Monti obtém 'sim' parlamentar e anuncia reuniões com Merkel e Sarkozy

18.11.11 às 14h40 > Atualizado em 18.11.11 às 15h13

Monti obtém 'sim' parlamentar e anuncia reuniões com Merkel e Sarkozy

Roma (Itália) - O primeiro-ministro da Itália, Mario Monti, obteve nesta sexta-feira o 'sim' definitivo por parte do Parlamento a seu recém-constituído governo, e anunciou que, a partir de agora, a Itália contribuirá "permanentemente" com o eixo Paris-Berlim para resolver os problemas da eurozona.

Por 556 votos a favor e 61 contra, o ex-comissário europeu conseguiu o voto de confiança da Câmara dos Deputados à posse de seu governo de tecnocratas, novamente com grande maioria, como ocorreu ontem no Senado.

E também como ocorreu no Senado, a Liga Norte, aliada ao governo anterior, do ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi, foi o único partido que se opôs à constituição do novo Executivo, criado em tempo recorde de menos de uma semana para tentar devolver aos mercados a confiança nas finanças públicas da Itália.
EFE
Mario Monti anuncia reuniões com Angela Merkel e Nicolas Sarkozy
Após expor ontem no Senado seu programa de governo, que se baseará em rigor orçamentário, crescimento econômico e igualdade, Monti compareceu nesta sexta no plenário da Câmara para reiterar sua ideia de devolver a Itália ao primeiro plano das decisões econômicas em Bruxelas, no status de terceira economia da zona do euro.

Neste sentido, o primeiro-ministro anunciou que, a partir de agora, a Itália dará sua contribuição permanente para a solução dos problemas da Europa junto com o eixo formado pela chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, Nicolas Sarkozy, com os quais ontem participou de uma teleconferência.

"Todo o nosso trabalho estará inspirado pelo objetivo de ter uma Itália mais forte, mais digna, mais crível, como a Itália europeia. Fico feliz em anunciar aos que sugerem que é preciso fazer valer mais as razões e a força da Itália nas instituições europeias que na próxima semana farei duas visitas", disse. "Uma será em Bruxelas, com as instituições comunitárias, e outra, que combinei por telefone ontem, com o presidente Sarkozy e a chanceler Merkel para uma reunião a três", explicou.

Antes do voto da Câmara a seu governo sem políticos e criado após a renúncia de Berlusconi, Monti pediu aos deputados não uma "confiança cega, mas vigilante" a seu Gabinete. O novo premiê afirmou que seu governo chega com 'humildade e espírito de serviço', e voltou a falar sobre a difícil tarefa de sanear as contas públicas e relançar economicamente a Itália, mas mostrou otimismo.

O novo Executivo italiano pretende promover uma redução das despesas que os políticos representam para o Estado, uma reforma do mercado de trabalho e do sistema das previdência, além de uma luta contra a evasão fiscal. Além disso, haverá possíveis novos ajustes a serem acrescentados aos planos de austeridade por 79 bilhões e 54 bilhões de euros, assim como uma reforma tributária.

O porta-voz da Liga Norte na Câmara, Marco Reguzzoni, justificou hoje perante o plenário sua recusa à posse do governo de Monti por discordar de certas reformas propostas, sobretudo a da previdência e a ideia de um 'Estado centralista'.

Por sua vez, Angelino Alfano, secretário-geral do partido de Berlusconi, o Povo da Liberdade (PDL), expressou a rejeição da legenda a um possível imposto sobre o patrimônio, uma reforma à qual o ex-primeiro-ministro havia se oposto com a promessa de 'não colocar a mão nos bolsos dos italianos'.

Este é um 'governo tecnocrata, de trégua, legitimado pelo voto do Parlamento, mas não se trata de um governo de unidade', afirmou Alfano, ex-ministro da Justiça e encarregado nesta sexta-feira de anunciar o 'sim compacto' de seu partido ao novo Executivo.

O próprio Berlusconi, que definiu o governo Monti como 'uma invenção italiana fora dos cânones da democracia', disse hoje que pretende convocar no primeiro semestre do ano que vem um congresso nacional de seu partido, e que já se prepara para uma próxima campanha eleitoral.
Com informações da EFE
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