Juiz do caso das laranjas do PSL nega pedido e mantém presos aliados de ministro
Assessor especial e dois ex-auxiliares de Álvaro Antônio foram detidos em operação da PF
29.jun.2019 às 13h04
BRASÍLIA
O juiz Renan Chaves Machado, da 26ª Zona Eleitoral de Minas Gerais, negou nesta sexta-feira (28) pedido da defesa e manteve presos o assessor especial e dois ex-auxiliares do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio.
Os três foram detidos na quinta-feira (27) pela Polícia Federal em decorrência das investigações sobre as candidaturas laranjas do PSL de Minas Gerais. O caso está sob segredo de Justiça.
As prisões temporárias têm prazo de cinco dias, mas podem ser renovadas. As autoridades podem também, a depender dos depoimentos e do material colhido na busca e apreensão autorizada pela Justiça, solicitar a prisão preventiva dos suspeitos —não havendo prazo de encarceramento, nesse caso.
Estão presos Marcelo Von Rondon, assessor especial e braço direito de Álvaro Antônio, Roberto Soares e Haissander de Paula, ex-assessores e que coordenaram a campanha do político no Vale do Aço de Minas.
A investigação sobre as candidaturas laranjas do PSL começaram após revelação da Folha, que mostrou em fevereiro o direcionamento de R$ 279 mil em verbas públicas do PSL para quatro candidatas do partido em Minas que tiveram, juntas, apenas cerca de 2.000 votos —um claro indicativo de que não houve campanha real. Parte do dinheiro foi parar em empresas de Von Rondon e ligadas a Roberto Soares.
A suspeita é a de que as quatro candidatas tenham sido usadas para desvio de dinheiro público eleitoral. Na época, Álvaro Antônio era o comandante do PSL em Minas.
O presidente Jair Bolsonaro, que é do PSL, afirmou durante viagem ao Japão que determinou ao ministro Sergio Moro (Justiça) a investigação de candidaturas laranjas em outros partidos. E que irá discutir com Moro a situação de Álvaro Antonio na segunda-feira.
O ministro do Turismo sempre negou participação em irregularidades. A defesa de Von Rondon disse que ele já prestou os esclarecimentos necessários e diz ver com estranheza as prisões. Roberto Soares e Haissander de Paula também sempre negaram ter promovido esquema de candidaturas laranjas.
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