Alerta médico26/12/2011 | 13h29
Brasil também recebeu próteses de silicone sob suspeita na França
Médicos dizem que mulheres com este tipo de implante devem fazer a revisão antes do prazo
As preocupações com esse tipo de implante começaram em 2010 Foto: Stock Photos / Divulgação
AGÊNCIA O GLOBO
Autoridades sanitárias de 12 países, incluindo o Brasil, estão acompanhando com interesse as discussões na França a respeito dos riscos das próteses de mama PIP (sigla de Poly Implant Prothèse) — fabricadas pela empresa de mesmo nome —, que têm silicone industrial em sua composição e vêm se rompendo numa taxa muito acima do normal.
Ainda não está claro se este tipo implante causa danos à saúde, como, por exemplo, câncer de seio: o governo da França avalia se as cerca de 30 mil mulheres que os receberam no país serão convocadas para removê-los. Estima-se que pelo menos 300 mil próteses da PIP tenham sido usadas em todo o mundo em cirurgia cosmética, para aumentar as mamas ou para substituir tecido mamário, antes do fechamento da empresa, no ano passado. No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu as PIPs em 2010. O órgão estima que 25 mil próteses tenham sido usadas no país.
A França já registrou oito casos de câncer em mulheres com implantes mamários fabricados pela PIP, acusada de usar em seus modelos silicone de grau industrial, normalmente encontrado em computadores e utensílios de cozinha. Mas as autoridades não sabem se há relação direta entre as próteses PIP e tumores malignos. O governo francês pagará pela remoção, caso venha a determiná-la, mas não financiará a colocação de novas próteses. Será preciso decidir se os riscos associados à retirada dos implantes é maior do que os riscos desconhecidos de mantê-los.
No Brasil, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) diz que, por enquanto, não há motivos para as pacientes com próteses PIP se preocuparem com um possível risco de câncer. Em caso de suspeita de ruptura da prótese, no entanto, as pacientes devem procurar seus médicos imediatamente. E, se não perceberem qualquer problema, devem voltar ao consultório antes do prazo habitual estipulado para revisão, que é de dez anos.
— É como se a prótese PIP fosse batizada — afirma o médico José Horácio Aboudib, presidente eleito da SBCP. — De má qualidade, este modelo se rompe mais facilmente. Apesar de a Anvisa ter proibido o uso no Brasil, uma parcela de pacientes brasileiras ainda tem esse tipo de modelo de implante. Os estudos realizados até o momento na França não indicaram relação entre as próteses PIP e maior risco ou desenvolvimento de câncer. Mas a ruptura pode causar contratura, assimetria de mama e dor no seio. Não existe, porém, perigo de o silicone entrar na corrente sanguínea. A nossa recomendação é que pacientes com esse tipo de implante façam a sua revisão periódica num prazo de três a cinco anos. Um dos exames indicados é a ressonância magnética.
Sebastião Guerra, o atual presidente da SBCP, diz que a entidade até agora não recebeu relatos de rupturas ou rejeições das próteses PIP.
As preocupações com esse tipo de implante começaram em 2010, com o fechamento da empresa PIP. Mas, pelo menos três anos antes, a Agência Francesa de Segurança Sanitária de Produtos de Saúde (AFFSAPS) já vinha verificando um aumento de relatos de ruptura de próteses mamárias fabricadas por ela. E as investigações mostraram que a fábrica misturava material mais barato ao silicone médico na composição dos produtos.
Aqui, a Anvisa vem acompanhando o problema das próteses PIP. Em 1 de abril de 2010, o órgão suspendeu, por meio da resolução 1558/2010, em todo o Brasil, a comercialização, distribuição, importação e utilização de implantes mamários fabricados pela PIP. A proibição foi determinada devido ao risco associado a este produto, registrado aqui pela empresa EMI Importação e Distribuição Ltda.. Ainda segundo informe da Anvisa, “a ruptura do envelope de uma prótese mamária pode levar a complicações locais nas pacientes, muitas vezes sendo necessária uma cirurgia para a correção do problema”.
Na Grã-Bretanha, as autoridades de saúde pediram calma às pacientes submetidas a este tipo de implante.
— A mensagem é não entrar em pânico — disse o cirurgião plástico Douglas McGeorge, em nome da Associação Britânica de Cirurgiões Plásticos.
