Trabalhadores rejeitam proposta e seguem com greve em mina no Chile. Sueco Ola Bini se considera perseguido no Equador e teme por segurança de Assange

Trabalhadores rejeitam proposta e seguem com greve em mina no Chile

AFP / JULIAN VALDESMineiros de Chuquicamata se manifestam
Os trabalhadores dos três poderosos sindicatos da mina de Chuquicamata, localizada no norte do Chile, rejeitaram uma proposta da Codelco, a maior empresa de cobre do mundo, e decidiram continuar a greve que começou há 10 dias.
Os sindicatos, que reúnem cerca de 3.200 trabalhadores de Chuquicamata, convocaram uma votação no sábado para responder à proposta lançada na terça-feira pela Codelco, que incluía um bônus de cerca de US$ 20 mil, reajuste salarial de 1,2% e melhorias no plano de aposentadoria dos trabalhadores, como uma indenização especial e mais benefícios de saúde.
Na votação, 1.511 trabalhadores rejeitaram a oferta, enquanto 1.225 votaram a favor, de acordo com a mídia local.
A Codelco, a mineradora estatal chilena responsável por 9% da oferta mundial de cobre, disse que a proposta é "a oferta final" e "representa o maior esforço que a administração pode fazer dentro da estrutura da negociação coletiva regulada".
Agora, os trabalhadores vão continuar com a greve e, dentro de uma semana, quem quiser poderá deixar o desemprego, segundo as leis chilenas.
Chuquicamata, localizada no deserto de Atacama, é a maior mina a céu aberto do mundo. Ela emprega cerca de 4.300 mineiros e produz cerca de 320.000 toneladas métricas (TMF) por ano, tornando-se a terceira mina mais importante da Codelco.

Sueco Ola Bini se considera perseguido no Equador e teme por segurança de Assange

AFP / Cristina VEGAAinda sob a mira da Justiça do Equador por um suposto ataque a sistemas de informática, o sueco Ola Bini afirma que a acusação contra ele tem origem em sua amizade com Julian Assange, por cuja segurança teme
Ainda sob a mira da Justiça do Equador por um suposto ataque a sistemas de informática, o sueco Ola Bini afirma que a acusação contra ele teve origem em sua amizade com Julian Assange, por cuja segurança teme.
O especialista em informática, 37, declara-se vítima de perseguição política, enquanto considera uma traição a retirada do asilo de Assange, fundador do WikiLeaks, que ficou por quase sete anos refugiado na embaixada do Equador em Londres e enfrenta hoje uma possível extradição para os Estados Unidos por espionagem.
Bini, que vive no Equador desde 2013, foi detido no mesmo dia em que Quito revogou o asilo do australiano e denunciou uma tentativa de desestabilização contra o presidente Lenín Moreno por alguém ligado ao WikiLeaks. O sueco foi libertado na última quinta-feira, depois que um tribunal determinou que sua prisão foi "ilegítima e arbitrária". O processo contra ele, no entanto, continua.
Segue abaixo um resumo da conversa que Bini teve com a AFP após passar 70 dias preso:
Pergunta: Sua prisão aconteceu no mesmo dia em que Quito retirou o asilo de Assange. Existe alguma ligação entre os dois casos?
Resposta: Em 11 de abril, recebi uma mensagem de um amigo dizendo que o asilo de Julian havia sido revogado, que ele estava preso. Isso me preocupou muito, porque ele é meu amigo.
Naquela manhã, fui informado sobre uma entrevista coletiva da ministra do Interior, María Paula Romo, em que ela afirmou que havia pessoas que viviam no Equador que ela acusou de trabalharem para desestabilizar o governo, e que uma delas era um membro-chave do WikiLeaks.
Sou amigo de Julian, mas nunca trabalhei para o WikiLeaks e nunca fui um hacker, nunca trabalhei com russos, de forma que não achei que ela se referisse a mim. Então fui para o aeroporto, me prenderam e não explicaram o que estava acontecendo.
P: O que motivou a sua prisão?
R: Os promotores disseram que tenho muitos USB e livros equivocados, que sou amigo de Assange e que esta foi a razão da minha prisão. Em nenhum ponto houve provas de algo desonesto. Sou inocente. Tenho que concluir que minha prisão teve motivação política.
P: Como você viu a decisão do Equador de revogar o asilo de Assange?
R: Isso me assustou. O Equador havia prometido não revogar seu asilo se houvesse risco de que ele fosse submetido a condições perigosas.
É muito provável que ele seja extraditado e acusado de crimes que podem resultar em mais de 120 anos de prisão. Para mim, o fato de o Equador ter revogado seu asilo foi uma traição ao que havia dito antes. Estou muito, muito triste com isso.
P: Como a possibilidade de extradição de Assange pode afetar o trabalho do WikiLeaks, o próprio Assange e os ativistas pela segurança digital?
AFP / Cristina VEGAEspecialista em informática, Bini se declara vítima de perseguição política
R: Não sei como isso irá afetar o WikiLeaks, nem as consequências para Julian, pois acredito que ele ficará preso por longo tempo. Não acredito que seus direitos serão respeitados. Acho que vão tentar fazer dele um exemplo, para assustar as pessoas.
Sobre a privacidade e segurança, acho que é mais importante do que nunca provar que as mesmas são necessárias para nossas vidas.
P: Você se considera uma vítima do governo equatoriano?
R: Definitivamente me considero uma vítima de perseguição política. Não sei se me consideraria uma vítima de todo o governo equatoriano ou de certos indivíduos específicos do governo.
P: Entrará com algum processo contra as autoridades que o prenderam?
R: Isso irá depender da minha equipe legal. Acho que a primeira coisa que devemos fazer é seguir mostrando a minha inocência. Depois disso, pode-se discutir se deveríamos buscar alguma reparação legal.
P: Continuará vivendo no Equador após esta experiência?
R: Vou ficar aqui. Quer dizer, se me permitirem viajar, porque quero ver minha família. Mas esta é a minha casa, é aqui que desejo ficar.
Adoro viver aqui e, inclusive depois desta experiência, este continua sendo o meu lar. Então, se o governo equatoriano permitir, ficarei.


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