Ex-chefe de polícia venezuelano promete agir para derrubar Maduro
AFP / Alina DIESTEO ex-chefe de polícia venezuelano Ivan Simonovis (E) em Washington, no dia 26 de junho.
O ex-chefe policial venezuelano Iván Simonovis, que passou 15 anos detido pelas autoridades chavistas antes de conseguir fugir para os Estados Unidos, prometeu nesta sexta-feira apoiar qualquer plano para derrubar o presidente Nicolás Maduro.
Simonovis, que foi chefe de operações da Polícia Técnica Judicial, recebeu a AFP em Miami, onde vive temporariamente com sua esposa Bony, após escapar de sua prisão domiciliar em Caracas.
"Se existe uma ditadura fraca é esta. E, como prova, eu estou aqui", declarou Simonovis, de 59 anos.
"Os ditadores partem, são removidos. Maduro tem a opção de partir, de pegar suas malas e ir a algum lugar tranquilo, com sua mulher, antes que o tirem".
"E é esta a intenção?" - perguntou o repórter da AFP.
"A esta altura há decisões políticas do mais alto nível. Eu simplesmente sou parte do como e não do que nestas decisões".
"Se o caso for organizar equipes para atividades de penetração e intervenção, obviamente eu tenho a experiência e o conhecimento".
"Eu insisto, sou parte do como e não do 'que'", disse Simonovis sobre uma eventual ação militar para derrubar Maduro.
Detido em 2004, Simonovis foi condenado a 30 anos de prisão por duas mortes ocorridas durante a tentativa de golpe de 2002 contra o finado presidente Hugo Chávez.
Sobre a presença na Venezuela de uma célula do Hezbollah, o movimento xiita apoiado pelo Irã, Simonovis revelou que "eles estão em território seguro porque têm o aval da ditadura" e "podem planejar tudo o que querem porque lá não são procurados".
O ex-chefe de polícia destacou que obtém suas informações de "funcionários ativos da ditadura que estão do lado correto da Constituição".
"O compromisso que tenho com eles é que as informações contribuam para as estratégias visando julgar os indivíduos envolvidos em atividades criminosas como narcotráfico, terrorismo e corrupção".
"Mostrei aos representantes do Congresso (dos EUA) e ao [delegado de Trump para a crise na Venezuela, Elliott] Abrams que este não é apenas um problema da Venezuela ou uma ameaça para os Estados Unidos. Isto é uma ameaça para o mundo".
Simonovis declarou que agora tem um compromisso com a gente simples da Venezuela: "Enquanto meu país não estiver livre, eu não serei livre".
Durante seus 15 anos de prisão, Simonovis ficou preso no calabouço do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin), "em uma cela de dois por dois metros", por nove anos, período em que teve acesso ao sol por apenas 33 dias.
"Ali passei os piores anos da minha vida".
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