Fundada em 1991, a Poly Implant Prothèse tinha sede no sul da França e chegou a ser a terceira maior fabricante de implantes do mundo, produzindo cerca de cem mil unidades por ano. Cerca de 80% da produção eram destinados à exportação. Além de francesas e brasileiras, mulheres de Grã-Bretanha, Espanha, Argentina, Chile, Colômbia, Venezuela, Holanda, Portugal, Itália, Irlanda, Hungría, Austria e Dinamarca, entre outros países, têm implantes de PIP.
Ainda não está claro se este tipo implante causa danos à saúde, como, por exemplo, câncer de seio: o governo da França avalia se as cerca de 30 mil mulheres que os receberam no país serão convocadas para removê-los. Estima-se que pelo menos 300 mil próteses da PIP tenham sido usadas em todo o mundo em cirurgia cosmética, para aumentar as mamas ou para substituir tecido mamário, antes do fechamento da empresa, no ano passado. No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu as PIPs em 2010. O órgão estima que 25 mil próteses tenham sido usadas no país.
A França já registrou oito casos de câncer em mulheres com implantes mamários fabricados pela PIP, acusada de usar em seus modelos silicone de grau industrial, normalmente encontrado em computadores e utensílios de cozinha. Mas as autoridades não sabem se há relação direta entre as próteses PIP e tumores malignos. O governo francês pagará pela remoção, caso venha a determiná-la, mas não financiará a colocação de novas próteses. Será preciso decidir se os riscos associados à retirada dos implantes é maior do que os riscos desconhecidos de mantê-los.
No Brasil, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) diz que, por enquanto, não há motivos para as pacientes com próteses PIP se preocuparem com um possível risco de câncer. Em caso de suspeita de ruptura da prótese, no entanto, as pacientes devem procurar seus médicos imediatamente. E, se não perceberem qualquer problema, devem voltar ao consultório antes do prazo habitual estipulado para revisão, que é de dez anos.
— É como se a prótese PIP fosse batizada — afirma o médico José Horácio Aboudib, presidente eleito da SBCP. — De má qualidade, este modelo se rompe mais facilmente. Apesar de a Anvisa ter proibido o uso no Brasil, uma parcela de pacientes brasileiras ainda tem esse tipo de modelo de implante. Os estudos realizados até o momento na França não indicaram relação entre as próteses PIP e maior risco ou desenvolvimento de câncer. Mas a ruptura pode causar contratura, assimetria de mama e dor no seio. Não existe, porém, perigo de o silicone entrar na corrente sanguínea. A nossa recomendação é que pacientes com esse tipo de implante façam a sua revisão periódica num prazo de três a cinco anos. Um dos exames indicados é a ressonância magnética.
Sebastião Guerra, o atual presidente da SBCP, diz que a entidade até agora não recebeu relatos de rupturas ou rejeições das próteses PIP.
As preocupações com esse tipo de implante começaram em 2010, com o fechamento da empresa PIP. Mas, pelo menos três anos antes, a Agência Francesa de Segurança Sanitária de Produtos de Saúde (AFFSAPS) já vinha verificando um aumento de relatos de ruptura de próteses mamárias fabricadas por ela. E as investigações mostraram que a fábrica misturava material mais barato ao silicone médico na composição dos produtos.
Aqui, a Anvisa vem acompanhando o problema das próteses PIP. Em 1 de abril de 2010, o órgão suspendeu, por meio da resolução 1558/2010, em todo o Brasil, a comercialização, distribuição, importação e utilização de implantes mamários fabricados pela PIP. A proibição foi determinada devido ao risco associado a este produto, registrado aqui pela empresa EMI Importação e Distribuição Ltda.. Ainda segundo informe da Anvisa, “a ruptura do envelope de uma prótese mamária pode levar a complicações locais nas pacientes, muitas vezes sendo necessária uma cirurgia para a correção do problema”.
Na Grã-Bretanha, as autoridades de saúde pediram calma às pacientes submetidas a este tipo de implante.
— A mensagem é não entrar em pânico — disse o cirurgião plástico Douglas McGeorge, em nome da Associação Britânica de Cirurgiões Plásticos.
Fundada em 1991, a Poly Implant Prothèse tinha sede no sul da França e chegou a ser a terceira maior fabricante de implantes do mundo, produzindo cerca de cem mil unidades por ano. Cerca de 80% da produção eram destinados à exportação. Além de francesas e brasileiras, mulheres de Grã-Bretanha, Espanha, Argentina, Chile, Colômbia, Venezuela, Holanda, Portugal, Itália, Irlanda, Hungría, Austria e Dinamarca, entre outros países, têm implantes de PIP.
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