Confrontos com a polícia deixam um morto
e mais de 600 feridos no Egito
Tropas de choque enfrentaram manifestantes na praça Tahrir, no Cairo
Reuters
Muitos dos manifestantes foram atingidos pelo impacto de balas de borracha da tropa de choque: protestos na praça Tahrir, no Cairo, pedem presença de civis no governo formado por junta militar
A polícia de choque enfrentou, neste sábado (19), manifestantes na praça Tahrir do Cairo, um lugar símbolo da mobilização contra o ex-presidente Hosni Mubarak, deixando um morto e 676 feridos nos violentos confrontos, segundo o Ministério egípcio da Saúde e fontes médicas no local.
A vítima levou um tiro no peito, indicou um médico na famosa praça da capital egípcia, foco da revolta que derrubou o presidente Mubarak em 11 de fevereiro.
O confronto, que começou pela manhã e se intensificou à tarde, reuniu mais de 50 mil pessoas e aconteceu a dez dias das eleições legislativas. A polícia derrubou barracas de manifestantes que acampavam desde sexta (18). Após o episódio, mais de 5.000 pessoas voltaram para enfrentar a tropa de choque, iniciando o confronto violento.
Manifestantes jogaram pedras na polícia. A tropa de choque respondeu com bala de borracha e gás lacrimogêneo. Muitos egípcios que entraram em combate com a polícia atearam fogo em veículos da tropa de choque.
Veja fotos dos confrontos com a polícia na Praça Tahrir
Um funcionário do Ministério da Saúde informou que mais de 600 pessoas, entre policiais e manifestantes, sofreram ferimentos, muitos causados pelo impacto de balas de borracha.
Os ativistas pediam a saída do marechal Tantaui, que dirige o Conselho Supremo das Forças Armadas (CSFA), e exerce o poder desde a queda de Mubarak, no dia 11 de fevereiro.
O protesto começou há vários dias para apressar, também, o julgamento de policiais e dirigentes responsáveis pela violência que causou a morte de 850 pessoas e deixou milhares de feridos em 18 dias, entre janeiro e fevereiro passados.
Na sexta-feira, milhares de ativistas islamitas somaram-se aos presentes, para exigir a passagem o mais rápido possível do poder aos civis.
Participaram, também, simpatizantes de organizações leigas liberais e de esquerda, e movimentos pró-democracia que organizaram a revolta de fevereiro que derrubou Mubarak.
O confronto violento aconteceu nove dias antes das primeiras eleições legislativas da era pós-Mubarak, que devem começar no dia 28 de novembro e durar quase quatro meses.
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