias chinesas em seu território.
É por isso que as negociações mais difíceis serão entre a China e a Índia, segundo um diplomata da Asean que participou das reuniões deste fim de semana na Tailândia.
As tensões no Mar do Sul da China, onde os chineses e os americanos realizam uma luta de influência, e a situação dos muçulmanos da minoria Rohingya, que fogem das perseguições do exército birmanês para se refugiar em Bangladesh, também estavam na agenda do encontro deste fim de semana.
Os países da ASEAN, que estão entre os mais poluidores do planeta, também concordaram com uma "declaração de Bangcoc sobre o combate à poluição marítima", a primeira da organização, cuja eficácia foi colocada em dúvida pelos ambientalistas presentes.





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